Há uma hora
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
2012 – O FIM DO MUNDO
Os maias, povo que viveu na região onde hoje ficam Honduras, Guatemala e Península de Yucatán, apresentavam um extraordinário conhecimento astronômico, prevendo os eclipses e as estações do ano. Este povo também manteve um calendário que impressionou os conquistadores espanhóis. O detalhe curioso é que o calendário ia até dezembro de 2012 quando um enquadramento planetário daria margem a um cataclismo que dizimaria a humanidade.
A previsão maia aliada ao pouco que se conhece de partículas atômicas como o neutrino, impulsionou o roteiro do novo “disaster movie” do especialista Roland Emmerich (de “O Dia Depois de Amanhã”). Este seu “2012- o Fim do Mundo”(EUA, 2009, 158 min.) rivaliza com o que alguns diretores já fizeram no passado, do “When Worlds Collide” de George Pal & Byron Haskin (que no Brasil chamou-se mesmo “O Fim do Mundo”) às superproduções de Irwin Allen (tipo “Inferno na Torre”) passando por “Terremoto” (de Ronald Neame) e as duas “guerra dos mundos”(de Byron Haskin e de Steven Spielberg).
O “mergulho” no filme necessita, primeiro, do despojamento de qualquer idéia que acuse uma obra de arte cinematográfica. “2012” foi realizado para a grande platéia se maravilhar (ou assustar) com prodigiosos efeitos especiais e, como de hábito, torcer pelo “herói”, no caso, um escritor modesto que aumenta a renda como motorista de um magnata.
Não falta um só clichê do gênero. Os cientistas alertam para o perigo advindo da conjunção dos planetas e das radiações solares, mas só um grupo de “capitalistas chineses” (ironia, em se tratando de um país comunista) fabrica quatro gigantescas naves submarinas que devem abrigar pessoas e animais para sobreviver aos desastres promovidos pelas mudanças gerais nas placas tectônicas do planeta, valendo como um replay da Arca de Noé, sem aviso de Deus, ou mesmo, um profeta. Mas nessa história está presente um presidente negro dos EUA (Danny Glover) que faz a vez de comandante de barco, ficando em terra para morrer com os seus eleitores. Outras evidências: a destruição dos símbolos de grandes cidades - da Torre Eifell ao nosso Cristo Redentor, do obelisco e Capitólio em Washington à Basílica de S. Pedro no Vaticano. E, naturalmente, o espírito de aventura do escritor (John Cusack), o seu relacionamento com a ex-mulher (Amanda Peet), já casada com um “boa praça” que pelo espírito despojado vai ajudar os personagens sem “entrada franca” na arca a conseguirem superar esse obstáculo. A participação dos filhos do “mocinho” apontam para crianças espertas como as tantas de filmes infantis. E, finalmente, vinhetas da cobiça de algumas pessoas que não se importam com o destino de seus semelhantes, sobrando honraria para um cientista que não só sobrevive ao fim do mundo como arranja namorada.
Tudo no enredo é previsível como todo a narrativa se acomoda na linearidade de contar a uma história sobre catástrofe espetacular. Mas é fato que o espectador dificilmente vai achar enfadonho os 158 minutos de projeção. Depois de algumas seqüências explicativas sobre o que irá acontecer, neste caso, expondo dados científicos reais para a fantasia, logo inicia a onda de desastres com a visão de estrias abrindo-se no solo de Los Angeles. E logo se vê o escritor dirigindo seu carro, com os familiares, entre prédios que desabam, enormes crateras que se abrem, e focos de incêndio. Tudo sem ferir qualquer um dos passageiros do veiculo (que apesar de chocar-se com objetos pesados só surge chamuscado no fim da corrida.
Outra ênfase nessa corrida contra a morte é dada às viagens de avião, primeiro em um monomotor, depois num gigantesco cargueiro russo, cortando espaços de montanhas que desabam e ainda proporcionando a pândega fuga em carros que estão no bagageiro da aeronave.
Como se vê, o filme segue a perspectiva a qual se alinhou, ou seja, uma invenção ao estilo fantástico e fantasioso como um passeio num brinquedo de parque de diversões. Essa proposta é preenchida. O público vai ter uma boa chance de prognósticos para o futuro.
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Para maiores informação sobre o fim do mundo ou opinioes acessem. www.mundo2012.com.br
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