Aaron Eckhart, como o presidente dos EUA recebendo diplomatas asiáticos.
Hollywood
tem história de produzir filmes sobre aventuras trágicas em seu mercado de
origem. Depois de colocar toda a nação invadida por ETs em “Independence
Day”(1996) e de brincar com isso em “Marte Ataca!”(1996) vem agora “Invasão à
Casa Branca”(Olympus hás Fallen/EUA,2013) onde o próprio presidente é refém de
terrorista, desta vez um tipo coreano (e o filme parece atual quando coloca a
Coréia do Norte no rol dos possíveis vilões).
Interessa
muito pouco os motivos da invasão do tradicional prédio que abriga o Chefe de
Estado americano. Na sequencia inicial do filme a primeira dama morre quando se
prepara para participar do Natal em casa de amigos ao lado do marido (o filho
está em outro carro) e o carro derrapa na pista chuvosa. Só com o filho pequeno
(Connor/Finlay Jaconson) o presidente (Aaron Eckhart) é alvo do ataque de um
líder coreano insatisfeito. O terrorista quer explodir não só a Casa Branca,
mas Washington por inteiro, acionando um artefato nuclear sem possibilidade de
estancar a ação, mas para isso terá que conseguir o código da contra-ação
norte-americana usando para isso uma sessão de tortura contra os principais
assessores do presidente.
O salvador
da pátria chama-se Mike Banning (Gerard Butler), um agente dispensado do posto
que ocupava no momento da morte da primeira dama, e antes se queixando de estar
“sem fazer nada” porque foi colocado na área administrativa do governo. Ele
tem habilidade bastante para entrar no prédio dominado pelos terroristas
e enfrentar todo mundo com a cara e coragem. Ainda consegue isolar o pequeno
Connor colocando-o dentro de uma das paredes que simulam tuneis.
Nada de novo
se pode ver no filme dirigido por Antoine Fuqua(“Dias de Treinamento”,
“Assassinos Substitutos”) com roteiro de Creighton Rothenberg e Katrin
Benedict, ambos estreantes. Fica bem evidente o esforço patriótico, aquela
idéia de supremacia da nação e o endeusamento do herói americano, uma espécie
de super-herói que não precisa voar para dizer a que veio.
Morgan
Freeman protagoniza o congressista Trumbull guinado a responder pelo governo na
ausência do presidente e seu vice. Nunca o veterano ator esteve tão apático.
Parece dormir na mesa quando os auxiliares do governo discutem a situação e
ficam em suspense quando sabem que foi acionada a bomba que matará todos eles.
Freeman é um veterano premiado por sua atuação em “Menina de Ouro”(Million
Dolars Baby/2004) de ClintEastwood. Sabia certamente que seu tipo estava
imbuído no ridículo total da historia. Fica a ação a cargo de Eckhart e Butler.
O primeiro é convertido em principal torturado dentre seus auxiliares e
convidados que com ele estavam no momento do sequestro e o segundo parece
vacinado contra balas e bombas e tem “a honra” de carregar o presidente ferido
para uma ambulância que chega quando tudo já está resolvido, ou seja, o vilão e
sua gangue já foram eliminados.
Os filmes
que ilustram perda de tempo de quem costuma pensar em cinema são cada vez mais
frequentes. É de supor que a indústria convenceu-se de que o público se
contenta com a ação modulada por CGI e tramas óbvias, do tipo que ao mostrar a
primeira cena já dá indicativo de como vai ser a última. No cardápio de mesmice
o melhor mesmo é fugir para as sessões extras ou então para o DVD, na
comodidade de ser ver cinema em casa. Nesse ponto, a oferta é variada e se há
coisas descartáveis, algumas enganosas como muitas rotuladas de clássico, há
títulos pouco reconhecidos, do tipo que as limitações comerciais da
distribuição praticamente isola em poucas cópias (ou nenhuma).
“Invasão à
Casa Branca” é muito ruim. Melhor foi a invasão turbulenta dos ETs gaiatos na
extravagância de Tim Burton (“Marte Ataca!”). Ali a comédia era franca. No caso
do filme atual, a coisa é mais séria porque explora a “desinteligência” das
agencias do tipo FBI, mostrando desconhecimento de quem é quem na equipe do
diplomata asiático que visita o Presidente, daí gerando o sequestro, e ainda
coloca a deriva as forças militares e de defesa que deveriam proteger a nação.
O filme é uma “aula” de como “desproteger” o mandatário do país e,
principalmente, deixar ao sabor da guerra, os cidadãos. Suspense patriótico.
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