Nova circulação de DVDs inéditos na cidade, em
especial, da FOXVIDEO. Acompanho esses lançamentos principalmente porque gosto
de assistir a filmes novos e, mesmo sem serem dessa safra, os antigos que não
chegam por aqui para a tela grande, merecem ser avaliados e, as vezes,
“curtidos” porque quase sempre são bons. Esta semana alguns mereceram minha
audiência no atual “Bandeirante”(antigo cineminha do PV e atualmente implantado
numa tela digital, widescreen 42 polegadas).
“Marginal
Call, O Dia Antes do Fim”(Marginal Call/EUA,2011) focaliza uma grande empresa
em crise econômica. Quem descobre isso é um funcionário antigo em vias de
demissão. Ele não tem tempo de esmiuçar no computador o problema financeiro
existente e por isso é chamado quando o substituto, muito mais jovem, percebe
que a grande corporação está praticamente falida.
O longa de
estreia do jovem J.C. Chandor, graduado pelo College of Wooster de Ohio em
1996, analisa a crise econômica que ainda persiste nos EUA. Dá idéia, pela
demissão de funcionários para “enxugar a folha” – o recente “Amor sem
Escalas”(Up In Air/2009) de Jason Reitman. No caso do roteiro atual, escrito
pelo diretor do filme, interessa não apenas o que acontece com os funcionários
de um gigante capitalista: interessa, sobretudo, a demonstração de fragilidade,
de como pode perder o controle do que acha que está sempre certo e, de repente,
percebe que pode figurar como um castelo de cartas adiante do vento.
A narrativa
acompanha dois personagens: Sam Rogers(Kevin Spacey), diretor do departamento
financeiro, e Eric Dale (Stanley Tucci), o descobridor do problema que ameaça a
firma. Também apresenta a atuação do chefe de tudo, John Tuld (excelente
atuação de Jeremy Irons). Essas pessoas experimentam o gosto da falência, mas a
lição tirada da crise é que o capitalismo se alimenta disso, que pode ressurgir
como uma fênix desde que saiba manobrar pelas vielas que o levam a uma luz
exterior. Mas quem perde são os mais trabalham nas engrenagens para manter o
castelo sempre erguido. É a exploração do sistema que desmente a asserção de
que esse é o melhor sistema.
Um dos
melhores filmes que eu vi sobre o assunto. Bem escrito, bem dirigido, não abre
a menor concessão ao espetáculo ou “divertissement”. Creio que por isso não
chegou aos cinemas (pelo menos os nossos). Está nas locadoras o DVD. Procurem.
Outro DVD de
filme que passou ao largo das telas grandes foi “Esses Amores” (Ces
Amor-là/França,2010) de Claude Lelouch. Aqui o cineasta de “Um Homem, Uma
Mulher” faz uma homenagem a si mesmo. Ele escreve, no inicio ,que está louvando
os seus 7 filhos, chamando assim os preferidos dos 53 filmes que dirigiu e 45
que escreveu (há mais esperando lançamento).A citação de obras passadas inclui
cenas de “Toda Uma Vida”(Toute une vie/1974), logo na abertura, justamente na
sequencia em que o cinegrafista dos primeiros aparelhos Lumiére está
documentando um fato e uma jovem que passa (e que seria a esposa dele)
pergunta“o que é aquilo”e ele responde: “a máquina de registrar a vida”. Daí
Lellouch abre para a fórmula que o consagrou: várias histórias, vários tipos, e
música romântica(no caso a emblemática “Que reste-e-t-il de nos amours?”).
Quem gostou do citado “Toda Uma Vida” e, também, de
“Retratos da Vida” (Les Unas et lês Autres-Bolero/1981) com certeza vai gostar.
No elenco, há veteranos como Anouk Aimée e Charles Denner, ao lado de jovens
como Audrey Dana e Dominique Pinon.
Também nas locadoras, dois filmes de guerra, um
deles inédito nos cinemas locais: “Ases do Espaço” e “Bastardos Inglórios”.Este
último chamou-se, nos cinemas brasileiros “O Expresso Blindado da SS
Nazista”(Quel maledetto treno blindato/Italia 1978) e ganhou o nome brasileiro
agora por puro oportunismo, pegando carona no filme de Quentin Tarantino. O
outro filme, no original, “Aces High”, é inglês, de 1976, e foi candidato ao
Bafta. É uma interessante abordagem na aviação britânica durante a I Guerra
Mundial.Malcom McDowell comanda o elenco.
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