John Carter-Entre 2 Mundos
A empresa Disney amarga o
prejuízo da produção de “John Carter” seu filme mais caro (US$250 milhões) que
só ganhou a pole-position do box office semana passada (a sua 2ª em cartaz),
mesmo assim com apenas US$ 123.35 de soma. Isto sem contar a publicidade
milionária que o filme recebeu.
“John Carter-Entre 2 Mundos” é
dirigido por Andrew Stanton (48) diretor vindo da animação (trabalha na PIXAR),
responsável por sucessos na área como “Procurando Nemo” e “Wall E” (ganhadores
do Oscar). O roteiro, do próprio diretor associado a Mark Andrews, vem de uma
historia de Edgar Rice Burroughs, o criador de Tarzan. Antes de esse autor
criar “o rei das selvas” escreveu algumas novelas de ficção e esta viagem de um
combatente da guerra civil norte-americana em mundos distantes (inclusive
Marte) ganhou guarida em jornais do inicio do século passado em estilo
folhetim. Certamente Andrew Stanton achou que a tecnologia atual, inclusive o
uso de 3D, seria o meio para se mostrar numa tela o que a imaginação doe
escritor produziu quando nem televisão existia. Ainda não vi o filme, mas
certamente vou assistir e comentar neste espaço. Hoje me detenho nessa questão
de sucesso popular. Por aqui, “Motoqueiro Fantasma 2” (Ghost Rider: Spirit of
Vengeance) faz sucesso. Estreou em seu país de origem dando lucro de U$ 22
milhões quando seus custos alcançaram U$ 75 milhões. Está se pagando, portanto.
E teve continuação devido o primeiro filme do personagem, realizado há 4 anos, ter
tido sucesso financeiro. O autor da idéia é David S. Goyer e o tipo
assemelha-se ao Tocha Humana, personagem dos quadrinhos. Esse tipo deu sua alma
em troca de um poder que o faz um guerreiro atuante em sua motocicleta. Um
guerreiro em chamas, sem que o fogo lhe macule o corpo. Agora, ele está no
leste europeu (antes morava nos EUA) gozando de uma espécie de aposentadoria.
Mas recebe um pedido de atuar contra forças demoníacas influentes sobre seres
humanos. E quando é o próprio diabo o vilão já se espera prodígios de CGI
(efeitos especiais).
Nicolas Cage, alvo do comentário
de outra coluna, a propósito de “O Pacto”, outro filme seu em cartaz, ganha
mais um ponto negativo numa carreira problemática. O verdadeiro astro do filme
é a equipe dos efeitos especiais e, também, dos visuais (há distinção nessas
categorias). São 8 técnicos de efeitos e cerca de 208 na parte visual. Muita
gente trabalhando para o diretores Mark Neveldine e Brian Taylor organizarem
sua encomenda comercial que vai dos quadrinhos ao “filme de terror” . Nada a
agradar o cinéfilo exigente. E nem se pensa nesse pessoal. Este cinéfilo, onde
se situa a critica especializada, revê “O Artista”, aqui em uma única sala,
projetado na sessão em que estive com um desfoque incomodativo (a imagem em
preto e branco mostrava-se borrada num quadro menor como se objetivou pensando
no cinema antigo) ganha publico reduzido. Apesar dos 5 Oscar e de tantos
prêmios internacionais, a grande platéia prefere tecnologia, ação e som em alto
volume. Isso valeria para mais e mais fantasia.
Mas não sei se a fórmula está
dando resultado no mercado nacional com “John Carter”. É de supor que a
fantasia pura está sendo trocada por sustos como o que foi visto em “A Mulher
de Preto”. No caso, susto até pela qualidade, pois, o filme incomoda quem
apostou no carisma de Daniel (Harry Potter) Radcliffe.
Mas o gosto é algo democrático. E
a expectativa do público por filmes não tão interessantes merece respeito. O
que tenho muito.
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