segunda-feira, 15 de abril de 2013

VIDEOS EM LANÇAMENTO




Kirk Douglas e Cid Charisse em "A Cidade dos Desiludidos"

No mercado de vídeo encontram-se alguns filmes de décadas passadas. A exemplo, “A Cidade dos Desiludidos”(Twon Weeks in Another Town, 1962), proposta de continuar a trama de “Assim Estava Escrito”(The Bad and the Beautiful, 1952). Vicente Minneli dirige Kirk Douglas como um ator em terapia numa casa de saúde para doenças mentais que a pedido de um diretor de cinema (Edward G. Robinson) segue para Roma para iniciar um trabalho. Os problemas de relacionamento do personagem ganham corpo quando ele substitui o cineasta amigo que adoece. Por isso é insultado. Nesse tempo, Hollywood descobriu as vantagens econômicas de filmar no exterior, especialmente num estúdio bem equipado como Cinecittá. Mas o histórico do tema se dilui numa linguagem apressada que fica à distância da expertise de Vincent Minnelli, um dos bons diretores dos anos 50/60/70. Vale apenas por curiosidade, e nisso tem Cyd Charisse em papel dramático, sem dançar, ela que era uma das maiores dessa arte (cf. “Meias de Seda”, 1957)
Roberto Rosselini está presente em “Viva a Itália”(Viva L’Italia, 1961) obra didática sobre a unificação italiana, ressaltando o desempenho de Giuseppe Garibaldi figura histórica que dedicou sua vida contra a tirania, ao participar de conflitos na Europa e na América do Sul, inclusive no Brasil. O diretor privilegiava este trabalho mas a copiagem não está boa e a densidade do roteiro, prendendo-se a uma exposição de sala de aula, tem interesse restrito.
E na área dos filmes antigos duas comédias sobre teatro mostram que eles envelhecem ruidosamente: “Somos do Amor”(it’s Love I’m After/1937) de Archie Mayo com Leslie Howard , Bette Davis e a então novata Olivia de Havilland e “Suprema Conquista”(20th Century/1934) de Howard Hawks, com John Barrymore e Carole Lombard expondo exageros de atores. Barrymore, então, está em péssimos dias para atuar.
Assisti a esses vídeos por considerar que certos títulos, hoje vistos como clássicos, trazem algumas técnicas que demonstram as inovações do momento de sua produção, mas, sinceramente, não são de minha admiração. Aliás, às vezes sinto que estou “perdendo tempo” em assisti-los. É um desabafo, mas é a minha verdade. Alguns, aliás, são tão pobres de técnica e de enredo que se tornam “bobices roliudianas”. De qualquer modo, é bom constatar isso.

Morte de Estrelas
A semana que passou colocou, exclusivamente na historia, duas interpretes de filmes e musicais: Sara Montiel e Annette Funicello. A primeira marcou época com “La Violetera” (1958) embora tenha protagonizado filmes em Hollywood, a exemplo, “Vera Cruz”(1955) de Robert Aldrich, e “Renegando o Meu Sangue”(Yellow Mocasin/1957)de Samuel Fuller, além de “Serenata”(1956) com direção de seu então marido Anthony Mann.
Sarita, como era mais conhecida, notabilizou-se nos melodramas espanhóis, notadamente os dirigidos pelo argentino Luís César Amadori. Ao se aposentar como atriz, permaneceu como cantora e, nesta condição, visitou Belém. Os fãs foram vê-la cantar a música de José Padilla que Chaplin usou em “Luzes da Cidade”(Citylights,1932).
Quanto a Annette Funicello ganhou fama nas comédias “de praia” que fez com Frank Avalon, entre outras, “Folias na Praia”(Beach Blanked Bingo, 1965) de William Asher e “A Praia dos Biquinis”(Bikini Beach,1964) também de William Asher. Eram filmes ingênuos que levavam público ao cinema. A atriz era uma “relíquia” de Walt Disney que a lançou na TV série “Annette”, em 1958. Os críticos levavam em conta a imagem de “menina comportada” a ponto de dizerem que a garota propagava o então audacioso biquíni, mas não usava a peça.
Também partiu o critico Roger Ebert, sucumbindo ao câncer com 70 anos. Era um dos mais lidos nos EUA. O presidente Obama disse em seu funeral: “...ao desgostar de um filme ele era criterioso, ao gostar era esfuziante”. Um livro com comentários de Ebert chegou a ser editado no Brasil. Ele era o titular da coluna de cinema no Chicago Sun Times. Hoje, o jornal mantém seu nome como a referencia da coluna mesmo assinada por outro jornalista. Era muito lido por Pedro Veriano que gostava das opiniões do crítico, como ele, um apaixonado pelo cinema.
Morreu também o cineasta Bigas Luna, catalão com 13 prêmios no currículo, inclusive um no Festival de Veneza de 1994 por “La Teta y la Luna”. Ele estava ativo aos 67 anos e deixou um filme marcado para estrear em 2014: ”Segon Origen”. Naslocadoras de DVD podem ser encontrados alguns trabalhos seus como “Jamón, Jamón”(1994) e “Ovos de Ouro”(Huevos del Oro”(1993).

Um comentário:

  1. Oi, Luzia!
    Acho que a melhor saída para o cinéfilo de Belém são mesmo os vídeos. Acabo de ler a coluna de mestre Veriano sobre as barbeiragens na projeção de "Chamada de Emergência". Como se não bastassem essas duas empresas fuleiras que se estabeleceram nos shoppings, e se dizem "de cinema", ainda contratam gente sem competência para nos atender. Tais empresas passam semanas e semanas levando besterias nas telas, enquanto tanta coisa boa chega no circuito sudeste e nordeste (sim, no Nordeste/Recife passa coisa boa!). Ainda bem que o Oscar as obriga o projetar os candidatos! Fora isso,o jeito são os vídeos e o cicuito alternativo (quase sempre noturno), rezando-se para achar um estacionamento e/ou não dar de cara com um pivete.
    Abraço,
    R.Secco

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