Sir Alfred Hitchcock em uma de suas aparições nos filmes.
Na data de hoje Sir Alfred Joseph Hitchcock ou
simplesmente Alfred Hitchcock nascia em Londres, precisamente no ano de 1899.
Poucos diretores de cinema ganharam a preferência do público a ponto de
inserirem seus nomes nas marquises e nos anúncios dos filmes. Mesmo em países
de idiomas diferentes do inglês, o nome passou a ser pronunciado. E, diga-se de
passagem, não era tão fácil para quem, no caso brasileiro, chamava Tirone Povér
ou Ava Gardinér para lembrar a marcha carnavalesca de uns quarenta anos atrás.
Depois de realizar “The Lodger”(1926) em sua terra
natal, Hitchcock passou a ser conhecido como um especialista de filmes de
suspense. E como sabia usar a linguagem cinematográfica para esse fim, logo foi
reconhecido como o mestre do gênero. Aliás, suspense é um termo polissêmico,
havendo inúmeras definições que aderem à psicologia do sentir, mas, na obra
literária, era visto como um gênero menor. Aristóteles, em seu livro “Poética”,
diz que suspense é uma construção literária importante. Em termos de filmes, a
preocupação maior é o sentido provocador de uma reação na expectativa de
ocorrências variadas, desde algum acontecimento ruim ou ao processo de
reconhecer através de sucessivos eventos uma dada realidade seja em torno de
pessoas ou de fatos.
Hitchcock fez cerca de 30 filmes em Londres. Em
1940, quando “...E O Vento Levou” estreava com sucesso nos EUA, o produtor (e
autor, pois controlou todos os setores da produção) David O.Selznick, comprou
os direitos do romance “Rebecca” de Daphne du Maurier, convidando o jovem inglês
Alfred para dirigi-lo em Hollywood. O filme, interpretado por Laurence Olivier
e Joan Fontaine, venceu o Oscar e foi um grande sucesso de bilheteria. Mas o
diretor foi ignorado pela Academia de Artes e Ciências de Hollywood. Não só
neste caso, mas sempre. Logo a seguir, “Suspeita”, outro filme que ele realizou
para Selznick deu o prêmio a Joan Fontaine e Hitchcock só fez comparecer à
entrega do troféu.
Nos EUA o
cineasta realizou cerca de 40 filmes de longa metragem para cinema e muitos
para a TV criando dois programas muito vistos: “Alfred Hitchcock
Presents”(1955/61) e “Alfred Hitchcock Hour”(1962)
Quando os
filmes passaram a ser gravados e a época era da nova técnica, o VHS, os títulos
do mestre inglês começaram a aparecer em diversos países, inclusive o nosso.
Com a chegada do DVD também foi surgindo a produção inglesa. Hoje, poucos
títulos permanecem inéditos. E todos da primeira fase, ou seja, dos que foram realizados
nos estúdios britânicos.
Para quem quer rever Hitchcock
nesta época de seu aniversário há um grupo de filmes imprescindíveis. Não é só
pelo fato de seu “Um Corpo que Cai” ter sido saudado, agora, por uma publicação
de sua terra, a revista “Sigth & Sound”, como o melhor de todos os tempos.
Há clássicos legítimos que merecem (e sempre) a atenção do cinéfilo. Hoje
menciono alguns que me parecem excelentes.
Da
fase inglesa menciono: “A Mulher do Fazendeiro” (The Farmer’s Wife/1928),
”Chantagem e Confissão” (Blackmail/1929), ”Assassinato’(Murder!/1930), ”O Homem
Que Sabia Demais”(The Man Who Knew too Much/1934), ”Os 39 Degraus”(The 39
Steps/1935), “Agente Secreto”(Secret Agent/1936), ”O Marido Era o Culpado”(Sabotage/1936)
e ”A Dama Oculta”(The lady Vanish/1938).Todos podem ser encontrados em
locadoras de vídeo.
Da
fase norte-americana já é possivel escolher todos os filmes de longa metragem, até
a comédia “Um Casal do Barulho” (Mr and Mrs Smith/1941), com a atriz Carole
Lombard, grande amiga do diretor.
Recomenda-se,
especialmente: “Rebecca, a Mulher inesquecível”(Rebecca/1940), investigação
sobre a morte de uma mulher cuja memória é cultuada na mansão onde morou e
desafia a conduta do marido que se casa de novo. Joan Fontaine foi candidata ao
Oscar, mas a Academia deixou-a em pausa para receber no ano seguinte por
“Suspeita”(Suspicion), este um dos melhores filmes do mestre Hitchcock, segundo
uma história de Anthony Berkeley chamada “Before the fact”. Cary Grant protagoniza
o marido enigmático que pode ser um assassino. A suspeita devotada ao
personagem não termina com o filme. Mas o final foi criação do produtor
(Selznick). Mesmo assim marcante.
Da fase americana há: “A Sombra
de uma Duvida”(1943), “Pacto Sinistro”(1951)“A Tortura do Silencio”(1953), ”Disque
M Para Matar”(1954), ”A Janela Indiscreta”(1954), ”Um Corpo que
Cai”(1958),”Psicose”(1960), “Os Pássaros”(1963) e “Frenesi”(1972).
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