"A Vida de Outra Mulher":Juliette Binoche e Mathieu Kassovitz.
Cresce em quantidade os títulos de
filmes europeus chegando às locadoras de DVD. A maioria não chegou a ser
exibida nos cinemas locais e isso fortalece a curiosidade do cinéfilo. Veja-se,
por exemplo as indicações.
“A Vida de Outra Mulher”(La Vie
D’Une Autre Femme/França, 2011) é o primeiro filme de longa metragem dirigido
pela atriz Sylvie Testud(a Mômone de “Piaf, Um Hino ao Amor”). Juliette
Binoche,hoje uma das melhores atrizes francesas, protagoniza Marie, uma mulher
de classe média alta, casada com um desenhista de historia em quadrinhos (Mathieu
Kassovitz) que em certo dia, ao acordar, esquece dez anos de sua vida e passa a
viver como uma outra pessoa, mudando até a fisionomia(o cabelo está mais
curto). Descobre que tem um filho de 6 anos, Adam (Ivy Dachari-Le Béon) e que
está em processo de divorcio. Das peças que aos poucos vai armando dos recortes
da vida dessa “outra Maria” também sabe que é executiva de uma firma de grande
porte e por isso indispensável em reuniões de diretoria. Toda essa reviravolta
só desestabiliza Marie por causa do marido, Paul, a quem ama e não pretende
prosseguir com o processo de divorcio.
Muito imaginoso e argumentação
ousada, o roteiro de Claire Lemarechal com base num romance de Frederic Deghelt
é bem aproveitado por uma direção que consegue excelentes desempenhos. O tipo
do filme que se vê com agrado. E se pensa em como não chega às nossas telonas.
“Sem Segurança Nenhuma”(Safety
not Guaranteed/EUA 2012) também apela para a imaginação. Pode-se pensar em uma
ficção-cientifica comum, mas a trama deixa de lado a linha mestra do argumento
de Derek Connely, também autor do roteiro, e trata de uma repórter que investiga
um anuncio estranho onde um homem pede companhia para uma viagem no tempo. Ela
vem a saber que ele é um idealista mas diz algumas coisas sem consistência. Por
exemplo: informa que sua companheira morreu, mas ela está viva e a repórter a
encontra fazendo com ela uma entrevista. Algum humor para os colegas de
trabalho da jornalista. O final não chega a mostrar a prometida viagem no
tempo. Não interessa. Vale o sonho de quem planeja. Direção de Colin Trevorrow
um estreante no longametragem de ficção para cinema. O diretor foi premiado em
Sundance e com o Spirit, premio da critica norte-americana.
“À Espera
de Turistas”(Am Ende Kommen Touristen/Alemanha 2007) ganhou 5 prêmios em seu
país de origem e dá um novo ângulo ao drama do holocausto. O argumento trata de
um jovem alemão que faz estágio de assistente social cuidando de um
sobrevivente do campo de extermino de Auschwitz na Polônia. O ancião prefere
viver só fazendo palestras para jovens numa escola local. Ele gosta de contar o
que passou durante a 2ª. Guerra Mundial, mas poucos têm paciência de ouvi-lo.
Uma irmã que mora no campo insiste que ele vá ficar na asa dela. Mas o ancião é
teimoso e muito dessa teimosia se transfere para o jovem designado para
realizar suas intimas tarefas. Realização esmerada com desempenhos marcantes de
Alexander Fehlin (o jovem Sven) e de Ryszard Ronczewski, o sobrevivente em
Auschwitz.
“E Agora
Onde Vamos ?”(Et Mantenant Oú Va Où? França,2001) confronta católicos e
muçulmanos numa pequena cidade libanesa no século passado. As mulheres cobram o
que lhes acontece e a seus maridos de sua fé, e assumem ações de força para
melhorar a situação tensa na região. Segundo filme que a atriz libanesa Nadine
Labaki dirige (antes foi “Caramelo”, 2007). O filme ganhou o premio do júri
ecumênico no Festival de Cannes e mais 5 premios internacionais. Outro inédito
por aqui.
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