sexta-feira, 1 de março de 2013

É DUREZA, MESMO



Bruce Willis e seu "filho" em "Duro de Matar"

Um espectador norte-americano deu uma “resposta”lapidar após assistir a “Duro de Matar 5. Um Bom Dia Para Morrer”(A Good Day to Die Hard/EUA,2013): “Que o autor dessa historia tenha um bom dia”.
O filme é dirigido por John Moore e escrito por Skip Woods seguindo caracteres imaginados por Roderick Thorpe. O irlandês Woods e o norte-americano Thorpe estreiam na franquia. Segundo eles, o tipo de John McClaine, heroi de 4 filmes nessa linha de aventuras as mais extravagantes, vai à Moscou atrás do filho que não vê há muito tempo. John é um agente policial aposentado e, nos primeiros momentos deste “nº5” exercita os músculos numa academia e o instrutor só o chama de “coroa”. Mesmo assim, ele, interpretado como sempre por Bruce Willis (agora com 57 anos) viaja para a capital russa. Não demora e descobre rapidamente o filho Jack (Jay Courtnay) que procura. Ele está fugindo da policia em um furgão onde leva um prisioneiro, Komarov (Sebastian Koch) cujo crime era o de ter guardado documentos que incriminam um político candidato a um cargo de governo. Na verdade, Komarov oculta urânio que deve ser transportado da desativada usina de Chernobyl para países que desejam fabricar armas nucleares. Em outras palavras: o protegido de um dos “mocinhos” é o “bandido”.E antes de essa identidade ser descoberta, o filho encontra o pai e faz as pazes com ele, se inserindo em uma aventura mirabolante com direito a todos os desastres que o efeito de CGI possa imaginar.
O filme na verdade é uma comédia. Só assim se tolera um enredo tão fantasioso que se pode considerar “a lá Pinóquio”, com os norte-americanos saltando de prédios altos sobre diversos tipos de “amortecedores”, jogando seus carros de viadutos sobre outros que passam em pistas lotadas, escapando de tiroteios e por ai vai. E se um deles é ferido logo está curado sem ir ao menos a um pronto-socorro. O mais prosaico: chegam a derrubar helicóptero em voo.
John Moore tem sob sua atenção o ritmo do filme. Seus personagens não descansam e os bad-boys mudam de posição e recebem armas de qualquer lugar suficientemente carregadas de balas. Estas qualidades sobram para os antagonistas. Há uma sequencia hilariante em que pai e filho, ou seja, John e Jack estão presos, surrados, mas, mesmo assim, tomam as armas, atiram e matam os que os aprisionam. Como fazem isso é como se ouve nos velhos chavões dosquadrinhos: “uma tarefa para o Superhomem”. Só que John e Jack não nasceram no planeta Krypton e, nas primeiras cenas do filme John diz que é de Nova York e inspira um motorista russo a cantar como Frank Sinatra.
Impressionante como os computadores destroem obejetos e infernizam a capital russa. Os carros literalmente voam. E só quem não se machuca é o tipo que figura como herói.
Nada, absolutamente nada, a se levar na saída do cinema para um rescaldo de memória. O bom é esquecer logo o que foi visto. É de supor que é isso que os cineastas pensam. Mas ainda assim poderiam ter um pouco de bom senso. No fim das contas não se sabe se o político corrupto é mesmo o que está sendo difundido sobre ele ou se o tipo circula entre planos querendo a cabeça dos que buscam seu prisioneiro. Simplesmente não se toca mais nele depois que pai e filho saem das refregas posto que são “duros de matar”. O que deve interessaraos produtores é existir um substituto à altura para o Bruce Willis reformado nas velhas lutas. Com certeza vai surgir um “Duro de Matar 6” com novo atleta. Pelo menos é o conselho da bilheteria na primeira semana do filme atual na sua terra de origem. Certo que faturou pouco, mas ainda assim ficou na cabeça do“box office”.
Pior para quem vai ao cinema buscar subsídio para a inteligência. Ondeencontrar? A imaginação do que foi exposto não leva a nada.

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