Filme sobre um ambiente circense? De que época? O que pode render hoje uma produção nos molde de “Água para Elefante” (Water for Elephants/EUA, 2011)?
Primeiramente, o enredo. Enquanto a primeira sequência adota um climax de arranjos entre os funcionários de um circo, um senhor idoso (Hal Holbrook, 86 anos, 124 filmes) se acerca de um deles, aparentemente o responsável pela gerência e, para mostrar conhecimento, vai nomeando alguns títulos famosos desses grupos de espetáculo. Reconhecida a sua expertise para uma época do passado quando essas empresas, geralmente familiares, tinham o toque magestoso de criar uma platéia notável para as variadas atrações apresentadas, a narrativa explora em flash-back a história que esse personagem passa a contar.
Entra em foco, então, o jovem Jacob (Robert Patterson) filho de poloneses, que por diversas situações (morte dos pais, queda do status econômico, sem casa para morar porque fora tomada pelo banco, e sem emprego ), deixa os estudos em medicina veterinária para “correr mundo” tangido pelas condições da grande depressão de 1929 que abalou os EEUU. Ao tomar um trem em movimento percebe que é um comboio de circo e nessa leva ele se inscreve como mais um entre os operários. É aceito pelo dono da empresa registrada como dos irmãos Benzini. É ai que vai explorar sua capacidade de veterinário e assim conhece Marlena (Reese Whiterspoon) e seu marido August (Christof Waltz, o alemão sanguinário de “Bastardos Inglórios”), dono do circo.
O tema prende-se à afeição que passa a unir Jacob e Marlena e o despotismo de August, um homem cruel que usa a sua malignidade contra os funcionários, jogando-os do trem em movimento para não ter que pagá-los.
O clímax do drama formado pelo triangulo amoroso ganha a intervenção de uma elefanta, Rosie, adquirida por August e que de inicio vira objeto de suas crises de raiva quando não consegue adestrar o animal.
O clímax do drama formado pelo triangulo amoroso ganha a intervenção de uma elefanta, Rosie, adquirida por August e que de inicio vira objeto de suas crises de raiva quando não consegue adestrar o animal.
Todo o enredo é contado de forma cronológica com narrativa linear e uma edição própria dos melodramas antigos. Este formato se tornou o “cavalo de batalha” da critica norte-americana que não viu nenhuma qualidade no filme dirigido por Francis Lawrence (austríaco que fez “Constantine” e “Eu Sou a Lenda”) adaptado da história originalmente do livro homônimo de Sara Gruen, com roteiro de Richard LaGravenese.
Insisto em que se deve reparar, primeiramente, na direção de arte, mostrando uma boa reconstituição de época, uma edição competente e um rendimento acima da média do elenco. Claro que todos representam estereótipos. Waltz é o vilão clássico, Patterson é o mocinho decidido (apanha, mas não deixa de brigar) e Reese Whiterspoon faz pouco esforço como a garota enjeitada supondo-se submissa ao marido que praticamente a adotou. Mesmo assim, o entrechoque dessas figuras ganha o mínimo de suspense ajudado pelo que acontece no circo, das atrações convencionais desses espaços ao desastre final que todo mundo espera. O que não está no programa premeditado é a situação do idoso que foge de um asilo e conta que apesar de ter 5 filhos nenhum lhe deu guarida. Devido a isso, ele conclui a sua história: “eu voltei para casa” (referindo-se ao circo). E pede para ser o mais velho bilheteiro desse tipo de comércio, um “fato para o Guinesse Book” segundo o seu ouvinte.
Um enredo previsível, mas bem engendrado. E a aliá Rosie é uma “excelente atriz”, cumprindo a missão que lhe confere o roteiro.
Quem não exige muito pode ir ao cinema. E os mais velhos vão lembrar outros filmes de circo como “O Maior Espetáculo da Terra”, “O Grande Espetaculo” ou “O Circo dos Horrores”.
REGISTRO
Quem não exige muito pode ir ao cinema. E os mais velhos vão lembrar outros filmes de circo como “O Maior Espetáculo da Terra”, “O Grande Espetaculo” ou “O Circo dos Horrores”.
REGISTRO
Sem referência na sessão comemorativa dos 111 anos da criação da Academia Paraense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, no último dia 03/05, impossivel deixar de anotar um fato importantissimo. Neste centenário de existência dessas instituições somente agora uma mulher se torna presidente de uma delas: Anaiza Vergolino foi eleita a primeira mulher presidente do HIGP. Parabéns a todos nós, consócios.
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