“O Último Round” (Posledniv Raund, Russia, 2011)
Títulos
de filmes inéditos estão entre os DVDs que assisti esta semana incluindo-se uma
produção russa.
Com
cenas de carros derrubados, explosões, corridas, tudo o que Bruce Willis
interpreta na série “Duro de Matar”, o filme de produção russa “O Último Round”
(Posledniv Raund, Russia, 2011) também explora esse tipo de ação de forma muito
superior à média feita por Hollywood. Direção de Egor Golovenki, o enredo trata
do boxeador Artyon que está em recesso no ring, mas se impressiona quando vê o
colega Oleg ser massacrado por um lutador chinês. Ele procura voltar à forma
para desafiar o adversário em potencial, mas se mete em uma aventura quando, se
preparando para viajar para Hong Kong é acusado pelos agentes do aeroporto de
portar certa quantidade de tóxico, que ele desconhece a origem e avalia ter
sido “plantado”em sua bagagem (há cenas sobre isso). O delegado do país afirma
que a menor pena é prisão perpetua, mas oferece atenuante com uma forma de
favor. Artyon consegue fugir graças a um velho chefão de drogas e sua ajudante.
Passa por uma série de perigos e quando consegue voltar ao campo da luta já
sabe que o chinês campeão é um produto de engenharia genética. Mesmo assim,
aceita o desafio. E soma-se desse empenho o fato de ter brigado com a esposa e
estar impedido de ver o casal de filhos. O final é uma luta empolgante.
Narrativa seca mescla-se à política de relações entre staff e lutadores
internacionais, sabendo-se, nas entrelinhas, que a situação forjada para
aprisiona-lo em Hong-Kong é de mafiosos do esporte e de traficantes.
No
elenco há quem tenha trabalhado na franquia James Bond (Mikhail Gorevob). Não
faltam efeitos especiais e uma edição muito bem estruturada para gerar
suspense.
Não
sei se este filme chegou a ser exibidos nos cinemas brasileiros. Por aqui não.
Fato que nos faz estranhar a exibição comercial. Como esconder um produto tão
bem acabado no gênero?
Outro
inédito é “4.44 - O Fim do Mundo” (4.44 Last Day on Earth, EUA, 2012), o mais
novo filme editado do diretor Abel Ferrara, norte-americano cultuado por certa
critica a exemplo do que se viu com o seu “Cidade do Medo” (1984). Neste filme
ele explora as ultimas horas da humanidade segundo o superlativo das previsões
do ex-vice presidente norte-americano Al Gore a respeito do que acontecerá se a
poluição acabar com a camada de ozônio que envolve o planeta e com isso
derreter as geleiras dos polos. Willem Dafoe e Shanyn Lee formam o casal que
decide morrer abraçado. O filme lembra outro filme, este exibido
comercialmente, “Melancolia” de Lars Von Trier. Isto sem falar em outros que de
alguma forma preveem o apocalipse. Nesta obra de Ferrara o tema se esgota no
obvio, no clichê do gênero no cinema. No Brasil passou direto para o DVD.
“Pegadas”
(Footprints, EUA 2012) apresenta evangélicos na produção. Baseado em um fato
real trata de um homem que desde criança sofre perdas. Mal amado pelo pai, a
morte da mãe ainda jovem deixa-o desprotegido, a carência de afeto de todos os
lados se tornam lutos permanentes em suas primeiras fases de vida. Quando
adulto vê morrer o seu cachorro e entra em depressão. A esposa o incentiva a
procurar outro cão e ele compra uma cadela considerada feroz, mas da mesma raça
do mascote que perdera, um pastor alemão. Conseguindo treinar a cadela para
determinado fim aproximando-a do instinto que ela desenvolveu, ele inaugura a
intervenção canina em recuperação de doentes (a esposa é dentista) e em seguida
leva-a a trabalhar com os fiéis de uma igreja. O diretor chama-se Jim Huggins e
dentro da modéstia artesanal dá o seu recado para uma plateia sensível a
exemplares religiosos. Salta aos olhos essa condição de aproximar os lucros
criativos do rapaz e as possibilidades de ele conseguir, com a nova tecnologia,
proximidade entre um doente e o animal e a vontade de viver. Lançamento só em
DVD.
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