Um leitor
deste espaço pergunta se os filmes que foram candidatos ao Oscar e não chegaram
a estrear por aqui ainda vão ser exibidos. Ele cita traillers em cartaz. Infelizmente
declino de responder afirmativamente, mas é de supor que muitos títulos só
alcançarão nossos espectadores no formado DVD. Simplesmente porque não trazem a
aproximação comercial que nas nossas salas representa a fórmula indispensável
ao processo de circulação de mercadoria onde há a cobertura de custos com
margem de lucro.
Hoje procuro
registrar os títulos de filmes que estiveram à disposição dos associados da
Academia de Artes e Ciências de Hollywood e que estão faltando exibir ou ainda
vão chegar às nossas salas belenenses.
“Histórias
Cruzadas”(The Help) foi candidato a melhor filme e ganhou na categoria de atriz
coadjuvante (Octavia Spencer) onde também concorria. Esteve nos cinemas do
sudeste. Trata-se de um drama apoiado na temática do preconceito racial
evidente no sul dos EUA por volta dos anos 60. No enredo, duas empregadas
domesticas são focalizadas e o relacionamento com os patrões nem sempre é
pacifico. Há vários tipos de brancos também focados. Poucos estimam os negros.
O tema já esteve em muitos filmes e alguns da época da ação com menos ou mais
violência em cena. Este exemplar dirigido por Tate Taylor com base no livro de
Kathryn Stockett podia abordar o tema de outro ângulo ou esmerar-se na
linguagem. Mas não há esforço para isso. A narrativa é acadêmica e o apoio
maior investe nos atores.
“O Homem
que Virou o Jogo”(Moneyball) candidatou Brad Pitt como melhor ator, além de
concorrer na categoria de melhor filme. Pitt protagoniza um treinador de
baseball que briga pelo seu time em fase de rebaixamento. Ele usa uma
tecnologia matemática para indicar os jogadores mais promissores, mas esse
cálculo não dá certo, embora ele insista na sua interpretaçao racional. A
trama, envolve também a “cartolagem” do esporte favorito dos norte-americanos e
não chega a ser enigmática para os brasileiros porque a métrica dos negócios
por trás do campo é semelhante a que se vê no futebol. Considerei o filme muito
especifico no seu assunto. Pitt está bem embora esteja muito melhor em “Além da
Vida”(mas neste não foi indicado candidato). Não creio que o filme, dirigido
por Bennet Miller, chegue por aqui.
Michelle
Williams foi candidata ao prêmio de melhor atriz por seu desempenho em “Sete
Dias com Marilyn”(My Week with Marilyn), de Simon Curtis. Ela protagoniza a
famosa estrela de Hollywood na época em que viajou para Londres convidada a
filmar “O Príncipe Encantado”, com Laurence Olivier (o grande ator também
dirigindo). A história real foi escrita pelo jovem ajudante do estúdio
britânico, Colin Clark (no filme interpretado por Eddie Redmayne). O melhor do
conjunto é Kenneth Branagh investido de Olivier. Mas o roteiro é esquemático, a
direção capenga e o resultado parece uma daquelas matérias para fãs que antigas
revistas, como Cinelandia, publicavam. Penso quer o maior fã de Marilyn, o
saudoso amigo Edwaldo Martins (ele a chamava de “Mariazinha”) não ia gostar.
Melhor
seria se chegasse “A Better Life”(não tem nem titulo em português), de Chris
Weitz. Trata de um drama que mexe com duas políticas desse país: a imigração e
a falta de emprego. Enfoca um jardineiro que perde seu instrumento de trabalho
na mesma medida do que já foi visto em “ladrão de bicicletas”(Vitorio De Sica),
nos EUA de hoje quando um mexicano de permanência ilegal no país compra uma
caminhonete com dinheiro da irmã, roubam-lhe o carro e quando recupera é preso
por dirigir sem habilitação sendo também deportado para seu país de origem.
Excelente desempenho de Demián Bichir. Pessoalmente, considerei sua atuação
muito melhor do que do francês de “O Artista” e, sem dúvida, Bichir merecia o
Oscar.
A
Imovision fez uma sessão cabine do filme “Pina”, de Win Wenders , nesta
quinta-feira, 15, às 10h, no Moviecon (Pátio Belém), sendo a última cabine
realizada no país antes da pré-estréia do filme. É o primeiro filme de arte em
3D do cinema. Recebi convite especial de Jair Jr., da IMOVISION.
Sete dias com Marylin tem estreia para o proximo fim de semana, e Gostei de saber que Pina teve uma exibição na sessão cabine, bom sinal de que este filme pode chegar ao público de Belém.
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