sexta-feira, 6 de agosto de 2010

OPINIÃO ALHEIA: VAMPIROS HOJE
























A universitária Ana Carolina Branco, do Curso de Designer de Produto/IESAM, que tem o cinema de animação japonês como seu hobby de estudos, saiu um momento dessa liturgia para dar sua opinião sobre um texto que eu escrevi dos filmes de vampiros. Abaixo fiz complemento essa opinião da Carolina. (LMA)

VAMPIROS HOJE

Estórias vampirescas, antes o tema perfeito para um conto de terror, durante muitos anos foi motivo de noites mal-dormidas para qualquer criança, atualmente se encontram no passado.

O que se observa, nos dias de hoje, seja em filmes, livros, ou mesmo nos próprios quadrinhos, é a busca pelo novo, por estórias que chamem a atenção de um grande público. Posso não ser uma doutora no assunto, mas vejo como muitas dessas obras que surgem resultarem buscas às lendas ou fatos famosos do passado, alguns ligados á cultura do seu próprio país, outros ligados a uma cultura já globalizada.

Então o que faz com que a nossa juventude se interesse por filmes como “Eclipse”? Se eu respondesse a essa questão diria que o fato da globalização ser algo tão próximo a nós acaba fazendo com que aos poucos adotemos a cultura de outro país como a nossa própria, não esquecendo também de que se tornou costume a quebra de antigos tabus, como a de bruxas e fantasmas. Aqueles que há anos eram vistos como os malvados, os "anticristos", agora ganham novas personalidades, são humanizados, passam a viver romances e, com seus poderes, tornam-se os heróis das próximas estórias. Para finalizar, a escolha do elenco é a parte primordial, afinal a aparência é essencial na venda dos produtos...(Carolina Álvares Branco)

NOVOS VALORES

O texto de uma universitária de 19 anos reflete uma opinião interessante sobre um tema que ganha espaço nos comentários atuais sobre cinema fantástico. Ela vê, sob o ponto de vista cultural, a nova onda de “vampirismo”. Procede a idéia de que a globalização faz com que as espectadoras de hoje aplaudam como tietes as personagens criadas pela escritora norte-americana Stephanie Mayer. Mas no bojo disso há um parâmetro psicológico que se mescla à questão cultural – ou a homogeneização do tema.

Alguns estudiosos do assunto acreditam que a juventude de hoje ganha com esse tipo de história (na literatura e no cinema) a chance de expandir a sua predileção pelo romântico, uma tendência natural hoje controlada pela moda, pela ojeriza ao que rotula de “quadrado”, ou “old fashion”. Essas pessoas não querem ver os melodramas antigos até porque são “antigos”. Mas se antes os galãs eram príncipes, cavalheiros ou mesmo plebeus bem apessoados que sabiam conjugar o verbo amar, hoje eles são herdeiros de lendas que viam os personagens como monstros. Um Drácula como concebeu Bram Stoker e no cinema ganhou a imagem de Bela Lugosi serve de referência negativa (mas ainda assim referência), ao tipo do vampiro estudante (como um seu colega se equipara da mesma forma ao lobisomem de Lon Chaney). Afinal, a Fera ganhou o coração da Bela. E, além disso, há dois fatores a considerar: a proposta do amor imortal e “proibido”. Como se Romeu e Julieta não se encontrassem além da vida, mas na própria vida. O coração fala mais alto e se Fera se transforma em Adônis o que dela fica é a frase de Jean Cocteau:”-Pobre de nós, as feras, que só sabemos sofrer e morrer”.Seria como não apenas se apiedar mas amar o que pode ser feio para uns mas belo para outros.

Nessa “onda” vampira o que se reflete para os/as jovens, portanto, é muito mais o lado romântico e a “quebra” com os tipos tabus de tempos pretéritos estilhaçando o veredicto de outros anti-valores como o “feio” refletido no “monstro”, o “belo” configurado em imagens que nem sempre se delineiam na concepção estética reconhecida. Essa amalgama é que faz dos/as jovens de hoje os verdadeiros responsáveis por tudo de novo que possa mudar o preconceito social (LMA).

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