Os antigos exibidores locais
diziam que o melhor dia para cinema era a quarta-feira de cinzas. Com a
globalização das estréias, a porfia pela data mudou. Nesta semana de carnaval
estréiam nas salas dos dois circuitos exibidores locais os candidatos a Oscar
“A Invenção de Hugo Carbret” e “A Dama de Ferro”. Estréia também “Motoqueiro
Fantasma: Espirito de Vingança” e “Reis e Ratos”. No plano especial, o Cine
Libero Luxardo estréia “Triangulo Amoroso” e o Olympia encerra a sua mostra
Cinema de Carnaval com “Carnaval Atlântida” e “Orfeu do Carnaval” (ou “Orfeu
Negro”).
“A Invenção de Hugo Cabret”(Hugo/EUA,2011)
marca a estréia de Martin Scorsese, o prestigiado cineasta de “Touro Indomado”,
“Taxi Driver”, “Os Infiltrados” e tantos outros sucessos, em duas frentes: o
tema afeito à criança e a 3D. Seguindo um roteiro que tem por base o livro
infantil de Brian Selznick (neto do sobrinho de David O. Selznick o produtor de
“...E O Vento Levou”) na Paris dos anos 30 um garoto (Asa Butterfield) fica
órfão e passa aos cuidados do tio alcoólatra. Morando perto da estação de trem
ele se vê abandonado e a temer o fiscal da redondeza (interpretado pelo
irreverente Sacha Baron Cohen). Nessa situação, torna-se amigo de uma menina,
Isabelle (Chloé Moretz), órfã como ele e criada pelo padrinho George (Bem
Kingsley). É através dessa amizade e desse padrinho que o menino entra em
contato com o cinema. Simplesmente porque George é o famoso George Mèliés,
autor dos primeiros truques de imagem em filmes (dele “Viagem à Lua” em 1902).
Filmado em 3D, o filme é um
prazer para o próprio diretor, um amante da “arte das imagens em movimento”.
Cópias dubladas e legendadas. O filme é candidato a 11 Oscar e ganhou o Globo
de Ouro na categoria drama.
“A Dama de Ferro”(The Iron
Lady/UK 2011) é uma cinebiografia parcial de Margaret Thatcher, a primeira
mulher a assumir o posto de primeira ministra da Inglaterra. O filme dirigido
por Phyllida Lloyd de um roteiro de Abi Morgan, parte da personagem já idosa e
demente, colocando em flash-backs momentos de sua vida pública e pouco da
privada, preferindo retratar delírios como o de ver constantemente o marido
morto.
Meryl Streep, veterana e campeã de
indicações ao Oscar, embora só tenha em casa dois: de protagonista principal em
“A Escolha de Sofia” e de coadjuvante em “Kramer Vs Kramer”, volta a ser
candidata a atriz em uma representação plasticamente esmerada, com maquilagem
bastante para se parecer, fisicamente, com a biografada. E isso é a atração do
filme. O roteiro é muito superficial com relação a Thatcher.
“O Motoqueiro Fantasma-Espírito
de Vingança” (Ghost Rider, Spirit of Vengeance/EUA, 2011) é a volta do
anti-herói dos quadrinhos vivido por Nicolas Cage. No roteiro de Scott Gimple e
Seth Hoffman, o motoqueiro está no leste europeu quando é recrutado por
autoridades eclesiásticas para salvar uma criança perseguida pelo demônio. A
principio ele recusa, mas acaba achando que a nova aventura vai promovê-lo. A
direção é de Mark Neveldine e Brian Taylor. Mais um blockbuster de lançamento
internacional.
“Reis e Ratos” (Brasil, 2011) vê
os bastidores do golpe militar de 1964 seguindo um agente da CIA (Selton Mello)
que mora no Brasil e, com um amigo (Otavio Muller) pretende deter o presidente
achando que este pode atrapalhar o movimento revolucionário. Direção de Mauro
Lima. O filme foi realizado em preto e branco e intercala documentários de
época;
“Triangulo Amoroso” (Drei/Alemanha
2010) é dirigido por Tom Tykwer (“Corra Lola, Corra”). Em resumo é a história
de Hanna (Sophie Ross) e Simon (Sebstian Schipper) casados e em torno de 40
anos. Ela é apresentadora de um programa de entrevistas na TV e ele engenheiro.
O relacionamento do casal é abalado por novos parceiros e com uma doença. O
filme concorreu no Festival de Veneza de 2010.
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