segunda-feira, 13 de maio de 2013

CINEMA E MUSICA



"Metrópolis" (1927) em exibição no Olympia, compondo o programa cine-música.

Um novo programa para uma reflexão sobre a resistência da arte no cinema mudo e o efeito da música está em evidencia neste inicio de semana. Representa uma maneira de mostrar ao público o  modo como antes as imagens circulavam sem uma “bengala”, nos filmes, e diziam muito sobre o que queriam expressar. A música, no tom devido, processa essas imagens sem deixar o ranço que hoje tem sido dado pelos produtores quando pretendem explorar outras versões em gêneros que se ramificaram desse meio de circulação da mercadoria filme, a exemplo, o cinema de suspense, de terror e por ai vai.
A sintonia entre dois eixos de arte em Belém – a FUMBEL e a Fundadação Carlos Gomes – criou o meio de mostrar ao público como se dá esse casamento usando a nostalgia de uma casa centenária para o cenário dessa demonstração. Assim, não é possivel deixar de estabelcer essa convivência somente no plano da nostalgia sem criar o ambiente para o aprendizado entre as duas linguagens artísticas. Cinema e música, mais uma vez, nesta terça, nos ensinam a circular pelo conhecimento mais denso sobre essas duas artes. Que a ACCPA conduz para demonstrar essa contribuição.
O filme de hoje (14/05) nessa composição cine-música é “Metropolis”(Alemanha 1927) que marcou a ficção cientifica cinematografica por diversos fatores. O diretor alemão Fritz Lang trabalhou um roteiro de sua esposa Thea Von Harbou. Desta  se separou em 1933 quando chegava na Alemanha o nazismo e devido a isso ele se negou a presidir a industria cinematográfica oficial do III Reich como queria Joseph Goebbles, o ministro da propaganda alemã.
Fritz Lang seguiu então para a França e de lá para os Estados Unidos. Só voltaria à sua terra nos anos 60. Mas entre seus trabalhos de diversos gêneros “Metropolis” salta como um dos títulos mais imprtantes. Ele inauguraria em cinema o “futurismo” que se tornaria uma categoria visual em tempos adiante.
Na época da realização ainda não se cogitava o cinema falado. A historia do filme pode ser assim resumida:
Na cidade do futuro, chamada Metropolis, os operários comandados por Freder Fredersen (Gustav Fröhlich) são obrigados a trabalhar sem parar para que a máquina que move as estruturas modernas não pare. Um dia, após achar planos de uma possível rebelião nas roupas de um operário que havia morrido em um acidente, o filho de Fredersen, Johhan Fredersen (Alfred Abel), vai ao meio dos operários e descobre como eles sofrem maus tratos, concluindo como um símbolo desse tipo de opressão o modo como trabalham o grande relógio que pontua toda atividade local. É nesse espaço que encontra Maria, presente em uma das reuniões de trabalhadores. Johann percebe os planos de revolta e para mudar as coisas assiste a inclusão de um cientista de confiança que trabalha na construção de um robô confundível com os operários e sequestra Maria para dar forma a esse robô fazendo-o espião dos patrões.
O final imaginado pelo roteiro e diretor mostrava a vitoria dos operários que passavam a administrar Metropolis. Mas a censura nazista não gostou e fez colocar uma cena em que patrão e empregado apertam as mãos selando uma vitória do patronato embora se dissesse que era a rendição do capital ao trabalho.
O filme fez historia. Não só pelo tema como pela inclusão de efeitos especiais originais na época e a curiosa inclusão de uma temática política numa historia de ciência-ficção a evocar o que H.G. Wells escrevia na Inglaterra prosseguindo a obra imaginosa de Jules Verne.
“Metropolis” desapareceu durante a 2ª.Guerra Mundial. Uma cópia foi recuperada no fim do conflito e daí em diante passou por varias restaurações e inclusão de trilha sonora. Uma dessas trilhas, composta por Giorgio Moroder, ganhou o prêmio “Razzie” de pior do ano dado pelos críticos norte-americanos. Isto em 1985. Hoje o filme vai ser apresentado em Belém no cinema Olympia com outro som. Será acompanhado pelo pianista Paulo José Campos de Melo dentro do programa que já apresentou “A General” de Buster Keaton e “Aurora” de Murnau. Um programa em que entram como patrocinadores a Funbel, ACCPA e Fundação Carlos Gomes. A sessão será hoje às 18h30 com enmtrada livre.
Para o proximo programa que será apresentado no mês de junho está cotado o filme “Em Busca do Ouro”(1925), de Charles Chaplin.

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