A grande idéia dos autores de HQ moderna é dar o toque mais esmerado aos vilões. Não há mais atrativo colocar um Pinguim de guarda-chuva em punho contra um Batman que se conhece desde as primeiras publicações em quadrinhos ou em seriados de cinema e TV. Hoje preside a postura dark inventada pelo diretor Christopher Nolan (Memento, Insomnia). Dessa forma, surge um dissidente da mitologia nórdica, no filme “Vingadores”(The Avengers, EUA, 2012), o irmão de Thor, o mau caráter desde criança chamado Loki, capaz de dominar diversos mundos e de transportar ETs maléficos para a Terra com o objetivo de colocar o planeta azul no circuito que ele domina. Só um marginal desse tipo é que poderá atrair o time da Marvel Comics, super-heróis como o Homem de Ferro, o Capitão América, o Gavião Arqueiro, a Viúva Negra, o próprio Thor (que entrou para a Marvel e ganhou um filme solo) e ainda Hulk, a metamorfose do dr. Bruce Benner (no filme Mark Ruffalo), dispostos a atacá-lo. Para os papéis em um blockbuster de primorosos efeitos de computação gráfica, o diretor Joss Whedom contou com Robert Downey Jr, Chris Evans, Chris Hemsworth, Jeremy Renner, Scarlett Johansson e o citado Ruffalo.
A trama é extremamente previsível, mas, na verdade, isso não importa, ou melhor, é o objetivo dos autores que atendem à faixa jovem. Sabe-se que ninguém pode contra os “Vingadores”(The Avengers). São pouco mais de duas horas de ação quase que ininterrupta. Mas o melhor ator é mesmo o computador. Os atores interagem com telas verdes ou azuis onde se incluem cenas de destruição que realmente empolgam. As ruas de NY destruídas por naves monstruosas e seres não menos monstruosos se tornam uma atração do “gran finale” onde todos os super-heróis integram forças para eliminar os alienígenas ultra-equipados, mas fraquejando diante da força dos competidores. E o roteiro, felizmente, não perde a chance de mostrar humor: numa sequencia, o monstruoso Hulk ataca o arquivilão e dá-lhe uma tremenda surra. Ele havia dito que era um deus indestrutível, e após o litígio, Hulk vencedor satiriza o “deus fracote”.
Interessante, também, é a apresentação inicial que o filme faz dos heróis de per si com síntese de suas biografias. Sabe-se, por exemplo, como o Capitão América, um super-soldado produzido pelos EUA durante a 2ª.Guerra Mundial, dormiu no gelo do Antártico por mais de 20 anos e voltou para atender as novas situações perigosas a seu país; ou como o milionário Stark concebeu o Homem de Ferro; e como Thor foi criado por Odin, o deus supremo da mitologia nórdica e seu irmão de criação Loki transformou-se em malfeitor devido aos ciúmes pela hierarquia familiar ao poder. Esta apresentação, para quem não conhece as personagens é um bom auxilio para acompanhar a trama. Mas o que me pareceu original foi uma sequencia critica ao próprio EUA. Desesperado com a invasão de aliens, o exército envia um míssil atômico para atingir a cidade de NY. Mataria, então, milhares de civis, mas acabaria com os monstros. Sabendo disso, a SHIELD, entidade de proteção militar pede auxilio ao Homem de Ferro (o super-heroi que voa). E ele dá o suspense do filme, desviando a arma justamente para a janela celeste de onde escapam os ETs. Ou seja, a contraordem vinda dos super-heróis desaba na intenção dos homens da Defesa dos EUA que não pensam na morte de civis. Pode ser pouco, mas a brincadeira, especialmente em 3D, não pede muito. O filme visa apenas divertir. E está sendo o “point” de adolescentes e jovens que são “vidrados” nos games, alargando as filas dos cinemas onde estão sendo exibidos, principalmente nas sessões onde o filme é dublado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário