Star Trek, Além da Escuridão, a versão do JJ Abrahams
A nova aventura da tripulação da nave
Enterprise mexe com o que é moda no painel do banditismo cinematográfico: o
terrorismo. Quem ameaça os astronautas e o mundo é um ideólogo do nazismo que
pretende eliminar as “criaturas inferiores da Terra”. A ação se dá quando a
nave já está com ordens de retornar ao seu mundo de origem e o capitão Kirk
desobedece para salvar o amigo Spock de uma erupção vulcânica em um planeta
habitado por criaturas primitivas que nem mesmo conhecem a roda. A proibição de
tal atitude se dá pelo fato de os primitivos descobrirem a nave espacial e
considerarem-na e os seus tripulantes como deuses. Questionado pelos superiores
por sua ousadia Kirk, mesmo assim, ganha o comando para caçar o terrorista que
incita uma população de certo mundo contra os terráqueos. A princípio seria
matar o vilão até mesmo porque ele causou a morte de um oficial da frota a que
pertence a Enterprise. Mas, por ironia, este elemento ganha a confiança de Kirk
na luta contra guerreiros interplanetários. No final, o perverso que se
denomina Khan é revelado como articulador de uma armadilha para matar o
personagem (e o que acontece segue realmente o extermínio deste, embora não se
tenha numa aventura juvenil e rica em fantasia, o fato de o protagonista morrer
no final).“Star Trek, Além da Escuridão” (Star Trek, Inside Darkness, EUA,
2013) é o segundo filme da franquia, dirigido por JJ Abrams (do seriado
“Lost”). Os admiradores exaltaram o filme. Há muita ação, muitos efeitos
especiais e suspense. Mas quem não é “trekkie” (adepto da série nascida na TV,
em 1966. Alguns acham que o termo é pejorativo preferindo ser chamados de trekkers.)
não se apaixona. É mais provável perceber o filme como um blockbuster com a
carga de efeitos especiais que estruturam mais da metade da produção, além de
uma trama banal onde não faltam os elementos de proa que se estimam desde os
tempos de cinema mudo: o protagonista central que é visto como o herói (e seus
amigos) e o vilão. O primeiro sempre sai vitorioso e a fórmula implica nos
problemas que cercam essa vitória.
JJ Abrams é um bom administrador, ou
como se deve avalia-lo, um diretor de produções megalômanas. Curioso é ele ter
referido em entrevista que nunca foi um aficionado de “Star Trek”. Atendeu aos
produtores e realizou a contento o filme de 2009 (o 9° longa da espécie).
Ganhou a chance de criar o atual, com mais de 210 milhões de dólares, e já está
trabalhando no 7° episódio de outra franquia milionária: “Star Wars”(Guerra nas
Estrelas).
Curioso também é observar neste novo
“Star Trek” a tripulação formada de atores novos se levarmos em conta o inicio
das aventuras em cinema. Chris Pine protagoniza Kirk, Spock é Zachary Quinto,
Uhura é Zoe Saldana, Bones é Karl Urban, e a mocinha Carol é Alice Eve. Numa
cena há a interferência do antigo interprete de Spock, o também diretor Leonard
Nimoy, hoje, aos 82 anos, agora intérprete de TV. Curioso também é Spock estar
em perigo perto de um vulcão e ele ser nativo do planeta Volcano. Veem-se
muitas incursões de humor no roteiro. E isso eleva o resultado. Mesmo quem não
é fã das peripécias dos astronautas da Enterprise consegue se divertir. E a
projeção em 3D exigindo qualidade técnica só perde em algumas salas de Belém,
especialmente as digitais do centro, que persistem em trabalhar com lâmpadas
fracas.
O final do filme atual mostra
Harrison ou Khan, o bandido (Benedict Cumberbatch), congelado numa capsula.
Alguém observa que ele está “quieto”. Quem apostar que despertará no próximo
filme pode estar certo. Nada é surpresa no espaço dos grandes estúdios
produtores.
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