sexta-feira, 8 de junho de 2012

MIB 3


"O Animal" é a figura que incitará ao flashback dos primórdios do MIB.

Comédia com toque surrealista dirigida por Barry Sonnefeld com Tommy Lee Jones e Will Smith protagonizando agentes federais norte-americanos que monitoravam ETs de passagem (ou residentes mesmo) pelos EUA, o filme “Homens de Preto”(Men in Black/1997) tem tido grande sucesso. A ideia partiu de quadrinhos escritos por Lowell Cuninham. Deu certo em termos de público e de critica (90% de aprovação ). Uma continuação em 2002, entretanto, não teve a mesma sorte. Indicava esgotamento de história e situações cômicas. A receptividade decepcionante interrompeu a série por quase 10 anos. Agora surge este “Homens de Preto 3”(Men in Black 3/2012), com a mesma direção e com Ethan Cohen no roteiro, substituindo Robert Gordon de “MIB 2”(MIB é abreviatura de Men in Black).
A ideia atual é sair do cenário das aventuras dos agentes K (Kevin/Tommy Lee Jones) e J (Jay/Will Smith) saltando para o passado, especificamente o ano de 1968, quando J procuraria o vilão indomável Boris, O Animal (Jemaine Clement) na época em que K conseguiu cortar-lhe um braço, desencadeando a fúria desse personagem contra tudo e todos. Pior ainda: K poderia morrer na mão (pois só há uma) de Boris. Essa viagem temporal é motivo para gags amparadas na cultura de uma época. Para quem viveu o período vai achar pitoresco observar detalhes que mostram desde os carros mais usados, do tipo os “rabos de peixe”,aos movimentos jovens que não achavam nada de estranho transitar entre figuras disformes como os extraterrestres em festas ou outras reuniões sociais. No ano em que J se desloca do seu tempo atual, os norte- americanos preparam-se para ir à lua. Mas a missão da Apollo 11 pode ser atacada pelo monstruoso vilão nativo de outro mundo que pretende extingir os humanos. É preciso que os agentes imobilizem uma sabotagem preparada para a nave que leva os 3 astronautas ao satélite terrestre. Em 2012, o monstruoso “Animal” está preso numa cadeia lunar e de lá consegue fugir para a Terra.

O mais versado espectador em reconhecer “furos” na exposição de temas, vê que em MIB-3 há muitos. A começar com o ataque ao vilão no passado para mudar a sua atitude no futuro. Mas se houve êxito na empreitada não há motivo de agora se preocuparem com ele. Caso tenha mudado o curso da Historia, nada do que foi visto antes aconteceu. Por outro lado, se é verdade que em 1968 o homem foi à lua, é verdade que hoje, especialmente na época de dificuldades econômicas freando os projetos da NASA, um presídio lunar é extramente improvável. E afinal, se ETs passeavam entre os membros da contracultura há mais de 40 anos por que era difícil para o homem da Terra ir ao vizinho espacial? Não seria mais prático aprender com os visitantes de outro mundo como é que se viaja para fora do nosso? Essas são as minhas dúvidas que podem não ser a de outros espectadores.

Mas, verossimilhança é o que não se pede na franquia dos homens de preto. O que se pede é o desenvolvimento da comicidade nas aventuras expostas. Nesta 3ª etapa da franquia há menos humor que se tornem momentos memoráveis do que no primeiro filme. Mas o resultado é muito mais divertido do que no segundo. Fato que autoriza uma nova peripécia dos agentes que brincam com letras do alfabeto (o caso da agente O que pode ser namorada de K ficando OK).
Na verdade, o que menos o filme pede é o cunho explicativo que sempre se pronuncia numa lógica que se quer levar para o cinema. Nada é coerente nesse enredo, como se vê desde a sequência inicial com a fuga do Animal de uma prisão supostamente indestrutível. Então, esse envolvimento fantasioso da história, caso se posicionasse como numa memorável crítica aos “monstros” terráqueos como foi explorado no primeiro filme da série, evidenciando desde figuras como Elvis Presley, além de políticos famosos e dos adeptos da contracultura da época que eram expostos no telão da sede da corporação, o mundo fantástico do século XXI, dizem “os homens de preto”, tornaram-se espécies do cotidiano de hoje.

Mas, até o meio do filme se supõe uma idéia de sequenciamento das histórias já narradas, quando, na verdade, somente no final de MIB-3 é que o público vai saber o motivo do retorno ao passado. Vejam o filme sem a necessidade lógica que se carrega usualmente. Vai dar certo.

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