“Cerimonia de Casamento” de Robert Altman. Nas locadoras de DVD.
Cinema é a vida registrada que
incita a memória. Dessa forma, o DVD está cumprindo a missão de trazer de volta
filmes do passado, reativando lembranças e, com isso, abrindo espaço para novas
considerações sobre temas & formas que em época remota receberam boas ou
más referencias. Este mês chegam às locadoras obras discutidas quando em suas
estreias como: “Tara Maldita”, “Romance”, ”Um Rosto de Mulher”, “Carrossel da
Esperança”, “O Condenado de Altona” (atenção Edson, UFPA), “A Mulher do Rio”,
“O Navio Condenado”, “Julia”, “Os Embalos de Sábado à Noite”, “Grease, no Tempo
da Brilhantina”, “Flashdance”, “Cerimonia de Casamento”, “O Capanga de Hitler”,
“Esposa só no Nome”, “Este Mundo Louco” e “Idilio em Dó Re Mi”. O que ainda guardo na memória é,
sobretudo, “Os Embalos de Sábado à Noite”(Saturday Night Live, 1974),
“Cerimônia de Casamento” e “Julia”. O primeiro foi o grande sucesso de público
dos cinemas 1 e 2 em seus primórdios. Há uma história por traz disso:
Alexandrino Moreira, proprietário das salas, havia contratado o filme com a
filial da Paramount Pictures em Recife. Quando a estreia já estava marcada
soube que Severiano Ribeiro havia marcado o mesmo titulo para os seus cinemas
de Belém. Como o circuito Ribeiro era nacional, a empresa norte-americana achou
que devia atendê-lo. Contrariado, Alexandrino chegou a se comunicar com Nova
York, pedindo providencias da matriz da produtora. Ganhou a questão. Lançado
nas duas casas, “Embalos...” ficou um mês em cartaz . E deixou moda, não só com
o ritmo como nas calças boca de sino do galã John Travolta. E Travolta, um
desconhecido até então, transformou-se em mito. Logo estaria filmando “Grease”,
a evocação de um tempo anterior (os anos 50). Sempre com sucesso.
O filme dirigido por Robert
Stigwood era apenas divertido. Mas refletia bem o comportamento de uma classe
social. A música até hoje é ouvida em programas específicos.
“Cerimonia de Casamento”(A
Wedding, EUA, 1978) marcou o estilo do diretor Robert Altman. Sua
caracteristica principal da narrativa era colocar muitas personagens e
situações que se cruzavam depois de serem dimensionadas em separado. Isso se vê
nas bodas em uma mansão onde a matriarca (Lillian Gish, a atriz dos filmes de
Griffith nos anos 10 e 20) falecia em seu quarto longe do burburinho. Os
convidados são heterogêneos, e alguns não escondem suas animosidades. É um
painel dramático com um senso cômico a ressaltar melhor o ridículo de algumas
personagens. Um filme excelente que possivelmente irei testar na revisão.
“Carrossel da Esperança”(Jour de
Fête, 1949) é a estreia de Jacques Tati como diretor. Ele protagoniza um
carteiro de província. Depois desse filme criaria o tipo excêntrico Monsieur
Hulôt que marcou a sua carreira. Vestido com uma capa alongada até quase aos
pés, chapéu de feltro e bengala andava de forma muito peculiar e se apresentava
com uma só palavra: Hulôt. Foi o responsável por obras primas como “As Férias
do Sr Hulôt”, “Meu Tio” e “PLaytime”.
Não conheço “A Tara Maldita”(The
Bad Sesd, EUA, 1956) que dizem ser o filme mais pessoal do diretor Mervyn Le
Roy, o diretor de “Quo Vadis”(1951) e outros sucessos da MGM. Na época de
lançamento, anos 50, foi alvo da censura em voga (ainda o Codigo Hays) por
mostrar uma garotinha diabólica. No Brasil foi proibido para menores e ganhou
pouco tempo em cartaz nos cinemas.
Bem, há muito para assistir em
casa. E é bom que esta variação satisfaça o desejo de ver cinema pois, afora os
programas extras, muito pouco há nas salas comerciais capaz disso.
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