"Adeus primeiro Amor" (Fr., 2011) de Mia Hansen-Love
É
voz corrente que em Belém o fato de estar crescendo o número de casas de
cinemas isto não significa muitas opções de filmes. O que se tem visto
regularmente é um blockbuster ganhar muitas salas. Afinal, o comercio do ramo
segue a preferência popular que é ditada por dados estatísticos hoje
devidamente gravados em computadores. O meio mais eficaz de assistirmos mais
programas tem sido, portanto, para o público mais exigente, o DVD. E note-se
que atualmente a maior parte dos filmes mais substanciosos atinge especialmente
o disco tradicional deixando de fora o Bluray que geralmente segue os títulos
novos do mercado exibidor.
Esta
semana assisti a “O Último Dançarino de Mao”(Mao’s Last Dancer/EUA,2009) de
Bruce Beresford (o diretor de “Conduzindo Miss Daisy”), captando a biografia do
bailarino chinês Cunxin Li, com roteiro de Jan Sardi. O personagem principal (e
alvo do titulo) é o sétimo filho de um casal de camponeses na China que entrou
na era da “revolução cultural” preconizada por Mao Tse Tung. Hábil ginasta no
colégio, o menino se revela na dança e chama a atenção de um coreografo
norte-americano visitante da província chinesa onde ele mora. Cunxin Li é levado
para os EUA e passa a aprender passos de balé que não conhecia na orientação
xenófoba de seus professores. Quando tem que voltar à China ele se rebela. Está
namorando uma jovem bailarina e casa-se com ela. O fato foi visto pelo cônsul
chinês como uma trama para ficar na America. Mas se ficasse a família, na
China, sofreria repressões. E o rapaz começa a sentir-se pressionado, nervoso,
e acaba brigando com a esposa. Separado, ele volta à China, mas consegue
prosseguir nos estudos ocidentais. Se envolve com uma colega e no final do
filme há legendas colocando onde essas pessoas estão nos dias de hoje.
O
filme tem uma narrativa interessante, com poucos flash-backs, e o elenco
funciona bem. Nada de excepcional no gênero (biografias), mas está acima da
média do que se vê, atualmente, nos cinemas.
Outro
inédito é “Adeus Primeiro Amor”(Um Amour de Jeunesse/França,2011) de Mia
Hansen-Love. Relato de um romance juvenil em que o namorado põe acima de seu
amor pela namorada uma viagem com pretensão de encontrar o que deseja fazer na
vida (e não estudar). Ela, sua colega na escola, continua em sua rotina sem
nunca esquecer seu primeiro amor. Mesmo assim, conhece um professor com quem
irá se casar. O velho namorado reaparece, mas apesar de persistir o sentimento
que os unia a solução rende-se à nova realidade. Direção e bom roteiro da
própria diretora (que teria se baseado em sua própria experiência).
Dentre
as relíquias cito “Gosto de Mel”(Taste of Honey/UK 1961) de Tony Richardson. O
filme revelou a atriz Rita Tushingham, hoje com 70 anos e ainda ativa com dois
filmes a serem lançados. Na época de estreia dessa realização do diretor de
“Tom Jones” ela foi chamada de “patinho feio”. Muito simpática, começou
ganhando o Bafta (maior prêmio do cinema inglês), a Palma de melhor atriz no
Festival de Cannes e um Globo de Ouro por “A Bossa da Conquista” em 1965. Ela protagoniza
uma jovem de Liverpool que engravida de um negro e luta para se emancipar
contra o despotismo da mãe. O filme segue a linha neorealista sendo realizado nas
ruas da cidade inglesa. Permanece muito bom.
REGISTRO
No último dia 30/06
,o presidente da ACCPA Marco Antônio Moreira fez aniversário. Com muitas
realizações na gestão da entidade, dando continuidade aos antigos trabalhos de
formação de plateia iniciados nos anos 70 pelo então presidente, Pedro Veriano,
Marco tem tido uma presença eficiente e
eficaz nesse processo, não deixando que a ACCPA seja vista como entidade
cultural sem realizações. Sua fidelidade à amizade com Pedro Veriano,
combinando com o nosso “magister cine” os eventos que realiza com idéias
criativas, faz a parceria promissora da nossa associação, ao lado dos demais
associados. Um grande abraço ao Marco e grande sucesso nesta nova caminhada.
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