Nascida
Norma Jean Masterson, Marilyn Monroe faleceu em dia 5 de agosto de 1962. Poucas
atrizes de cinema foram tão conhecidas ou mesmo cultuadas. Lembro-me do amigo
Edwaldo Martins que a prezava especialmente chamando-a de “Mariazinha”. A
imagem de Marilyn, ou simplesmente MM, começou moldada pelo estúdio da 20th
Century Fox, empresa que a contratou quando o roteirista, diretor e produtor
Joseph L. Mankiwicz a levou para participar do elenco de “A Malvada”(All About
Eve, 1950). Nesse ano, MM já aparecera em 11 filmes de companhias como a
Columbia e Metro. Mas sempre na sombra das grandes estrelas.
Foi na Fox que a atriz incorporou o estereotipo da“femme fatale”, embora não imediatamente. Antes atuou em filmes como “Almas Desesperadas”(1952) e “O Inventor da Mocidade”(1952) ainda em papéis secundários. Foi também emprestada à companhia RKO, momento em que participou de “Só a Mulher Peca” (Clash by Night/1952), dirigido por Fritz Lang. O tipo sedutor viria em 1953 sob a direção de Henry Hathaway em “Torrentes de Paixão”(Niagara, 1953). O filme e a atriz fizeram sucesso. A crítica viu a analogia da mulher sedutora que ameaçava a harmonia de um jovem casal em lua de mel próximo à catarata de Niágara (Jean Peters e Max Showater), com a própria queda d’água. Este é , alías, o único filme dos muitos que MM atuou em que o amante morre (interpretado por Joseph Cotten). E ela estaria na pele de uma autêntica vilã.
Os cinéfilos mais exigentes não viam MM como uma atriz de talento. Seria mais uma figura moldada por Hollywood tentando quebrar o rígido sistema de censura chamado Código Hays. Mas ela compreendeu isso e lutou contra. Considerou seu bom desempenho na comédia e fez parte, em seguida, do elenco de “Os Homens Preferem as Louras”(1953), ”Como Agarrar um Milionário”(1953),“O Mundo da Fantasia” (1954) e “Adorável Pecadora”(1960), deixando espaço para os dramas leves como “O Rio das Almas Perdidas”(1954) e “Nunca Fui Santa”(1956). Mas foi fora da Fox que agradou em cheio os críticos na obra de Billy Wilder:“Quanto Mais Quente Melhor”, feita para a United Artists em 1959. Wilder já era seu conhecido em “O Pecado Mora ao Lado”(1955), lançando a imagem da saia levantada pelo vento que vinha do subway em Nova York. Mas foi ao lado de Tony Curtis e Jack Lemmon que Marilyn mostrou como aproveitar o arquétipo de “sex simbol” numa trama cômica.
Tentando sempre mostrar que tinha talento, ou que podia mostrar que não era apenas “um corpo”, filmou com esforço próprio “The Prince and the Show Girl”(aqui “O Principe Encantado”, 1957), na Inglaterra, com o respeitado ator (e cineasta) shakespeariano Laurence Olivier. Para isso, contou com o marido de então (o seu terceiro com quem foi casada de 1956 a 1961), o escritor Arthur Miller. O fracasso do filme levou-a de volta à comédia e foi aí que estrelou “Quanto Mais Quente...”(1959) e ”Adorável Pecadora”. Seu último trabalho finalizado foi “The Misfist”(Os Desajustados, 1961) de John Huston, filme em que também se despediriam os colegas Clark Gable e Montgomery Clift.
MM ainda começou a filmar “Something’s Got to Give”chegando a ser punida por faltar em horas de filmagem. Na época (1961) falava-se de um romance com os irmãos Kennedy (o presidente John e o ministro Robert). Uma de suas últimas aparições adiante de uma câmera foi cantando para o presidente numa festa de aniversário.
A atriz teria sofrido o resultado de overdose ou intoxicação por mistura de remédios. Realmente poucas mulheres que fizeram cinema são tão lembradas 50 anos depois da morte. Entre nós, a ACCPA vai homenagea-la exibindo “O Pecado Mora ao Lado”, numa sessão “cinemateca”do Cine Olympia e, “Torrentes de Paixão”, reabrindo o Cine clube Pedro Veriano (Casa da Linguagem).
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