Dois filmes em cartaz podem deixar de figurar na agenda do cinéfilo desde que ele “teime”em pensar um pouquinho dentro de um cinema.
O primeiro, a julgar pela data de estréia é “Invasão do Mundo: A Batalha de Los Angeles”(Batle: Los Angeles/EUA,2011) de Jonathan Liebesman com roteiro de Christopher Bertolini (de “A Filha do General”). Tema: a invasão do mundo por seres de outro planeta. Se a batalha focalizada entre forças terrestres e espaciais centraliza-se na terra do cinema, nem por isso o filme deixa de colocar “flashes” de outras nações, inclusive do Brasil (há um rápido plano do Rio de Janeiro).
O assunto celebrizou-se com o escritor inglês H.G. Welles em “A Guerra dos Mundos”(The War of the Worlds) e ainda mais quando Orson Welles, no auge de sua juventude, levou a história ao rádio propagando-a em intercessões de programas como se fosse noticia urgente de uma invasão verdadeira. O fato provocou pânico e impulsionou a carreira do ator-radialista-teatrólogo (Welles chefiava o grupo Mercury de teatro). Posteriormente, o livro de Wells ganhou o cinema numa versão produzida por George Pal e dirigida por Byron Haskin, em 1953. Mais recentemente esteve num “blockbuster” de Steven Spielberg, protagonizado por Tom Cruise.
O novo filme em cartaz trata o tema como um documentário. Começa com transmissões de TV sobre a guerra que se trava com um inimigo oculto, com aparição meteórica desse inimigo. Menos do que nas versões de “A Guerra dos Mundos” quando surgem figuras esguias e pálidas. O caso atual é para mostrar, simplesmente, o poderio dos soldados norte-americanos. È uma grande barulheira sem nexo, com uma linha e história seguindo sobreviventes que se escondem em ruínas. Um conceituado crítico chamou o trabalho de Liebsman de “stupid”.Procede. Já não cabe mais esse tipo de endeusamento de guerreiros e guerras. E quando não é o terrorismo que surge de vilão, substituindo os comunistas do tempo da “guerra fria”, são os ETs. É difícil, na história do cinema, ter uma visão diferente das já difundidas sobre um ET. O de Spielberg é exceção. E o que dá um “recado” de science fiction é Klatoo, da primeira versão de “O Dia em que a Terra Parou”(1951) certamente criticando os autores que glorificam guerras com o nome das figuras de seu mundo.
O outro programa de baixa qualidade é “Fúria Sobre Rodas”(Drive Angry/EUA,2011) de Patrick Luisser. Desta vez o diretor é também o roteirista. E quem luta contra o “mocinho” é nada menos do que o diabo. Ou “os diabos”. O ator Nicolas Cage, cada vez especializando-se em filmes ruins, protagoniza um ex-presidiário que busca um neto seqüestrado depois do assassinato da filha, por um grupo de satãnistas (adoradores do diabo). Na corrida louca atrás dos agentes do mal entra uma jovem garçonete que acaba ajudando a matar bandido. O roteiro não explica bem quem tem a força na briga do lado dos demônios: se Jonah (Billy Burke) ou Accontant ( William Fitchter). Se o primeiro é visto no auge do ritual que vai “imolar” a neta de Cage, ou Milton como se chama o personagem, o segundo é misterioso e ora parece matando e procurando recambiar o protagonista para as trevas, ora, como no final, associa-se a ele pedindo-lhe uma nova aventura que ao que é possível avaliar não deve ser produzida visto que o filme foi um tremendo fracasso de bilheteria em seu porto de origem.
Criado para realçar a 3D, com objetos jogados para diante da câmera e o mais que possa “assustar” platéia, “Fúria sobre Rodas” se explica não só na mágica de mostrar o carro do personagem de Cage sair incólume de uma explosão e rodar sem problemas, mas, no espectador que paga para ver tanta besteira e ficar contrariado.
Como se vê, em dois programas aparentemente de diversão, os custos (do ingresso e do divertimento) são altos e por isso devem alertar o espectador para uma melhor escolha.
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