Há uma hora
terça-feira, 5 de outubro de 2010
GENTE GRANDE
Nestas andanças pelo cinema e responsabilidade de opinar sobre um filme em exibição, há 38 anos, em Panorama (O Liberal), o respeito que tenho pelo/a leitor/a é assistir a qualquer programa em lançamento sem discriminação pela posição de alerta de experts de que tal filme é descartável e, mesmo assim, discorrer sobre ele. Este ano acho que já bati o recorde de vezes em que fui assistir a certas produções cujo apelo comercial abrangia a inbecilidade, mas que a indústria teima em circular explorando o que ela própria já determinou como “diversão”. Alguns são muito chatos outros até menos, mas ainda não me vi saindo de uma sessão em sinal de desconforto. Tratar do filme tem sido o meu compromisso quando agendo uma ida ao cinema de rua.
“Gente Grande” (Grown Ups/EUA,2010) tem o apelo descartavel. É o tipo do filme em que os atores se divertem mais do que os espectadores. Produzido pelo ator Adam Sandler e dirigido pelo amigo dele Dennis Dugan trata da reunião de colegas de escola, 30 anos depois de deixarem esta condição, em uma casa à beira de um lago para onde se dirigem depois de assistirem ao funeral do seu treinador de basquete.
O tema serve para reunir os comediantes mais em voga no atual cinema norte-americano: Sandler, Chris Rock, Rob Schneider, David Spade, e Kevin James. Eles e as atrizes Salma Hayek, Maya Rudolph, Maria Bello e Joyce Van Patten – interpetando as esposas - investem-se de personagens que vivem esses momentos onde o principal é se divertir animadamente nos feriados da independência norte-americana.
O que se vê são brincadeiras que envolvem a todos os membros das famílias e algumas lembranças dos “meninões”(a idéia é mostrar que eles sentem saudade daqueles momentos apesar da idade). Aliás, o enfoque predileto é as crianças, e muitas participam dos jogos dos adultos mostrando com isso que os papais não ficaram muito longe de seus comportamentos.
Mergulhos em piscina a partir de tobogãs, exercícios pândegos de arco e flecha, passeios de barco, descida em bote inflável por águas revoltas, os divertimentos se acumulam e cobrem o tempo da projeção.
Alguns tipos conseguem fazer graça com a própria presença (o caso de Rob Scheider). Outros estão até mesmo melancólicos como o chatissimo Chris Rock. E Sandler parece coordenar a pândega sempre exibindo um sorriso. Realmente dá para espelhar felicidade se divertindo quando o mercado mundial está aberto e a produção mostrando lucros.
Apelo à comédia visual acontece de forma homeopática. Talvez alguém consiga rir quando um dos personagens é alvejado por uma flecha no pé. Esta sequência será objeto de lembrança em diversas situações já vividas pelos personagens (que são mostrados desde criança). Outra lembrança de comédia visual é quando um tipo que resolve mergulhar na grande piscina correndo em um cabo que percorre toda a extensão de água, ultrapassa o limite em que deveria cair e segue quebrando o madeirame à frente. Mas o centro do riso repousa nas falas e nas citações especificamente nacionais - ou regionais. Mesmo que o espectador local seja versado em inglês talvez não consiga dimensionar a pretensa comicidade de algumas situações.
Em resumo pode-se dizer que o filme é um documentário de um piquenique freqüentado por velhos amigos. Convém perguntar a mim mesma: o que estou fazendo na poltrona do cinema assistindo a esse pessoal se esbaldar sem qualquer análise que estruture os tipos ou comente o plano cultural? Eles brincam e trabalham ao mesmo tempo. OK, nada melhor do que realizar um trabalho de forma prazerosa. Um efeito mimético é que é difícil. Especialmente para quem mora em outro país. Por tudo isso é possível concluir que “Gente Grande” é para pouca gente.
ADEUS
Depois de Tony Curtis e Arthur Penn (o diretor de “Bonnie & Clyde”) morre Gloria Stuart, veteraníssima atriz do período do cinema mudo e já perto dos 90 anos interpretou a personagem-chave de “Titanic”(ela representava a protagonista vivida por Kate Winslet quando idosa).
Joseph Losen tratava esses artistas que se vão como “silhuetas na paisagem,” ou o que deixam em imagens projetadas em tantos filmes que fizeram.
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olha gosto muito do filme pois sou apaixonada pelo filhose adam gregei ele e um gato um beijo e queria o endereço dele onde mora
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