"De Volta para Casa" . Imperdível!
No DVD encontram-se cópias de muitos
filmes europeus que os cinemas comerciais da cidade não exibem. A maioria
provém da França e os filmes podem ser clássicos do passado como produção recente.
No rol dos recentes está
“De Volta Para Casa”(À Mio Seule/França, 2011) que trata
de uma jovem sequestrada quando criança e passa anos com o sequestrador. O
filme é narrado sem ordem cronológica e logo no inicio se vê o reencontro da
sequestrada com a sua mãe. Não há muitos dados sobre o sequestrador e seus
motivos (não se fala em resgate). A base do roteiro é o relacionamento do
criminoso com a vítima, e até que ponto esta se acomoda como tal. O filme
ganhou um prêmio no Festival de Berlim. Marcação narrativa de primeira.
“Esposamante”(Itália, 1977) foi o
mais conhecido trabalho do diretor Marco Vicario. A bela Antonella Lualdi
interpretaa a esposa que se diz inválida e a quem o marido despreza. Quando ele
desaparece, ela sai do leito onde permanecia como doente e passa a ter uma vida
amorosa. A volta desse marido instável se dá quando ele se acha doente e dessa
forma passa a morar na casa vizinha à sua, de onde observa a vida da esposa. Em
certo momento ele volta sendo recebido por ela. Roteiro de Rodolfo Soneco e do
diretor. Marcello Mastroianni é o marido. A mim sempre pareceu um filme fraco
além de apresentar enfoques sobre uma relação clássica de marido traído e
mulher culpada. As estratégias dela nessa relação são expostas pelas mãos de
Vicário como de mulher astuciosa a quem o público tem aquela reação negativa
desde quando a trama se desenvolve. Mas é interessante assistir.
“Copacabana”(França,2010) de Marc
Foutussi é um show de desempenho de Isabelle Huppert. A atriz (que protagoniza a
filha de Emanuelle Riva & Jean Louis Trintignant em “Amor”) é mostrada como
figura instável Babou, divorciada, usuária de droga, desempregada quase sempre
e difícil de ser compreendida pela filha Esmeralda (Loliya Chammah, sua filha
na vida real). Louca pela musica brasileira, sonha em viajar para o Rio mas
enquanto não pode, emprega-se numa locadora de imóvel e volta ao desemprego
quando abriga mendigos em um dosapartamentos que deveria alugar. O roteiro do
próprio diretor tem alguns avanços incômodos de ficção em meio a um realismo
aparente. Mas Huppert dá àpersonagem uma carga de sentimento que a ninguém é
despercebido. Ela é o filme, e a sua herdeira, num tipo antipático, não deixa
de impressionar também.
“A Vítima Perfeita”(In Her
Skin/Autralia, 2010) impressiona pela narrativa segura que consegue sair do
trivial na abordagem de um caso verídico: o sumiço de uma jovem da classe média
que se dedicava à dança. Bons atores, especialmente Ruth Bradley que protagoniza
a jovem epilética Caroline, mantém a atenção e as pausas que a diretora Simone
North coloca no drama policial e familiar acionam um plano de suspense que em
nada prejudica a análise de comportamento. O filme ganhou 2 prêmios, um na
Austrália um em Milão. Inédito nos cinemas locais.
“Christine”(França, 1958) é o
único filme que reuniu Romy Schneider e Alain Delon, namorados em um breve
tempo e por isso ligados aos jovens da ápoca como românticos sedutores. Delon
protagoniza um militar, ela sua namorada. Mas ele mantém por meses um
relacionamento com a esposa (Micheline Presle) de um oficial superior. O
romance proibido leva-o a duelar com o marido traído. E o final triste parecia
indicar que a dupla Schneider & Delon não demoraria muito. Ela, a Sissi do
cinema, teve uma vida marcada por fatos trágicos, nada compatível com os filmes
romântocos em que atuou em inicio de carreira. Direção de Pierre Gasár-Huit.
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