Bradley Cooper e Jennifer Lawrence em "O Lado Bom da Vida"
Candidato a
vários Oscar, “O Lado Bom da Vida” (Silver Lining Playbook,EUA, 2012) foi
intitulado, em Portugal, “Guia Para um Final Feliz”. Fica melhor assim, o
registro deste filme, baseado em uma historia de Matthew Quick com roteiro do
diretor David O.Russel. Analisando friamente, sem levar em conta detalhes
nacionais, ou mesmo regionais, que podem ser observados apenas pelos
norte-americanos da região focalizada, trata-se de uma armação romântica dentro
dos parâmetros usados pelas comédias românticas de Hollywood. Dessa forma,
posso afirmar que o cinéfilo sabe, vendo e avaliando a primeira sequencia do
filme, como será a última desse trabalho mais recente do autor de “O Vencedor”.
No enfoque
da trama, o professor de educação física Pat (Bradley Cooper) passa uma
temporada em uma clinica para doenças mentais. Ao sair para a casa dos pais
fica sabendo que a sua esposa Nikki (Brea Bee) deixou-o, vendendo a casa em que
eles moravam. Traumatizado, o jovem encontra na vizinha Tiffany (Jennifer
Lawrence), viúva recente, o apoio necessário. Ela também passou por tratamento
psiquiátrico e, como ele, toma remédios específicos para controlar suas
emoções. Mas é difícil Pat esquecer a esposa. E apesar de formar com Tiffany um
par de dança disposto a concorrer em concurso especifico, escreve à antiga
companheira na esperança de que o relacionamento dos dois seja renovado.
Além das
personagens principais, o filme também apresenta o apostador inveterado e de
bom humor, o pai de Pat que também se chama dessa forma (é o Sênior) e a esposa
deste, Dolores, justamente quem confia na recuperação do filho. O primeiro é
interpretado por Robert De Niro que se mostra muito à vontade, ou como disse um
critico, “sendo ele mesmo”. O ator é candidato ao Oscar de melhor coadjuvante e penso
numa homenagem por toda a sua filmografia. Já a atriz Jacki Weaver, como
Dolores, não tem muito a mostrar.
Nenhuma
inovação, no processo narrativo, chama muita atenção. O que realmente se
sobressai é a expansividade com que Jennifer Lawrence encarna seu papel. E é
uma representação difícil. Por mais que o roteiro e a direção não explorem com
muita profundidade o drama dos tipos mentalmente traumatizados, ela consegue
dar um toque emotivo, expor a instabilidade afetiva que o seu personagem tem de
exibir para convencer.
Não entendo
é como “O Lado Bom da Vida” entusiasmou tanto os associados da Academia de
Hollywood para concorrer a nada menos de 6 Oscar incluindo os principais
(filme, diretor, ator, atriz e roteiro adaptado). Enfim, a premiação do gênero
tem sempre razões que a razão da critica independente desconhece. Não fosse
assim e Chaplin, Hitchcock, Stanley Kubrick e tantos cineastas talentosos com
filmes exponenciais teriam sido lembrados nessa premiação da indústria (e não
foram ).
Oi, Luzia!
ResponderExcluirEu também fiquei surpreso com tanta indicação ao Oscar deste filme. Sinceramente, que decepção! Uma comédia verborrágica, com diálogos enfadonhos e repetitivos, dejà vu total. Vale pela presença do sempre bom Robert De Niro e, sem dúvida, de Jennifer Lawrence, bonita e talentosa, aturando o chato protagonista.
Abraço,
R.Secco