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quinta-feira, 26 de agosto de 2010
O NOVO KARATE KID & FILMES PORTUGUESES
Retomada da franquia exibida nos anos 1980, “Karate Kid” (EUA, 2010) vai entrar esta semana nas salas exibidoras de Belém, sendo versão de filmes cuja argumentação revelou os atores Pat Morita (1932-2005) e Ralph Macchio.
Quem for assistir vai ver que o mesmo esquece os filmes do mesmo nome produzidos respectivamente em 1984, 1986 e 1989. Como muitas franquias dessa época, tudo passa a ser visto da estaca zero. E, neste caso, o roteiro de Christopher Murphey de uma história de Robert Mark Kamen, base do original de 26 anos atrás, deixa de lado os antigos personagens e segue um garoto norte-americano (Jaden Smith) em viagem para Pequim (China) em companhia da mãe (Zhiheng Wang) onde vai encontrar algum preconceito na escola e a conseqüente necessidade de aprender mandarim e kung-fu com um mestre de obras local (Jackie Chan estreando papel dramático). Paralelamente a essas aulas, o menino trava amizade com uma coleguinha de classe que se aprimora na arte de tocar violino. Ele prestigia o recital que ela executa e ela está na platéia torcendo por ele quando desafia contendores na porfia pela taça de campeão de artes marciais.
O filme é previsível desde a primeira cena, mas o diretor Harald Zwart (de “A Pantera Cor de Rosa 2”, o que seria um agravante) consegue imprimir um bom ritmo apoiado na simpatia do elenco e na cor local (os exteriores foram filmados mesmo em Pequim). A sequencia do torneio de kung-fu é o ponto alto da narrativa, com Jaden Smith convencendo, apesar de viver um estereotipo. Ele é filho do ator Will Smith, protagonista ao lado do pai de “A Procura da Felicidade”/The Porsuit of Happyness e também ator na versão moderna de “O Dia em que a Terra Parou”/The Day the Earth Stood Still.
Embora haja previsibilidade na elaboração dos tipos um ponto pouco explorado anteriormente e que hoje está na ordem do dia é a questão do “bulling” na escola. É que o adolescente norte-americano que se muda para Beijim, sofre agressões verbais e psicológicas indo até as mais sérias como a agressão física de seus colegas. A reviravolta do efeito estressante ao garoto é que será o seu aprendizado das artes marciais cuja filosofia de combate se estabelece como a de um caminho da paz e não ao da guerra violenta recebida de um instrutor, por seus colegas. O filme é mais um programa para a garotada. Bem melhor do que “O Último Mestre do Ar”, de Night Shyamalan, embora perca para as animações “Meu Malvado Favorito” e “Shrek Para Sempre”.
Esta semana o belenense terá a oportunidade de assistir a exemplares do cinema português, raro entre nós. Sessões no Cine Líbero Luxardo vão exibir dois títulos novos: “Portugal S.A.”, de Ruy Guerra e “Religiosa Portuguesa” de Eugène Green. O primeiro filme será exibido no sábado e o segundo no domingo
O argumento de “Portugal S/A” (Portugal, 2004, 90 min.) pode ser assim resumido: Jacinto, um executivo poderoso do regime fascista Alexandre Boaventura, que se exilou no Brasil com a Revolução de Abril. Vive dividido entre a política e os negócios privados como entre a lealdade ao patrão e sua ética pessoal. Seus dilemas aumentam com o retorno ao país da sedutora e inteligente Fátima, seu amor do passado.
Quanto a “A Religiosa Portuguesa” (Portugal/França, 2009, 127 min.) trata de Julie de Hauranne, uma jovem atriz francesa filha de uma mulher de descendência portuguesa, que chega a Lisboa pela primeira vez para participar de um filme baseado nas Cartas Portuguesas, de Guilleragues, escritor francês do século XVII. Rapidamente, ela se deixa influenciar por uma freira que vai rezar todas as noites na capela da Nossa Senhora do Monte, na colina da Graça. Esta personagem leva-a a novos conhecimentos e um novo sentido de vida. O filme recebeu boas criticas em Portugal.
“Cinema Paradiso”(Itália, 1989) será exibido na próxima terça feira, fazendo parte do programa “Cinema Sobre Cinema” que o Cine Clube PV da Casa da Linguagem vem efetuando na última 3ª.Feira de cada mês em promoção da ACCPA.
Esse filme revelou o diretor Giuseppe Tornatore. Grande sucesso de publico no plano internacional aborda o nascimento e morte de um cinema de cidade do interior. Os grandes momentos da casa e a sua decadência são vistos através do projecionista Alfredo (Philippe Noiret) e seu protegido Totó (na infância Salvatore Cascio, na juventude Marco Leonardi e na idade adulta Jacques Pérrin). Um toque de amor ao cinema como arte e espetáculo popular. Lembra outro filme realizado na mesma época, “Splendor”, de Ettore Scola. Mas com um apelo emocional muito mais forte.
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