Vincent Cassel em "O Monge"
Dificil não encontrar em locadores & demais
locais, cópias de filmes em videos que nos certificam de que os lançamentos
comerciais nos cinemas de Belém são muito pobres, com as distribuidoras
responsáveis deixando-nos numa opção negativa a cada semana. O importante, para
aliviar a sede de bons e inéditos filmes, é que temos o circuito extra que tem
proporcionado grandes programas com debates & tudo mais. E outra opção para
os inéditos é a procura em cópias DVD, como alguns que assisti semana passada.
“O Monge” (Le Moine, França, Espanha, 2009), cujo roteiro escrito pelo também
diretor Dominik Moll e Anne-Louise Trividic, se baseia no romance (homônimo) gótico
de Matthew Lewis. O tema é a flexibilidade da fé. Na Espanha do século XVII
Ambrosio (Vicent Cassel) é encontrado bebê na porta de um convento. Alguns
monges pensam que é obra do diabo, pois o menino traz uma grande mancha no
ombro esquerdo. Mas o superior diz que é um enviado de Deus. Já homem, o bebê
achado torna-se monge e tem uma facilidade de se expressar que impressiona os
fiéis em seus sermões. Certo dia chega ao convento um homem e uma pessoa que se
encobre em máscara e o acompanhante diz que se trata de um queimado. Esse
personagem, na verdade é uma jovem feiticeira, que seduz o sacerdote. Mas de
quem este gosta mesmo, e sonha com esse alguém, é a filha de uma mulher vizinha
do mosteiro. A feiticeira oferece uma fórmula de sedução para aplicar à jovem
amada. Alguns fatos do passado irão mostrar-lhe quem é a jovem e o interesse
secreto da feiticeira será descoberto, inclusive pela mancha no ombro. O
endereço do monge, daí em diante, está a cargo de Satanás.
O filme é dirigido por Dominik Moll, alemão formado em Nova York e autor
dos suspenses Harry Chegou Para Ajudar (2000) e Lemming– Instinto
Animal (2005). “O Monge” ganhou
prêmio de música em Hollywood. E muitos críticos viram semelhança com “Simão do Deserto” (1965) de Luis Buñuel. De fato, há muito do “viejo brujo” no tema e na condução narrativa. Um filme importante que não chegou aos
nossos cinemas. Vale a pena procurá-lo em DVD.
“Curvas da Vida” (Trouble with the Curve, EUA 2012)
trata de beisebol tema (e jogo) em que o brasileiro não mostra afinidade. Mas
tem Clint Eastwood, aos 82 anos, protagonizando um antigo técnico do esporte
que está ficando cego, é rabugento e sente orgulho da filha advogada (Amy
Adams) que é uma enciclopédia do seu esporte favorito (embora vivam distantes afetivamente). O time do velho técnico
anda fraco e a jovem está estreando sociedade no escritório de advocacia em que
atua. Há um esboço de romance no entorno do filme, mas o enfoque maior é o
renitente ancião e sua cria de 33 anos. Roteiro muito esquemático de Randy
Brown e direção do amigo e sócio de Eastwood na Malpaso (empresa dele) Robert
Lorenz. Também não chegou por aqui.(O filme foi exibido no Moviecom
Castanheira)
“10 Anos de Pura Amizade” (10 Years, EUA, 2012) apresenta um
tema semelhante ao de “O Grupo” (1966) de Sidney Lumet. Trata de colegas de
colégio que se reúnem após 10 anos de formados em uma festa planejada para um
hotel. É hora de “matar saudades”, mas, ao mesmo tempo, de testar
sentimentos que vinham adormecidos. Bom tema desperdiçado no roteiro do diretor
Jamie Lindem. Tudo é muito esquemático, a impressão é de que o espectador já
deveria conhecer os personagens. E eles não apresentam características que
levem a um quadro psicológico realista. Resta uma espécie de um videoclip sobre
um encontro de amigos. Muito falado e pouco expressivo.
“João e Maria, Caçadores de Bruxas” (Hansel & Gretel Witch Hunres, EUA,
2013) foi exibido nos cinemas de Belém. É uma abordagem sensacionalista de
conto de fada procurando usar o tema e personagens no que as HQ fazem com os
super-heróis, endereçando em cinema para os chamados blockbusters. Um roteiro
ruim coloca os tipos que a criançada (do meu tempo) conhecia ao ouvir a
história e se emocionava. Eles são levados para a mata pelos pais, sendo encontrados
por uma bruxa a quem ludibriam quando esta queria saber se estavam “gordinhos” para comê-los. Os dois se salvam ao
fugir e, por vingança, se especializam em matar feiticeiros e o fazem de
aluguel na Idade Média. Direção de Tommy Winkola. Ruim demais.(Exibido no
Cinépolis Boulevard e Moviecom)
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