domingo, 19 de fevereiro de 2012

REEDIÇÕES EM 3D



Estamos assistindo a dois filmes antigos com “roupa nova”: “Guerra nas Estrelas-Primeiro Episódio” e “A Bela e a Fera”. A “roupa” é a transformação desses filmes para o processo tridimensional. A moda de uma indústria que se recicla quando observa qualquer estremecimento na sua arte de faturar (a oitava arte, segundo um critico e historiador espanhol).
Mas a verdade é que a 3D não é nova. A partir do estereoscópio criado em 1838 por Charles Wheatstone, Joseph D’Almeida criou o anaglifo – separação das imagens em duas cores: azul e vermelho. Essa conquista permitiu que Louis Auren trabalhasse a fotografia colorida de forma a que o observador separasse os raios de luz e, com isso, visse as imagens em profundidade. Em 1952, com a queda da venda de ingressos nos cinemas por conta da chegada da TV, um dos meios industriais usados para reverter o processo foi ressuscitar a invenção e fazer filmes de longa metragem para serem assistidos em 3 dimensões com o auxilio de óculos bicolores (as cores usadas por Auren).

Em Belém chegou, inicialmente, “Museu de Cera”(House of Wax/EUA 1952) da Warner, dirigido por Andre de Toth. A exibição se deu no Cine Olímpia e consistia em projetar, simultaneamente, duas cópias do mesmo filme, observadas com óculos oferecidos no momento da aquisição do ingresso. O sucesso deu margem a outros títulos, inclusive, em titulos preto e branco como “O Terror da Torre”(The Maze/UK/EUA 1953) de William Cameron Menzies. Mas não demorou em cartaz. Com a chegada do cinemascope, em 1954, a atração maior foi o alargamento da tela e o som estereofônico. Na mesma época, por guerra de direitos autorais (o cinemascope foi comprado pela 20th Century Fox do inventor francês Henri Chrétien), a Paramount lançou o Vista Vision, filmagem em negativo mais largo (70mm contra os 35mm comuns) e revelação em película usual. Seria um modo de dar mais nitidez à imagem. Ainda assim, não fez sucesso. O “scope” que logo perdeu a hegemonia para o método Panavision, passou a ser rotina. E os filmes continuaram atraindo pelo que mostram em seu argumento e narrativa.
Hoje, a febre da 3D faz com que produtores retornem aos laboratórios seus antigos sucessos e trabalhem os fotogramas para que surjam imagens superpostas a serem discernidas com óculos que não mais precisam das cores básicas do anaglifo e sejam devolvidos à saída da sala de exibição. Segundo os exibidores, esses óculos são esterilizados para novo uso. Assim espero.
Isso tudo é motivo de moda. Quem é fã de Luke Skywalker está indo rever “Star Wars” pelo prazer de reencontrar seus heróis em tela grande (o fã deve ter sua cópia do filme em DVD ou Bluray, certamente). E a Disney achou que a volta do “Rei Leão”, sua primeira adaptação de desenho antigo para a 3D, foi muito compensadora, lançando logo “A Bela e a Fera” e já planejando a volta  de “A Pequena Sereia” e outros títulos que incluem o acervo da PIXAR.

Mas a grande pergunta é se essa estratégia vai “pegar”. Cineastas como Martin Scorsese(“Hugo Carbet”), Steven Spielberg (“Tintim”), Win Wenders (“O Pina”) e até Werner Herzog (“A Caverna dos Sonhos Perdidos”) aderiram filmando com vistas ao efeito tridimensional. E há técnicos trabalhando para a estereotipia ser observada sem óculos. Seria a fórmula para a 3D ser definitiva. E assim, os filmes perseguirão cada vez mais a realidade física, embora os sentimentos continuem alcançados em velhas técnicas. “O Artista”, favorito no Oscar, mudo em p&b, é um exemplo.


MUDANÇAS DE HORARIO NO LIBERO LUXARDO.

Recebi: “Devido ao feriado de Carnaval, houve alterações na programação das Sessões Regulares. Seguem as datas atualizadas do filme "Triângulo Amoroso" de Tom Tykwer”.

Datas:

15 a 19/02 e   23 a 24/02 (19h)

 26/02 (17h e 19h) e  29/02 a 03/03 (19h) e  04/03 (17h e 19h)

Os não-carnavalescos devem se habilitar.

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