Às vésperas da entrega dos Oscar, os cinemas da
cidade não aparentam se importar com isso. Filmes candidatos como “O Artista”, ”O
Homem que Mudou o Jogo”, “Histórias Cruzadas”, ”Sete Dias com Marilyn” e“O
Espião Que Sabia Demais”, todos com distribuição assegurada no Brasil, e a
maioria já lançada no sudeste, passam ao largo das nossas salas. Só uma estréia
faz parte da seleção que disputará os prêmios da Academia de Hollywood no
próximo domingo: ”Tão Forte e Tão Perto”. Felizmente podem ser vistos: “A
Invenção de Hugo Cabret”, ”A Dama e Ferro” e “Os Descendentes”. Estréia, também,
“A Mulher de Preto”, primeiro desempenho de Daniel Radcliff, o Harry Potter do
cinema, em filme diferente do qual estreou como ator. E há os extras com “Orfeu
do Carnaval”, “Brinquedo Proibido” e “Esse Obscuro Objeto do Desejo”, com a promessa
de começar na próxima 4ª. feira a mostra de filmes do cineasta Erik Rocha.
Tão Forte e Tão Perto”(Extremely Loud &
Incredible Close/EUA,2011, foto) focaliza um garoto de 9 anos (Oskar Shell) que
procura uma fechadura para a chave que seu pai deixou antes de se encaminhar
para o World Trade Center e morrer no atentado de 11/09/2001. O filme, dirigido
por Stephen Dalry (de “As Horas” e “O Leitor”) com roteiro de Eric Roth baseado
em um livro de Jonathan Safra Foer, é candidato a 2 Oscar (filme e ator
coadjuvante, o veteraníssimo Max Von Sidow). No elenco, Tom Hanks e Sandra
Bullock. É a estréia mais auspiciosa da semana. Assistindo-a junto a “A
Invenção de Hugo Cabert” e “Os Descendenets”, depois de ver “Cavalo de Guerra”,
“Meia Noite em Paris” e “A Árvore da Vida” já dá para avaliar as premiações do
Oscar, embora falte “O Artista” .
“A Mulher de Preto”(Lady in Dark/EUA,UK/2011) traz
Daniel Radfliff, o intérprete de Harry Potter, protagonizando o advogado Arthur
Kipps que viaja para o interior da Inglaterra em busca de documentos que
ajudariam a elucidar um caso da morte de crianças o qual é atribuído a um
fantasma que ronda o local. A história origina-se de um livro de Susan Hill e
tem os ingredientes do terror clássico, sem a exibição gratuita de violência.
Pelo menos é esta qualidade que evidenciam os críticos que já assistiram o
filme. O interesse comercial repousa no ator, que dizem ter um desempenho muito
bom. A direção é de James Watkins protagonista do inédito nas salas de Belém,
“Eden Lake”(também do gênero terror).
“Brinquedo Proibido”(Jeux Interdits/França 1952) é
um clássico querido por quem já o assistiu. Trata de duas crianças, no tempo de
guerra (a 2ª mundial) cuja brincadeira habitual é enterrar pequenos animais que
eles encontram mortos, no cemitério da localidade onde moram. Nesse aspecto,
evidencia-se a grande metáfora antibélica demonstrativa dos horrores que essas
crianças viveram no período. Revelação de Brigitte Fossey, aos 5 anos. Direção
do mestre René Clement. Sessão Cult do Libero Luxardo, sábado, às 15h00 (começa
mais cedo, pois, em seguida, abre espaço para um debate sobre o Oscar).
“Orfeu do Carnaval”(Orphée Noir/França 1955) ganhou
Palma de Ouro em Cannes e Oscar em Hollywood. Extraída da peça de Vinicius de
Moraes, filmada pelo francês Marcel Camus. Revelou Breno Melo, nunca antes um
ator. Vinicius não gostou, mas o filme teve uma boa plateia e impulsionou o
nosso turismo. Exibição no Olympia, hoje, 6ª sexta feira.
“Esse Obscuro Objeto do Desejo (Cet Obscure Objet
Du Désir/França 1977) é o último filme do grande Luis Buñuel. O ator Fernando Ray protagoniza um homem de meia
idade, às voltas com uma garota instável (papel vivido por duas atrizes: Carole
Bouquet e Angela Molina) .Exibição no IAP (Cine clube Alexandino Moreira, 2ª feira,
27, às 19 h).
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