A nova e novissima geração sabem quem foi Oscarito no cinema brasileiro? E qual a motivação para esta pergunta na coluna? É que este ano comemora-se 40 anos do falecimento desse veterano ator brasileiro e em sua homenagem a ACCPA exibirá no Cine Olympia quatro das comédias interpretadas por ele e que levavam multidões aos cinemas. Numa retrospectiva em homenagem ao artista serão exibidas no mesmo espaço onde estrearam: “Nem Sansão Nem Dalila”(dias 14 e 15), “De Vento em Popa”(dias 16e 17), “Esse Milhão é Meu”(dias 18 e 19 )e “O Homem do Sputnik” dias 21 , 22 e 23).
O programa organizado dá chance a que seja lembrado e/ ou que ele seja descoberto (aos que não o conhecem) as várias faces do Oscarito, quer bancando o Sansão bíblico (e aproveitando para outra sátira a Getulio Vargas, na época presidente eleito), quer imitando Elvis Presley, ou então satirizando o funcionário público. Hilária a sua performance como o caipira que achou no quintal de sua casa o primeiro satélite artificial (o russo Sputnik). São momentos de sátira às situações da época e que abriram espaço na mesmice das chanchadas.
Para um conhecimento melhor sobre esse artista abro espaço tratando dele.
Oscar Lourenço Jacinto da Imaculada Conceição da Teresa Dias, o Oscarito, nasceu em Malaga, Espanha, em agosto de 1906. Filho de pessoas de circo, logo veio para o Brasil e não só por isso, mas por adotar o jeito carioca de ser, dizia-se brasileiro. Foi artista de circo desde os 6 anos e idade, ocupando as condições de acrobata, trapezista e palhaço. Como nesses locais havia também a encenação de peças de teatro acabou aderindo ao palco, em 1932, com a peça “Calma Gegê”, sátira ao governo Vargas (antes de se instalar a ditadura que viria 5 anos mais tarde). A partir daí foi convidado a atuar no cinema.
Em 1935 desempenhou um pequeno papel no filme “Noites Cariocas”, de Enrique Cadicamo. No ano seguinte fez uma seqüência hilária no hoje clássico “Alo Alo Carnaval” de Adhemar Gonzaga. Com a criação da produtora Atlântida, passou a atuar nas comédias dessa empresa sendo considerado o grande astro das chanchadas (como os críticos chamavam os filmes que entrecortavam as cenas dramáticas, ou melhor, cômicas, com números musicais, especialmente carnavalescos).
Muitas vezes Oscarito fez dupla com outro ator da época, Grande Otelo, marcando a memória de gerações em filmes como “Carnaval no Fogo”(1949), ”Aviso aos Navegantes”(1950), “Carnaval Atlântida”(1952), “Matar ou Correr”(1954), “Nem Sansão Nem Dalila”(1955), “Guerra ao Samba”(1956), “De Vento em Popa” (1957), “Esse Milhão É Meu”(1958) e “O Homem do Sputnik”(1959).
Oscarito também mantinha a sua raiz teatral com um grupo de familiares. Ele chegou a vir à Belém exibindo-se no Teatro da Paz com a peça “O Cupim”. Casado com a atriz Margot Louro, ao seu lado em comédias cinematográficas como “Esse Milhão é Meu”, faleceu em 4 de agosto de 1970 depois de encenar em casa um de seus passos de malandro, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC).As comédias com Oscarito levavam multidões aos cinemas. Hoje em sessões às 18 h, no Olympia com ingresso franqueado, estaremos homenageando o artista.
REGISTRO
Aproveito para registrar meu aplauso ao trabalho do colega da ACCPA Fernando Segtowick com o seu “Matinta”(Brasil, 2010) que assisti na manhã de 6ª.Feira última. O curta levou a Amazônia ao Festival de Brasília e mostrou a nossa cara a quem não nos dá crédito como bem falou na apresentação do programa a conterrânea de Abatetuba Dira Paes (melhor atriz do citado filme). O cenário está pronto para o talento e garra do Fernando para chegar ao longa. Mais sobre “Matinta” outro dia nesta coluna.
REGISTRO 2
Lembro aos leitores deste espaço que solicitam informação via email e ou telefonemas que a memória dos filmes exibidos em Belém este ano (comercial e estra) e que podem ser escolhidos nas listas de melhores deste ano já foi publicada em dois dias neste espaço. Procurem.
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