Inédito nos cinemas locais mesmo
com a popularidade do ator Robert Pattinson, o vampiro romântico da serie
“Crepusculo” (levando multidões ao cinema com o novo “Amanhecer, Parte 2”),
“Bel Ami, o Sedutor”(Bel Ami/França,UK,2012) decepcionou comercialmente desde
os seus pontos de origem. E desta vez com unanimidade: público e critica. Não
vejo motivo para tanto, especialmente no que se refere ao publico. Baseado em
um romance de Guy de Maupassant (um dos meus escritores preferidos) com direção
da dupla Declan Donnellan e Nick Ormerod focaliza o ambicioso George Durac (Pattinson),
plebeu que se insere na classe alta da Paris do século XIX, através de mulheres
casadas com homens ricos. O jovem não tem escrúpulos em seduzir 3 esposas da
alta burguesia, sendo que uma delas não só o trai como é quem possui mais
dinheiro em caixa.
O filme tem uma produção de alto
nível recriando o espaço de circulação do novo Casanova, e Pattinson não
precisa fazer muito esforço para deixar a imagem de um canastrão. Como as suas
paqueras estão Uma Thurman, Kristin Scott Thomas e Christina Ricci – atrizes de
primeira linha como se vê. O nome Bel Ami, que sintetiza Bom Amigo, é dado pela
filha de uma de suas conquistadas.
Outro filme que assisti na semana
passada foi “Rosa Morena”(Brasil/Dinamarca, 2010), um raro exemplar de
co-produção do nosso país com os dinamarqueses realizado em locação em S.Paulo,
tendo na direção Carlos Augusto de Oliveira, sob um roteiro de Jens Dahl baseado
numa história de Morten Kirskov. Trata de um dinamarquês que chega ao Brasil
para melhorar o ânimo, estando seu casamento em crise e sua situação
financeira, na Dinamarca, em compasso de hesitação. Ele quer adotar uma criança
e para isso procura um amigo e através deste conhece uma família da favela. A
dona da casa está grávida depois de ter 3 filhos e viver miseravelmente. Está
inclinada a dar a criança que vai nascer. O dinamarquês acompanha o fim da
gestação e o parto, dando ainda um tempo para o aleitamento materno. As coisas
complicam quando ele se torna amante dela, mas consegue superar o problema com
os namorados dela. Além disso, há a noticia, dada pela esposa na Dinamarca, que
sua firma de construções faliu.
O filme esteve no Festival de
Cinema Brasileiro nos EUA e foi eleito o melhor da Mostra de Cinema de s.Paulo
em 2010. Os atores convencem, em destaque Anders W.Berthelsen.
Roteiro e direção não conseguem
que a questão social e o drama psicológico ganhem dimensões excelentes. Mas o
resultado está bem acima da média. Curioso é que não chegou aos cinemas locais,
e mais ainda por ter cumprido data de exibição compulsória de filme brasileiro.
Nas evidências do que pretende
tratar este filme, subentende-se a questão do tráfico de crianças. Apesar da
roupagem narrativa ele tende a dar força Sobre a pobreza das familias
brasileiras e no que é possivel “salvar” crianças das favelas. O dinamarques
“bonzinho” pode usar qualquer artificio para tirar a criança de onde estas
vivem e o espectador vai comecar a aceitar essa justificativa. Não gostei.
Filmes recentemente exibidos nos
cinemas comerciais e comentados aqui em PANORAMA chegam agora ao DVD: a
animação “Valente”, candidata ao Oscar da categoria no próximo ano com grandes
chances de vencer; o trabalho denso do brasileiro Fernando Meirelles, “360” (na
realidade 360 Graus), outro filme estrangeiro realizado por brasileiro e também
um trabalho árduo dedicado a público restrito: "Na Estrada” , de Walter
Salles; e o elogiado e campeão de bilheteria “Batman, O Cavaleiro das Trevas
Ressurge”, dirigido por Christopher Nolan que assim completa uma trilogia sobre
o Homem Morcego dos quadrinhos criados por Bob Kane. Este último filme também
está sendo cogitado para os próximos Oscar.
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