A
roteirista Diablo Canyon volta a se encontrar com o diretor Jason Reitman com
quem trabalhou no bem sucedido “Juno” (2007) para um enfoque muito curioso,
posto que sem apelos dramaticos corriqueiros em “Jovem Adulto” (Young
Adult/EUA,2011). O filme por aqui passou direto para o DVD. Traz Charlize
Theron como a escritora Mavis Gray, divorciada e amargurada com a vida que leva
e com a queda de venda de seus livros (é uma série sobre tema infantojuvenil).
Ela retorna a sua cidade natal após receber a foto do filho de seu ex-namorado,
depois de muitos anos, na esperança de encontrar afeto nas antigas companhias,
seja dos colegas de escola seja, principalmente, do primeiro namorado, Buddy
(Patrick Wilson), hoje casado e pai do recém-nascido cuja foto a estimulou à
revisão da antiga vida.
O
encontro pretendido não gera o relacionamento intimo de antes como pensava
conseguir a escritora. Ela tenta de todas as formas (re)seduzir Buddy, mas nada
consegue. Carinho ela só encontra em outro colega, o obeso Matt (Patton
Oswaldt) que fora vitima de bulyng quando estudante e ainda exibe cicatrizes da
violência.
Charlize
tem, certamente, um dos melhores desempenhos (há, ainda, Monster”, 2003 e
“Terra Fria”, 2006) de sua carreira, e a secura com que o roteiro passa para a
tela nas mãos de Reitman, torna o filme uma exceção no gênero que hoje se
rotula de comédia (ou drama) romântico. É, na verdade, uma exploração introspectiva
de exceção na indústria de Hollywood. Talvez por isso não tenha feito carreira
expressiva nos cinemas comerciais.
“O Enigma
do Outro Mundo”(The Thing/EUA, 2011)é mais uma versão da história que chegou
pela primeira vez às telas num filme produzido por Howard Hawks e dirigido por
Christian Niby, em 1951. Aliás, foi o primeiro filme de longa metragem a tratar
dos discos voadores. Um objeto não identificado cai no gelo do polo sul próximo
a uma estação de pesquisas. Içado, surge um monstro vegetal que na primeira
versão caracterizava-se pela facilidade com que se reproduzia, bastando plantar
qualquer parte de seu corpo. Nesta versão, dirigida por Mathijs Van Heijningen
Jr., o interessante é que as células do ET podem penetrar nas dos seres humanos
e com isso copiar esses seres. Dessa forma, os cientistas da estação passam a
duvidar de quem é quem. O processo da dúvida gera um efeito que transcende a
aventura de ficção-cientifica. O resto é mesmice. E tanto que não alcançou
grande repercussão no mercado exibidor. Por aqui passou ao largo dos cinemas.
“Além da
Estrada”(Por El Camino/Uruguay 2010) ganho premio no FestRio em 2010 e revela o
diretor Charly Braun (antes ele só havia realizado curta-metragem).É um “road
movie”sul americano. Jovem estudante encontra uma garota quando viaja para
Punta del Este e dá-lhe carona. O romance infalível não acontece de súbito.
Eles cortam estradas, pousam em lugares que a câmera mostra com efeito
turístico e não encontram (pelo menos ela) o que querem.
Um filme
bonito, mas vazio.
No rol
dos chamados clássicos chega “Alma sem Pudor”(Born to be Bad/EUA, 1950) de
Nicholas Ray. É um raro filme em que Joan Fontaine desempenha o papel de vilã.
Não é bem uma criminosa, mas uma mulher egoista, disposta a atormentar a vida
de outras/os para garantir o que quer. Mascarada com aparente meiguice vai
forçando caminho numa família que a abriga quando chega de outra cidade. No
grupo estão homens casados e enamorados (Zachary Scott e Robert Ryan, nos
papéis) e a jovem que a acolheu. O percurso dessa maligna não tem limites,
fantasiando-se de “boa amiga”, mas aos poucos, como sempre, cai a máscara e ela
tem o que merece, a solidão. É um filme diferente na obra de Ray, e nem por
isso desmerece o talento do diretor querido da “nouvelle vague” francesa.
Merece ser descoberto hoje.
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