Joan Fonttaine e Louis Jourdan em "Carta de Uma Desconhecida". No Olympia.
Um gênero que persiste é o chamado “cinema
romântico”. Obviamente ele se adaptou ao tempo. O namoro de ontem, era visto
através de estrelas de Hollywood que vendiam imagens recatadas, nos EUA, modeladas
pelo chamado Código Hays, derivado do republicano William H. Hays. Hoje, o
filme “de amor” dificilmente deixa de focalizar o par de namorados na cama.
Woody Allen no seu “A Rosa Púrpura do Cairo”(1985) criticou isso através do
personagem interpretado por Jeff Daniels, um ator que saia de dentro de um
filme antigo e se impressionava, por exemplo, ao ver passar uma mulher grávida.
Mas o que é motivo de chegar ao assunto hoje é a Mostra de Cinema Romântico que
vai começar nesta sexta, 15, no Cine Olympia. São 6 filmes que o público de sua
época consagrou, e alguns acompanhados da critica, e a geração de hoje
desconhece. Curioso é que a maioria ficou na memória devido às músicas
descritivas ou canções intercorrentes. O certo é que todos os selecionados para
esta mostra produziram grandes filas nos cinemas lançadores e até agora são
lembrados pelos que os assistiram. Aliás, a escolha dos títulos prendeu-se a
opiniões de espectadores. Veja-se a lista:
“Candelabro Italiano”(Roman Holiday/1960) explora a
viagem de uma bibliotecária que escandaliza clientes com a recomendação de um
livro considerado “forte” e, despedindo-se do emprego, viaja para a Itália onde
mantém romance com um jovem que estava noivo de outra. O ppar romântico
formados pelos atores que eram sucesso na época, Suzanne Pleshette e Troy
Donauhue, encantaram plateias, mas o que marcou mesmo foi a canção “Al di Lá”,
de Carlo Dunida, cantada por Emilio Pericoli. Essa e a outra canção que era o tema
musical, “Prudence”, nome da personagem de Pleshette, ficaram na memória.
“Em Algum Lugar do Passado”(Somewhere in Time/1980)
trata do curioso romance de um homem do século XX com uma jovem do século XIX.
Ele se transporta no tempo quando vê uma mulher idosa e fica sabendo quem ela
é, ou foi. O argumento e roteiro de Richard Matheson, famoso escritor de
episódios da série de TV “Além da Imaginação” e de filmes como “O Incrível
Homem que Encolheu”, lembra de perto a peça de John L. Balderston, por sua vez
baseada em um livro de Henry James “The Sense of the Past” que Roy Ward Baker
filmou em 1951 com o nome de “Jamais Te Esquecerei”(The House in the Square). Neste
último o romance era entre Tyrone Power e Ann Blyth, e no que será exibido a
“affair” se dá entre os personagens de Christopher Reeve e Jane Seymour. A
musica de Roger Williams que deu titulo ao filme ainda é muito lembrada.
“O Morro dos Ventos Uivantes”(Huntering
Heights/1939) é a versão clássica para cinema do livro de Emily Bronté. O
roteiro de Ben Hecht e Charles MacArthur não explora todo o livro. Mas William
Wyler, o diretor, conseguiu deixar o clima de um relacionamento trágico com
desempenhos marcantes de Laurence Olivier e Merle Oberon. Um clássico legítimo.
A sequencia do encontro do casal de namorados no morro e a clássica frase “I am
Heathcliff” / I am Cathy “ se tornaram os
símbolos do grande amor sofrido e jamais realizado salvo em outro plano de
vida.
“Corações Enamorados”(Young at Heart/1954) é o único
filme que reúne Frank Sinatra e Doris Day dois ícones da canção americana.
Sinatra interpreta um tipo dramático elogiado. O roteiro é baseado em uma
historia de Fannie Hurst, autora de outro clássico da literatura romântica, “Imitação da Vida”, e
a direção coube ao versátil Gordon Douglas. As canções marcaram a partir da que
dá titulo ao filme.
“Carta de uma Desconhecida” (Letter from a Unknown
Woman/1941)foi o primeiro projeto pessoal do diretor alemão Max Ophuls em
Hollywood. Elogios unânimes. O ator francês Louis Jourdan (que ainda vive em
Los Angeles, com 91 anos) é o galã por quem se apaixona a personagem de Joan
Fontaine (agora com 95 anos) a ponto de ela engravidar e ter um filho dele sem
que ele a guardasse em sua memória. Obra-prima. Ela é mais conhecida pelo
desempenho em “Rebecca, A Mulher Inesquecível”(1940), de A. Hitchcock, e ele
por “Gigi”(1958), um romance musical com Leslie Caron. Aliás, um filme que
poderia estar incluído nessa mostra.
Luzia, este carta de uma desconhecida, me deu curiosidade pela casal de protagonista.
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