“Cidadão Kane" agora em bluray. Confira.
É muito difícil nomear os melhores filmes editados em DVD ou Bluray lançados em 2012 (ou em qualquer ano). Pedro Veriano e eu costumamos anotar o que trazemos de locadoras, mas normalmente deixamos de anotar os que compramos (em Belém e em outros estados) e os que nos chegam de experts em operações download. E não damos cotação a cada um. Resulta numa lista imensa com títulos que muitas vezes não atendem à memória. Além disso, a maior parte das gravações é de filmes mostrados nos cinemas. Por todos esses percalços prometo no próximo ano chegar a um consenso e fazer uma relação dos melhores em DVD mesmo que sejam filmes vistos em tela grande.
No final do ano (re)vi em bluray a comédia “Confidencias à Meia Noite”(Pillow Talk/1959) de Michael Gordon. Na época foi um sucesso. E a plateia ria a gosto com a peripécia final em que Rock Hudson é guinado à uma sala de parto. Hoje, o filme não esconde a sua fraqueza. Um dos produtores. Martin Melcher foi marido da atriz (Doris Day) e ao morrer deixou o “rombo” nas finanças da esposa. Outro produtor, Ross Hunter, realizou muitas comédias na Companhia Universal, com Doris e outros nomes famosos. Nesta historia de um romance nascido de telefomas trançados há pouco motivo que tenha resistido ao tempo. A não ser que se contabilize a canastronice de Hudson, um péssimo ator que protagonizou muitos filmes e desafiou bons diretores.
Está sendo editado em bluray um lote de filmes importantes. O caso de“As Aventuras do Barão Munchausen” merece atenção. E não só pelas belas imagens que a alta definição presenteia ao cinéfilo. Há um documentário longo em que o diretor Terry Gilliam, integrtante do grupo Monty Phyton, trata dos problemas da produção, de como o orçamento do filme foi alterado e de como a distribuição foi deficiente. De fato “Barão...” merecia mais do que se propagou na estreia (aqui no saudoso Cinema 1). Vale a pena ver o bluray.
Também em bluray vários épicos de produtores megalômanos: “A Queda do Império Romano”(Fall of Roman Empire) de Anthony Mann (produção de Samuel Bronston), “El Cid” (dos mesmos diretor e produtor) e “O Egipcio” (The Egiptian) de Michael Curtiz. O primeiro tem um inicio bem apresentado apesar do ator Stephen Boyd sempre ter deixado a máscara de jogador de baseball ou futebol americano. Mas presenciar um elenco onde se juntam Sir Alec Guiness, James Mason e Christopher Plummer é muito confortante. Pena que o final seja típico de filme de aventuras holllywoodiano.
“El Cid”está entre as melhores produções de Samuel Bronston, com certa dignidade, inclusive no epilogo quando o tipo vivido por Charlton Heston, morto, desfila entre seus comandados.
Mas o que merece aplausos em bluray é a edição de “Cidadão Kane”(Citizen Kane). O filme de Orson Welles ganha um livreto contando a história da produção e bônus com entrevistas diversas. Pena que falte o que existiu na edição em DVD: o documentário sobre Rudolph Hearst, o magnata que se achou biografado por Welles e o co-roteirista Herman Mackiewicz. Mas é uma edição indispensável na videoteca dos estudiosos de cinema.
Em DVD simples surge “Além da Liberdade”(The Lady) de Luc Besson. O diretor francês que ultimamente se limita a produção de blockbusters trata da mulher que lutou pela volta da democracia na Birmânia. O roteiro é da inglesa Rebecca Frayn e se joga com muita ficção mesmo assim consegue impor credibilidade no desempenho de Michelle Yeoh, atriz nascida na Malásia que esteve em “O Tigre e o Dragão” e “007 O Amanha Nunca Morre”. Creio que não se deve perder de assistir a esse filme.
UM ABRAÇO DE FIM DE ANO E ANO NOVO
Com certa dose de avaliação do que passou durante este ano de 2012, registro meu tempo no jornal "O Liberal", 40 anos de coluna de cinema. O enredo já foi publicizado pelo próprio jornal cuja reportagem me emocionou e me deu chance de reviver momentos da memória que no dia-a-dia do trabalho ficam acumulados e deixam de mostrar o quanto já passou. Mas no finalzinho de ano e início do novo quero expressar meu agradecimento a todos os leitores e leitoras que ainda fazem de Panorama a sua leitura diária. Embora as redes sociais expressem uma popularidade e suposto esvaziamento do “papel”, sinto que trago até o jornal impresso, de alguma forma, as pessoas interessadas em ler essas opiniões. Há os assinantes fieis e há os que conservam a idoneidade na “folha escrita”. Obrigada a todos, dos diretores do jornal, aos amigos editores da coluna e aos leitores/as por mais um ano de convivio. Que 2013 sejá um grande ano para todos nós.
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