O Homem do Planeta X”(1951)
Desde a terça feira, 18, no Cine Olympia, um
programa com filmes de ficção cientifica. E começou com duas raridades: a versão
integral de “Viagem à Lua”(Voyage dans la lune-1902), o clássico fime de George
Mèliés (1861-1938), aquele que foi visto em parte no “A Invenção de Hugo
Cabret”, de Martin Scorsese; segue-se a exibição de “A Mulher na Lua”(Frau on
Monde, 1925) de Fritz Lang, longa-metragem que me parece inédito nos cinemas e
cineclubes locais.
A mostra exibirá ainda outros títulos
ao longo da semana como: “Destino à Lua”(Destination Moon-1949) de George Pal
& Irving Pichel, na época considerado o mais próximo da concepção
cientifica de uma exploração lunar; “Daqui a Cem Anos”(Things to Come-UK 1936),
um roteiro do escritor H.G. Wells, com direção de William Cameron Menzies, mais
conhecido como cenografo, tendo realizado sequencias de “...E O Vento Levou”,
como o incendio de Atlanta; “A Máquina do Tempo”(1960), também baseado no livro
de H.G.Wells, com produção e direção de George Pal (1908-1980); o conhecido e
emblemático “Contatos Imediatos do Terceiro Grau”(1977), de Steven Spielberg. O
recente “Lunar” (2009) de Duncan Jones (filho do cantor David Bowie) e inédito
nos cinemas locais está nessa mostra. O filme é de baixo orçamento, poucos
atores, cenário limitado mas as críticas apontam como um filme bastante
inteligente, quer na história que aborda como as assuntos temáticos como
solidão e violência humana.
A ficção-cientifica, conhecida pela
abreviatura do nome em inglês,”sci-fi”(de science-fiction) foi um gênero que o
cinema, depois de Mèliés e poucos mais, relegou à produção de baixo custo. Tornou-se
tema de varios seriados, como 3 filmes cujo personagem era Flash Gordon, o
heroi dos quadrinhos desenhados por Alex Raymond, e filmes pequenos, mas
criativos, como “O Homem do Planeta X”(1951), de Edgar G.Ulmer, “Veio Do Espaço”(1953)
de Jack Arnold, “O Monsto Magnetico”( 1953) e “Da Terra a Lua” (1958) de Kurt
Newman, e tantos que conseguiam vaga em telas locais, especalmente nas salas de
bairros. Segundo os livros de cinema foi depois do filme de George Pal
(“Destino à Lua”) que a indústria passou a ver com mais cuidado esse tipo de
produção. Era o imediato pós-guera e a chegada de tecnologias como o avião a
jato e os então gigantescos computadores. Com isso, os roteiristas passaram a
usar a imaginação e se apossar do cenário politico da época, como a guerra fria
entre EUA e URSS para histórias como “Colossus 1980” onde um computador norteamericano
ganhava independencia e passava a se comunicar sigilosamente com um igual,
nascido em Moscou.
Do grupo de filmes da mostra atual
dois títulos tratam da viagem no tempo. O primeiro, “Daqui a Cem Anos”, realizado
em 1936, hoje visto de forma hilária quando mostra profecias que falharam
totalmente. No filme, os modernos aviões ainda não usam a propulsão a jato e há
“tombadihos” como nos navios. A 2ª Guerra
Mundial já era prevista, mas com a data abreviada. E a primeira viagem à lua
seria só em 2036!
Alguns filmes de sci-fi usavam efeitos
especiais curiosos que chegaram a ganhar Oscar como o de “A Guerra dos Mundos”,de
1953. Em “A Maquina do Tempo” é ainda hoje pitoresca a sequencia em que uma
vitrine muda rapidamente de acordo com a moda, vendo-se um manequim transformando
sua indumentária à medida em que o viajante acelera a máquina que lhe
transportará para o futuro.
O curta metragem de Méliès,
narrado pela neta do diretor, já é um motivo para ir ao cinema. Mas o trabalho
que Fritz Lang realizou na Alemanha, na época do seu célebre “Metropolis”, é um
desafio até pela metragem, No original a duração era de 200 minutos. Foi
remontado, mas, mesmo assim, ultrapassa o tempo normal de projeção. E só deixa
liberdade cientifica num desembarque em solo lunar sem qualquer aparato para se
andar em ambiente sem atmosfera.
Aos amantes do gênero essa mostra do
Cine Olympia será uma festa. E ela vai encerrar com o marco do genero: “2001
Uma Odisséia no Espaço”, de Stanley Kubrick.
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