Um lançamento em DVD há muito reclamado pelos cinéfilos: “Os Companheiros” (I Compagni/Itália, 1963) de Mario Monicelli já deve estar nas locadoras locais. Os que já assistiram ao filme têm presente memoráveis figuras como: o “Professor Sinigaglia” vivido por Marcello Mastroianni; o trabalhador “força bruta” Pautasso, incorporado por Folco Lulli; o mestre-escola Di Meo representado por François Pérrier, enfim, uma série de personagens carismáticos, tipos que ficaram na lembrança de quem freqüentou o cinema-e, no caso de Belém, no saudoso Cinema 1.
O diretor italiano Mario Monicelli, falecido recentemente, criou muitas comédias no cinema. Mas a sua arte de fazer rir nunca foi a de provocar o riso inconseqüente e fácil, sem causa aparente. Sempre as situações hilariantes estiveram embutidas em problemas sociais. E “Os Companheiros” é o melhor exemplo disso. O enfoque é sobre os operários de uma fabrica de tecidos, no fim do século XIX, que resolvem fazer uma greve pela diminuição do horário de trabalho e pelas condições ambientais. Naquela época isso era raro e dramático. A reação dos patrões foi violenta. E os operários foram apoiados por um professor que havia chegado em um vagão de carga do trem da linha, sem que se soubesse seu currículo.
Um grande filme que está entre os melhores da história do cinema italiano, e num tempo em que os grandes nomes, surgidos do movimento neo-realista, ainda estavam atuantes em obras de vulto.
No grupo de filmes recentes chega em tempo recorde “A Origem” (Inception/EUA,2010)o filme de Christopher Nolan (“Batman, O Cavaleiro das Trevas”). A idéia muito original e curiosa trata de uma técnica que permite a uma pessoa invadir a mente de outra e formular idéias novas. Esta é a missão de Don Cobb (Leonardo di Caprio), contratado para moldar a reação de um jovem herdeiro de forma que a herança do pai seja expandida e não restrita como o falecido dono desejava. O único problema da realização é que a proposta comercial exigiu cenas de ação com muitos efeitos especiais, dominando a trama que trazia uma proposta de viagem pelo intimo de uma pessoa. Mesmo assim, o filme está fadado a ganhar a estatueta do Oscar em fevereiro próximo.
Outro clássico aportando nas locadoras belenenses é o filme que revelou o diretor Francesco Rosi, “O Bandido Giuliano” (Salvatore Giuliano/Itália, 1962). A narrativa lembra uma tele reportagem, acompanhando a trajetória (real) de um herói popular siciliano que se esconde na campina da ilha para fugir à perseguição , acusado de ter morto um carabineiro. É a Sicilia dos anos 50. Marcou época.
“Bodas de Satã” (The Devil Rides Out/UK 1973) é um dos muitos filmes de terror da Hammer, empresa inglesa especializada no gênero. O ator veterano Christopher Lee, o Drácula da companhia, interpreta um místico que combate adoradores do diabo. O diretor Terence Fisher em sua época era respeitado como o mais eficiente desse tipo de cinema e produtora. Não é um de seus melhores trabalhos, mas comparado com muito do que se faz hoje está bem acima da média.
“Montecarlo”(EUA,1930) é uma das operetas de Ernst Lubitsch, cineasta alemão que realizou comédias clássicas nos EUA depois de uma produção eclética em seu país. No titulo, ora editado no Brasil em DVD, observa-se a influência de sucessos anteriores como “Alvorada do Amor”, Jeannette MacDonald namora e canta. Quem gosta aplaude, mas atualmente esse gênero tem perdido a admiração para os novos cinéfilos.
E os primeiros filmes de Claude Chabrol também chegam em DVD. Depois de “Os Primos” (Les Cousins) está circulando o primeiro longa do diretor: “Nas Garras do Vicio”(Le Beau Serge). Os temas se tocam: conflitos entre pessoas que foram ligadas em determinado tempo e se reencontram. Jean Claude Brialy está nos dois trabalhos.
DVDS MAIS LOCADOS (FOXVIDEO)
1. A Origem
2. Eclipse
3. O Aprendiz de Feiticeiro
4. Karate Kid (2010)
5. A Ressaca
6. Salt
7. Shrek para Sempre
8. Além.da.Vida
9. Os Mercenários
10. Instinto de Vingança
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