O ator Andrew Garfield que protagonizou o brasileiro Eduardo Saverin em “A Rede Social”(2009) é agora o Homem Aranha.
A moda é de “prequel”, ou seja,
revisar histórias de super-heróis (na faltade imaginação para levar adiante
franquias diversas e ou “inventar” novos personagens nesse quilate). Os
quadrinhos de “O Homem Aranha”, personagem de Stan Lee e sua Marvel, geraram um
filme em 2002, dirigido por Sam Raimi, que em termos de bilheteria livrou a
Sony (Columbia) de dívidas acarretadas por prejuízos constantes. O sucesso
gerou mais dois exemplares. E quando as estatísticas comerciais apontaram a
necessidade de um quarto episódio, duas importantes desistências ocorreram (por
motivos comerciais que não é possível analisar sem conhecer perfeitamente o que
se passou nos bastidores): do diretor Raimi e do ator Tobey Maguire. Para o
espectador afastado dessas negociações isto poderia significar a inviabilidade
do projeto. Mas os executivos da produtora resolveram o impasse convocando o
diretor Marc Webb(“500 Dias com Ela” foi seu único longa-metragem para cinema)
e o ator Andrew Garfield que protagonizou o brasileiro Eduardo Saverin em “A
Rede Social”(2009).
Os roteiristas contratados, James
Vanderbilt, Alvin Sargent, e Steve Kloves trabalharam a história imaginada pelo
primeiro filme da série com base nas personagens dos quadrinhos. A ideia foi
dar marcha à ré e voltar a focalizar a infância e adolescência de Peter Parker,
o jovem estudante que é contaminado com uma droga de mistura genética, ganhando
pendores de uma aranha. Não houve citação do que foi apresentado no primeiro
filme da franquia afirmando agora que os pais de Peter simplesmente sumiram
(viajaram, sem dizer para onde, embora um incidente tenha emergido num dado
momento na casa deles, supondo-se, depois, que seriam ameaças do sócio do pai,
havendo, no final, a referência à morte deles num acidente de avião). O garo,
então, passou a ser criados pelos tios (papéis ingratos para celebridades como
Martin Sheen e Sally Field, ela detentora de 2 Oscar). Reprisa-se, portanto,
como Peter foi contaminado pelo DNA da aranha e passou a agir como super-herói.
O publico dificilmente aplaudiria
um replay desde que se lembrasse do que assistiu anos atrás. Mas os produtores
são espertos e Marc Webber criou um visual que lida com os efeitos digitais de
ultima geração e faz prodígios, como na sequência final do combate com a
metamorfose do Dr. Curt Connors (Rhys Ifans), afinal, o responsável por toda a
situação básica da historia.
“O Espetacular Homem Aranha”(The
Amazin Spider Man/EUA, 2012) é blockbuster de verão norte-americano destinado
exclusivamente a faturar. E ainda mais com o auxilio da 3D, processo que
implica na venda de ingresso mais caro.
Se o espectador esquecer o que já
viu do assunto, e/ou desconhecer os filmes anteriores, pode se divertir
bastante com a lenta descoberta de Peter na sua busca por uma identidade (quer
saber para onde foi o pai, o que realmente ele foi fazer, aonde os resultados de
sua experiência no estudo de espécies). Mais ainda porque o jovem Andrew
Garfield tem um desempenho eficiente, ou seja, compõe o tipo com uma simpatia
que supre perfeitamente o nerd de Tobby Maguire. A meu ver este foi o maior
trunfo dos produtores. O filme não tem nada de novo, não é mais do que uma
aventura de ficção cientifica a gosto de leitores de gibi e, em termos de
linguagem cinematográfica, é produto industrial onde todos os elementos são
usados de forma “mecânica”, sem apelar para a inteligência de quem os vê ou
queira tirar alguma substância do que se mostra. No caso da relação do filme
com os quadrinhos, acho que uma pessoa gabaritada nesse enfoque, o amigo Gian
Danton (http://ivancarlo.blogspot.com.br/
) daria muito subsidio para nós. Com a palavra, Ivan Carlo.
A julgar pelas bilheterias
mundiais, a nova aventura do Homem Aranha é mesmo “espetacular”. Como
espetáculo, é semelhante a um passeio em parque de diversões. Como cinema, é
zero à esquerda. Mas ninguém duvide: vai acontecer sequência. E volta-se à rotina
de um herói pelos menos 3 vezes mostrada. A Sony aposta na memória curta da
platéia. E tem as suas razões ($$$$).
Oi Luzia,
ResponderExcluirobrigado pela referência. Ainda não assisti a esse prequel do Homem-aranha, mas não espero um bom filme. Sam Raimi saiu da franquia porque não concordou com as imposições dos produtores, que queriam um filme com menos conteúdo. Aliás, os produtores já haviam interferido no Homem-aranha 3, obrigando o diretor a incluir mais um vilão na trama (Venon), o que tirou toda a possibilidade de aprofundar a história, como foi feito no Homem-aranha 2, o melhor da franquia em minha opinião. Duvido que Marc Webb e roteiristas tenham tido liberdade criativa. Vale lembra a discussão de Edgar Morin sobre a eterna briga entre realizadores (diretores, roteiristas) querendo realizar um bom trabalho e produtores querendo só ganhar mais e mais dinheiro.