Ralph, o grandalhão e seus amigos "bad boys" dos jogos: vilões? Cumprindo funções no esquema.
O desenho animado cinematográfico abordou recentemente em “Meu Malvado
Favorito”(2010) e “Megamente” (2010), vilões desviados do velho estereotipo,
disputando a simpatia das plateias com os seus antigos algozes. É o caso do
tipo de Ralph, grandalhão de videogame encarregado de destruir um prédio onde
os apostadores tentam resgatar os moradores, pretendendo deixar o posto e até
ganhar uma medalha por bons serviços prestados.
A ideia original do filme “Detona Ralph”(Weck it Ralph, EUA,2012),
dirigido por Rich Moore de uma história imaginada por ele, Phil Johnston e
Jennifer Lee, mostra como o pretenso tipo mau se dedica a mudar de atitude e a
trabalhar em diversos outros jogos desde que consiga obter uma medalha por bons
serviços,mostrando seu outro lado de sentimentos, ele que passou os últimos 30
anos a quebrar um prédio para que Conserta Tudo Felix Jr., eficientemente
reparasse os danos com seu martelo mágico.
Nessa luta para mudar o conceito de seu público Ralph ainda se afeiçoa
de Vanellope, uma garotinha que de inicio rouba-lhe a
ambicionada medalha, mas, ao conhecê-la melhor passa a protegê-la a ponto de
torná-la uma campeã de automobilismo, correndo por diversos jogos e retornando
à sua antiga posição na comunidade virtual.
Para a garotada que é doutora em videogame o filme é um verdadeiro
presente de fim de ano. Para os pais que foram fãs do tipo de brinquedo quando
mais novos, o roteiro da nova animação da Disney tem sabor de nostalgia. Mas
para quem está mais atrás no tempo é um cenário estranho e causa admiração a
nomenclatura utilizada entre bits e etc. e tal. Quando assisti ao filme tive a
sorte de ter um neto (Francisco Guzzo Neto) ao meu lado explicando como é que
se joga aquele brinquedo em que os pontos dos jogadores são ganhos na medida em
que salvam pessoas do edifício detonado pelo grande Ralph. Aqui não interessa “mostrar
sapiência” nessa nova mídia porque realmente não cheguei a altura dos
expertises atuais.
Primoroso em técnica, usando bem o potencial da 3D, o novo filme acerta
em cheio com o seu vilão simpático usando de todos os recursos para ser um
verdadeiro guerreiro naquilo que busca: o reconhecimento de que ele não tem
somente um lado de emoções, mas pode ser ou estar num outro feitio, bastando
para isso mostrar seu talento. O tipo tende a estar na linha do ET de
“Megamente” e não precisa fazer cara feia como o“Malvado Favorito”. A imagem é
de um obeso bonachão, dono de um coração mole quando enfrenta a garotinha
esperta que sabe o que quer e luta por isso.
O tema não escorre para a armadilha que será o malvado “virar” bonzinho
e ganhar essa máscara pura e simplesmente. Ralph vai voltar a detonar prédio. É
o seu oficio, e como profissional sabe que fazer as regras de um jogo não quer
dizer que seja um bandido. Como “ator” ele sabe que pode ser guinado a qualquer
papel. Basta consultar a historia do cinema e ver, por exemplo, Charles
Laughton incorporar um dos bons personagens de Nero da tela como ser o terno
Quasímodo, o corcunda que mora na igreja de Notre Dame. E até Boris Karloff,
famoso pelos seus filmes de terror a começar com o clássico Frankenstein de
James Whale, interpretando o defensor de uma plateia ameaçada por um
adolescente que pretendia atirar em quem estivesse num cinema drive-in no muito
bom “Na Mira da Morte”(Targets,1968) de Peter Bogdanovich.
“Detona Ralph” está entre os concorrentes de seu gênero no próximo
Oscar. Não competiu no Globo de Ouro, mas o concorrente que o ameaça é o
vencedor do premio conferido no ultimo domingo:“Valente” da PIXAR. Os dois
enaltecem a animação moderna.
MELHORES DOS LEITORES
Na próxima segunda feira serão publicadas as listas dos leitores de
Panorama que participaram desta edição dos melhores filmes do ano que há mais
de 30 anos se realiza neste espaço. Se naquele tempo um dos participantes era
um dos cinéfilos mais aficionados que conheço - o Eurico Guilherme Veras da
Silva, além de outro que se tornou colega da então APCC, Raimundo Bezerra (já
falecido), hoje temos no grupo fiel de leitores que envia sua lista e, ao menos
um desse tempo– o Ricardo Secco (o Mauricio Borba deixou de mandar) – e outros
mais novos como o Edyr Falcão e sua Waleska e o Alessandro Baia. Então, na
segunda feira, 21, os vídeos vão dar lugar à lista de filmes dos
leitores.
estou ansioso para ver como nos leitores e interautas vimos o cinema em ano de 2012 aqui em Belém, vamos ver se este ano criticos e publicos concordam
ResponderExcluirOlá, Luzia. Melhorou a projeção em 3D lá no Cinépolis ou ainda continua escura e sem nitidez? Abraços, Nelson Alexandre.
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