No próximo domingo, a Academia de Artes e Ciencias
de Hollywood estará entregando os Oscar, premiação para os melhores filmes e
diversas categorias do cinema no ano que passou. Para analisar esta premiação é
preciso que se observe, primeiramente, que se trata de um certame da indústria
para a indústria. Essa é a grande diferença do Oscar para os festivais de
cinema, especialmente os mais tradicionais: Berlim, Cannes e Veneza, neste
caso, o que pesa é o lado artístico e o aspecto criativo de filmes de diversas
nacionalidades. No Oscar os filmes & categorias são tratados como produtos
das produtoras norte-americanas, abrindo espaço para as de outros países no setor
“filme estrangeiro” e absorvendo o que se faz na Inglaterra, pois o que vale é
a língua inglesa.
A Academia de Hollywood foi criado em 1927 e o
primeiro Oscar foi dado em 1929 referente aos filmes lançados em 1927/1928. A
estatueta dourada ganhou esse nome segundo coentários, porque a secretária-executiva da Academia, Margareth Herique ao vê-la achou que a
pequena estatua folheada a ouro era muito parecida com o seu tio Oscar. Mas há
quem diga que foi Bette Davis quem achou a mesma coisa, ou seja, semelhança com
um tio dela de nome Oscar.
Os premios são dados a
diversas categorias: de filme a artefatos técnicos, passando pelo elenco, diretor
e roteirista. Nos anos 40 criou-se uma categoria dedicada ao filme estrangeiro,
ou seja, ao que não fossen falado em inglês. Outras menções surgiram com o
passar dos anos mas, o que importa ao fã de cinema é a avaliação do critério
oferecido pelos membros da academia que votam da seguinte forma: diretores
associados em diretor, atores em atores, roteiristas em roteiristas e só na
categoria “major”, a de filme, é que votam todos os associados da Academia.
Desde a sua criação o Oscar
vem levantando criticas. No primeiro ano o premiado foi o filme “Asas”(Wings),
de William Wellman, mas nesse ano concorria uma obra-prima que hoje é cultuada
por todos os que estudam cinema: “Aurora”(Sunrise) do alemão F. W. Murnau (que
em sua terra natal realizou os ícones da fase expressionista, “Nosferatu” e
“Fausto”, além de ter realizado um exemplar do movimento “kammerspiel”(cinema
de câmera) que foi “A Última Gargalhada”.
Ao longo dos anos, muitos
títulos também mereceram restrições dos críticos e, mesmo, dos fãs. Exemplos: “Broadway
Melody”(1928/29) ganhou porque o musical, uma criação da fase de cinema sonoro,
entusiasmava o público. A mesma predileção pelo gênero deu o Oscar de 1936 a
“Ziegfield, O Criador de Estrelas ", quando concorriam títulos do nível de
“Adversidade” (vencedor na área de atriz coadjuvante - Gale Sondergard). Mas
não vou me alongar na aferição dos Oscar de filme em 83 anos. Basta mencionar
as mais gritantes injustiças. Charles Chaplin, Alfred Hitchcock, Orson Welles e
Stanley Kubrick nunca receberam Oscar por seus filmes. Quando muito receberam premios
honorários como Chaplin em 1972. Por sinal que o primeiro filme de Hitchcock na
América, “Rebeca”(1940), recebeu o Oscar de filme (dado ao produtor David O.
Selzick) mas o de diretor, nesse ano, foi para John Ford por “Vinhas da Ira” (filme
excelente mas seria a vez de dar as honras ao “convidado” inglês).
Causou espanto quando, em
1941, o filme “Como Era Verde o Meu Vale”(How Green Was My Valley), de John
Ford, ganhou o emblemático “Cidadão Kane”(Citizen Kane) de Welles. E em 1968
“2001, Uma Odisséia no Espaço”de Kubrick perdeu para o musical “Oliver”de
Caroll Reed, hoje esquecido.
A análise sobre os concorrentes de agora esta em outro texto. Mas o leitor ou
leitora pode manifestar sua opinião para esta coluna sobre esse tema. E
encaminhar para o meu email que então publicarei.
Talvez seja por todas essas "injustiças" e constrastes que amamos em alguns casos detestar o " Oscar"
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