Filme noruegues premiado, "Em Casa, para o Natal" (2010) de Bent Hamer.
Mas vou me ater à exibição e não a realização. Um dos aspectos iniciais da projeção privada se dá em películas em 16mm, bitola criada no período da 2ª.Guerra Mundial para, entre outros, levar esta arte & diversão aos soldados aliados no front. Com a chegada do vídeo, primeiramente o VHS, esta forma de ver filmes intensificou-se. E com o DVD ganhou maior impulso. Hoje há a facilidade de serem vistas as produções lançadas nos cinemas comerciais na tecnologia 3D. Com isso, o cinéfilo ganha o respaldo de observar as obras em seu original, longe da dublagem que falseia os tipos através de vozes que não correspondem a eles (e está se tornando rotina)
Na coluna da semana passada
mencionei os títulos de uma nova distribuidora de DVD que está lançando filmes
antigos, especialmente de Hollywood. O problema dessa empresa é manter o
logotipo “clássico” nas imagens projetadas, supondo-se uma cópia de TV. Em um
dos filmes dessa empresa, por sinal, surgiu o logotipo do canal TCM. Uma
afronta.
Mas na área dos clássicos, o
melhor está mesmo com as distribuidoras veteranas como a Versátil, Classline
(esta cearense), Cult-Classic e Paragon (há outras, mas com menos títulos). A
Versátil esta lançando um estojo chamado “Hollywood Contra Hitler”. Traz 6
filmes, de 1939 a 1943, realizados por cineastas de peso. Há, pelo menos, 3
obras impecáveis: “Tempestades D’Alma”(The Mortal Storm/1940) de Frank Bozarge,
“Horas de Tormenta”(Watch on the Rhine/1943) de Herman Schumin, e “A Sétima
Cruz”(The Seventh Cross/1944)de Fred Zinnemann. Oportunamente tratarei deles.
Esta semana assisti alguns.
Repasso: “O Sorgo Vermelho”(Hon Gao Liang/China, 1987) é um filme de Zhang
Yimou, um dos mais prestigiados cineastas chineses (dele “Lanternas
Vermelhas”). Em foco, um episódio histórico sobre camponeses chineses que
assistem o cenário de suas vidas ser maculado pela investida do exército
japonês. A narração oral focaliza My (Gong Li), jovem guinada pela família a
casar-se com um homem rico, leproso e no caminho do encontro com ele é
violentada. Engravida, volta para o seu ponto de origem e sofre as perseguições
de bandoleiros e dos soldados nipônicos. Produção competente e fotografia
explorando eficientemente o drama narrado, perdoando-se os estereótipos, mantendo
o interesse do espectador. O filme ganhou 7 prêmios internacionais inclusive do
Festival de Berlim.
“Em Casa Para o Natal”(Hjem til
jul/2010), um raro filme norueguês premiado em festival europeu, abordando
varias historias, a lembrar Robert Altman. Pessoas esperam o Natal de diversas
maneiras, desde garotos que dizem não festejar a data (um muçulmano, outro
incrédulo) a um médico que na noite de Natal é obrigado a atender uma
parturiente e se sensibiliza sabendo que o casal fugiu da guerra na Bósnia. Há
o aparente mendigo, expulso do trem, sendo reconhecido por uma mulher, e há o
homem solitário que busca amigos. Todos os quadros são tratados com visível
preocupação de ressaltar o aspecto sentimental do enredo, sempre revelando o
cuidado artesanal do diretor Bent Hamer (de “Caro sr. Horton), também autor do
roteiro. Imperdível.
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