Prossegue a circulação, nas locadoras, dos filmes que escaparam das telas de cinema em Belém. Há de tudo, mas a maioria esclarece que os distribuidores & exibidores pensam o nosso mercado de um modo muito estreito, achando que o que dá bilheteria é uma concepção infanto-juvenil de filme de aventura e/ou comédias românticas que na maioria das vezes nada possuem de românticas e muito menos de comédias.
“Amor e Ódio”(La Rafle/França,2009) é um dos melhores filmes que já se fez sobre o holocausto. Focaliza o episódio histórico de judeus franceses aprisionados, deportados e mortos pelos nazistas que dominaram a França, nos primeiros anos da década de 40, especificamente em 1942.
A diretora-roteirista Rose Bosh acompanha o calvário de muitas famílias, mas dá especial atenção a dois garotos que conseguem fugir do lugar onde os seus tinham sido confinados, testemunhando, no caminho, a passagem do trem que levava seus pequenos irmãos para o extermínio em câmara de gás.
O filme só desconfigura quando mostra algumas cenas de Hitler na sua pousada nas montanhas, copiadas de um filme colorido encontrado depois do conflito. O ator que interpreta o tipo nazista tem certo ar caricato. Mas isto é um detalhe dispensável no enfoque de um drama que comove. Enfoque muito feliz no comportamento dos atores, na câmera jornalística, na edição que dá ao conjunto um ritmo ágil, intensificando o teor dramático. Importante assistir.
“Bom Demais Para Ser Verdade”(Main Street/EUa,2010) apresenta Colin Firth (o dono do Oscar por “O Discurso Do Rei”) como um empresário estranho que chega à uma pequena cidade norte-americana, então em franca decadência, alugando um depósito para abrigar barris lacrados que não nega conter material tóxico. A trama envolvendo esse personagem e uma viúva da sociedade tradicional local que lhe aluga o depósito passa em paralelo com a de uma jovem que despreza um policial apaixonado e se decepciona quando sabe que o patrão, com quem pretendia um relacionamento sério, é casado e pai de dois filhos. O espectador espera surpresas desses enredos, mas o roteiro não cai em armadilhas. O que importa é a decadência comercial e social do lugar. Muito interessante. Direção de John Dale (também autor do roteiro). Excelente desempenho da veterana (79 anos) Ellen Burtsyn.
“Trabalho Sujo”(Sunshine Cleaning/EUA/Canadá 2008) focaliza duas irmãs que procuram se manter longe do velho pai (Alan Arkin, em bom desempenho). Uma das irmãs, Rose (Amy Adams) tem um filho pequeno e procura se manter em um emprego. Amante de um policial casado vem a saber por este dos custos de uma limpeza de cenas de crimes. Oferece seus préstimos também à irmã. E acabam montando um pequeno negócio embora divergências no caminho façam com que Norah (Emily Blunt), a outra irmã, vá procurar melhor campo de trabalho em outra cidade. O filme é bem narrado linearmente e traz excelentes desempenhos.
E para quem busca os clássicos está circulando um filme raro de John Ford: “Mary Stuart, Rainha da Escócia”(Mary Stuart/EUA, 1936). Katherine Hepburn protagoniza a prima da rainha inglesa Elizabeth I que depois de enviuvar do jovem filho do rei da França volta à sua terra natal, a Escócia, onde encontra uma armação política contra sua pessoa. O lado histórico apresenta licenças muito grandes que não sei se estão na peça original de Maxwel Anderson roteirizado por Dudley Nichols. Mas o filme é bem narrado, a direção de arte muito boa especialmente para os recursos da época. Prova da versatilidade do diretor de grandes westerns.
DVDS MAIS LOCADOS( FOXVIDEO)
1. Cisne Negro
2. Caça às Bruxas
3. Zé Colmeia - O Filme
4. Alem da Vida
5. Inverno da Alma
6. Burlesque
7. Amor e Outras Drogas
8. Deixe-me Entrar
9. O Turista
10. Trabalho Sujo
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