sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O CINEMA DE PRESTON STURGES


 
 "O Homem que se vendeu", de Preston Sturges.

Os novos cinéfilos desconhecem o cineasta Preston Sturges (1898-1959). Mas a chegada de seus filmes em DVD certamente o fará conhecido. Preston tinha uma imaginação prodigiosa revelada nas histórias que escrevia antes mesmo de tentar o cinema. Na 1ª.Guerra Mundial ele serviu como soldado. Na volta do front fez várias invenções a começar com um batom “à prova de beijo”. Sua incursão nas artes cênicas deu-se com a peça “The Guinea Pig”.Sem sucesso, tentou o cinema. A Paramount deu-lhe abrigo e foi feliz no primeiro filme que escreveu: ”The Great McGinty” (1940, “O Homem que se Vendeu”).Daí em diante chegou a escrever 44 roteiros e dirigir 13 filmes. Como os últimos começaram a fracassar nas bilheterias, acabou filmando na França o que seria seu último titulo: “As Memórias do Major Thompson” (Les Cornets du Major Thompson/1955).
A arte de Preston Sturges está sintetizada em“Contrastes Humanos” (Sullivan’s Travells/1942) onde um cineasta realista passa a viver como mendigo para filmar a vida dessa classe social. O tipo era vivido por Joel McCrea como em outros filmes que realizou. E McCrea está no titulo que chegou agora às locadoras: “Mulher de Verdade” (The Palm Beach Story/1942). Mescla da comédia visual do período mudo, com os personagens em situações embaraçosas, como um tiroteio dentro de um trem promovido por velhos caçadores que experimentam seus rifles. O filme mostrou uma Claudette Colbert hilariante, saída do êxito conseguido em “Aconteceu Naquela Noite” (It Happened One Night/1934) de Frank Capra(vencedor dos 4 principais Oscar).
Sturges também realizou o ultimo filme do comediante Harold Lloyd (um dos grandes interpretes da comédia visual dos anos 20), “Trapalhadas do Haroldo”(Mad Wednsday/1946).

Outras relíquias foram editadas agora em DVD no Brasil estando dois filmes com Gary Cooper: “As Aventuras de Marco Polo”(Marco Polo/1938) de Archie Mayo, e “Os Inconquistáveis”(Unconquered/1947) de Cecil B. De Mille. Episódios e personagens históricos moldados ao gosto das bilheterias da época.
Ainda na faixa de clássicos conta-se “Flores do Pó”(Blossoms in the Dust/EUA 1942), de Mervyn Le Roy. Uma biografia romanceada de Edna Glavey, dona de creches no Texas do inicio do século XX e responsável pela mudança ocorrida nas certidões de nascimento que antes registrava quem era “filho ilegítimo”. Greer Garson e Walter Pidgeon são os protagonistas. “Flores...” ganhou o Oscar de direção de arte e a atriz chegou a ser candidata na categoria.

De Nicholas Ray, um filme pouco visto: “A Bela do Bas-Fond”(Party Girl/1958). A veterana atriz Cyd Charisse interpreta a personagem-título e Robert Taylor, num papel diverso de tudo o que protagonizou antes, o de um advogado de gangsters. O roteiro de George Wells de uma história de Leo Katcher não apresenta muitas novidades, mas o diretor consegue um raro exemplo, na época, de “filme noir”, a cores. Há uma boa criação de ambiente e um rendimento excepcional do elenco. Vale a pena conhecer.

 

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