Dois filmes interpretados pelo
ator Gregory Peck chegam em DVD às locadoras: “Miragem” (EUA, 1965) e “Pavilhão
7”. No primeiro, Peck protagoniza um homem que durante um blecaute, em NY, fica confuso e, ao se
encontrar com uma mulher (Dian Baker) ao descer a escada de um prédio sem
energia elétrica percebe que ela o conhece e, na descida, passa por 3 andares
no subsolo. Logo depois vem a saber que esse local não existe conforme ele
descreve. Este mistério embala algo muito mais sério integrado a um estado de amnésia parcial do personagem devido a uma série de acontecimentos envolvendo, inclusive, a manipulação de
fórmulas químicas e industria farmaceutica que podem ser perniciosos à
humanidade. Outros eventos interligados fazem do filme um thriller sempre
interessante. A direção é de Edwad Dmitryk e o roteiro de Peter Stone baseado
no livro de Howard Fast.
O outro filme, “Pavilhão 7” (Capitain
Newman MD/EUA,1963), anterior a “Miragem”, Peck personifica o Capitão Newman, um médico
encarregado da enfermaria psiquiátrica de um hospital militar, no ultimo ano da
2ª Guerra Mundial. O enfoque maior é o coronel Norval Bliss (Eddie Albert),
internado contra a vontade dos superiores do médico, mas mantido no hospital
por ser responsável pela morte de muiitos soldados levados a uma missão
difícil, episódio trágico causado por um surto de insanidade do militar. No
plano romântico, há o tipo feminino interpretado pela atriz Angie Dickinson, investida
de enfermeira militar e assessora de Newman. O filme é dirigido por David
Miller e foi candidato aos Oscar de roteiro, som e de melhor ator coadjuvante a
Bobby Darin, numa “ponta” que não justifica tanto entusiasmo. O diretor realizou
mais de 50 filmes de gêneros variados, do melodrama juvenil “Vida de Minha
Vida”(Our Very Own/1950) a suspense como “A Teia da Renda Negra”(Midnight
Lace/1960). Interessante é observar que o filme chama atenção para a atitude
dos militares de alta patente em relação aos soldados que enfrentam o front da
guerra e que desabam em depressão no ambiente que têm que permanecer, sendo
chamados de fracos e covardes ao apresentarem sintomas mórbidos.
“Uma Estranha Mulher” (La
Truite/França,1982) é o penúltimo filme do diretor Joseph Losey (1909-1984). É
protagonizado por Isabelle Huppert investida de uma jovem que deixa a sua
província para ir ao Japão onde vive um romance com um homem casado (Jean
Pierre Cassel). A esposa deste é interpretada por Jeanne Moreau. Não é nem de
longe um dos melhores trabalhos do diretor de “O Menino de Cabelos Verdes”(1948),
“Cerimonia Secreta” (1968) e “O Assassinato de Trotsky”(1972).
Notícia muito boa é que uma nova
distribuidora está lançando uma série de filmes dos anos 1930/40. Há um titulo
de um tempo anterior que estimula o cinéfilo: “Ouro e Maldição”(Greed/1924) de
Erich Von Stroheim. Este ganha 2 discos que devem perfazer os quase 300 minutos
da obra que em sua concepção gerou mais de 5 horas e foi radicalmente reduzida
por conta dos produtores. O tema serviu mais tarde a outro clássico: “O Tesouro
de Sierra Madre”(The Treasure of Sierra Madre/1948) de John Huston.
Dentre os outros filmes dessa
nova distribuidora, M.D.V.R. chegam obras que se
tornaram marcos da historia do cinema em diversos setores. Entre eles: ”O Véu
Pintado” (1934), de Richard
Boleslawski, com Greta Garbo; “Tudo Isto e o Céu Também” (1940),
com Charles Boyer e Bette Davis; “Seis Destinos” (1942) com um grande elenco
sob a direção de Julien Duvivier; “Piloto de Provas”(1938) com Clark Gable;
“Bola de Fogo”(1941), de Ernst Lubitsch, com Gary Cooper; e “Anjo da Rua”(1928) com
Janet Gaynor e a atriz brasileira Lia Torá. A distribuidora chega em boa hora
nessa revisão da Hollywood de um período profícuo e geralmente elogiado pelos
críticos (e hoje historiadores de cinema).
Muito bom o post, adorei o blog!
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