sexta-feira, 7 de outubro de 2011

PREMONIÇÃO 5




No primeiro filme da série “Premonição”(Final Destination), realizado em 2000 por James Wong, alguns jovens que deveriam viajar de avião desistem na hora da decolagem porque umdeles percebe que vai haver um desastre e todos morrerão se prosseguirem na viagem. O desastre acontece realmente e os que escaparam graças à premonição começam a morrer devido a acidentes tolos. É como se a morte “cobrasse” a falta de seus “clientes”.


O assunto foi tematizado em série, em mais 3 filmes. Supunha-se um término com o fracasso do número 4. Mas a Hollywood de hoje vive de reciclagens. Os donos dos estúdios estão convictos de que sempre é melhor investir em projetos que um dia faturaram bem no mercado do que empregar dinheiro em outros duvidosos.


“Premonição 5”(Final Destination 5/EUA,2011) troca o avião do primeiro filme da série por uma ponte em reforma. O jovem que vai passar pela ponte fere um dedo no veiculo que o transporta e acha, “num estalo”, que o melhor é sair dali, alertando os companheiros de viagem. A queda da ponte dá margem aos efeitos digitais mais interessantes ao processo 3D. Aliás, os créditos do filme sobre vidro estilhaçado, com pedaços caindo em direção à platéia, já é um trunfo para a projeção tridimensional. No feitio de parque de diversões é claro.


A novidade do roteiro de Eric Heisserer com base nas personagens de Jeffrey Redick é que, em dado momento, uma jovem escapa de morrer (era uma das candidatas a sucumbir na queda da ponte) ficando a fatalidade para uma colega. Com isso, o mentalista da premonição considera que se a pessoa marcada pela morte arranjar um substituto pode sair do quadro fatalista. Parece dar certo com outro membro da turma. Mas logo a morte cobra  o engano. E o filme fecha como o primeiro da série começa.


A direção de Steven Quayle, assistente de James Cameron em “Avatar”, é a de um técnico em efeitos especiais. Seu modo de ver cinema prende-se ao visual que o diretor de “Titanic” usou desde a sua participação na franquia “Alien”. O filme de agora, portanto, é uma brincadeira sem pretensões artísticas. Um programa como passear num dos brinquedos de arraial de Nazaré ou em feira de diversões. Com uma desvantagem: as mortes focalizadas primam pelo mau gosto, pelo bizarro, a título de assustar o/a espectador/a. Um dos eventos mórbidos, por exemplo, é a de um cliente de oftalmologista que é vitima de um curto-circuito na sala onde está sendo examinado, com as pálpebras presas a ganchos, que se desespera e se atira da janela do prédio que ocupa. Quando o corpo cai no cimento o olho salta para adiante, mais próximo da câmera ( na 3D é como se fosse cair na platéia).


No caso de Promonição 5, o cinema responsável se esconde. Mas é sempre bom conferir. A opinião que sempre emitimos em nossos espaços é de quem já maturou muitas dessas “mensagens” de súbitas ocorrências que o cinema de Hollywood teima (porque se inclui no seu processo de circular a mercadoria) em manter. É isso.

REGISTRO

Este espaço registra a“passagem” de Rubens Onetti, falecido na semana passada. Ele foi um pioneirodo curta-metragem em 16mm aqui em  Belém.Realizou trabalhos para a iniciante TV Marajoara e, também, fez filmes paraparticulares e empresas. Foi contemporâneo de Milton Mendonça e Fernando Melo(vale dizer de Libero Luxardo na sua fase amazônica). Como cinegrafista de TVatuava com película, muito antes das câmeras digitais. E era um excelentefotografo. Um nome na história da cinematografia paraense que não deve seresquecido pelos futuros pesquisadores do tema. Acho que a ACCPA deveriarecuperar esse material (com os familiares dele) e fazer uma homenagem a quemmuito conheceu o cinema na Amazônia, dos registros de festas às imagensdocumentais de nossa terra. Minhas condolências aos seus familiares.

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