A nova geração (e muitos da
velha, mesmo) desconhecem algumas figuras do cinema que criaram e produziram
filmes do gênero horror. Nesta Mostra que ora se exibe no Cine Olympia, uma
dessas figuras sobressai com três filmes, Val Lewton. Dele se apresentam: “O Túmulo
Vazio”, “A Morta Viva” e “Sangue de Pantera”. Conhecendo um pouco de sua
cinebiografia, consultei também o IMDB e alguns outros endereços para traçar o
perfil desse produtor e diretor.
Val Lewton (1904-1951) nasceu na
Ucrania e seu nome verdadeiro era Vladimir Leventon. Viajou para Berlim com a
mãe uma irmã em 1906 e três anos depois seguiu para os EUA. Começou a trabalhar
cedo como escritor, atuando em jornais, revistas e até publicações
pornográficas. Sempre usou pseudônimo e Val Lewton foi um deles. Em 1930
atingiu o cinema. Escreveu para filmes B e em 1933 foi convidado por David O.
Selznick (o produtor de “...E O vento Levou”) para trabalhar na edição. Em
1942, quando a RKO, empresa que Selzinick presidiu por um tempo começou uma
série de filmes B de terror, Lewton passou a produzir. E nessa categoria promoveu
diretores como Robert Wise (1914-2005) que funcionava na empresa como editor
(de “Cidadão Kane” e “Soberba”de Orson Welles), Mark Robson (1913-1978) e Jacques
Tourneur (1904-1977) editor de “A Queda da Bastilha” (1935) e fllho do diretor
Maurice Tourneur, muito conhecido na França.
Os filmes de Lewton fizeram muito
sucesso e em 1948 os estúdios o promoveram à produção da chamada “classe A”.
Mas uma série de problemas reduziu a expectativa a três titulos apenas. Um
desses problemas foi de saúde. Lewton morreria em 1951.
Os filmes desse produtor em
exibição na Mostra do Olympia são: “O Túmulo Vazio”(The Body Snatcher/1945)
aborda um capitulo da historia da medicina. O ator Boris Karloff protagoniza um
anatomista que compra cadáveres desenterrados por coveiros seus conhecidos. Com
direção de Robert Wise tem uma sequencia impressionante de Karlofv fugindo de
policiais conduzindo uma carroça com um auxiliar e um corpo dentro dela. À
medida que passa pelos desníveis da estrada o corpo vai balançando e caindo
sobre ele.
“A Morta Viva” (I Walked with a
Zombie/1946) é de Jacques Tourneur e focaliza a vitima de um feitiço nas
Antilhas onde permanece em estado de coma até que se retire uma seta cravada
numa estátua. Quando o filme foi exibido a publicidade evidenciava o gênero
como um titulo proibido para menores de 18 anos (hoje passaria livremente).
“Sangue de Pantera” (Cat
People/1942) é também de Jacques Tourneur e a atriz francesa Simone Simon interpreta
a descendente de um povo mutante, que se transforma em pantera. O tom simbólico
do argumento DeWitt Boden ganha, através de imagens expressionistas, um
parâmetro incomum no tipo de filme. Por isso foi candidato ao prêmio Satelite e
em 1993 ganhou na faixa de restauração. Um clássico que mereceu uma sequência
pelo próprio Lewton, “A Maldição do Sangue de Pantera” (Course of Cat People;1945),
o primeiro filme dirigido por Robert Wise, associado a Gunther Fisher.
No enfoque dos filmes de terror
impossível negar evidência a um clássico ator desse gênero, Vincent Price ou Vicent
Leonard Price Jr (1911-1993). Era um colecionador de obras de arte e um grande
“gourmet”, escrevendo livros sobre culinária. Alto e elegante foi casado 3
vezes, deixando dois filhos, um com Mary Grant, a segunda esposa, e outro com Edith
Barret a terceira. Em 1938 fez seu debut no cinema em pequenos papéis, sendo
“Museu de Cera” (1953) seu primeiro sucesso. Mas o que lhe trouxe fama foi “O
Solar Maldito (1960). Ficou marcado pela voz e a expressão facial em filmes de
horror aclamados como góticos, tais como “A Mansão do Terror” (1961) e “O
Abominável Dr. Phibes” (1971).
Seu filme preferido era “As 7
Mascaras da Morte” (1973), onde ele vivia um ator shakespeareano que se vingava
dos críticos que o atacaram. Os últimos filmes dele foram “As Baleias de
Agosto”(1987) e “Edward Mãos e Tesoura”(1990), período em que já estava muito
doente dos pulmões fazendo pequena aparição e quase sem poder dublar seu
personagem. Faleceu em outubro de 1993.
Pena que eu não moro em Belém para apreciar essa mostra. Muito bacana o post e a foto do grande Vincent Price.
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