Ricardo Darin e Norma Alejandro em "O Filho da Noiva"
Juan Jose Campanella (54 anos no dia 19 pp) é um dos mais notabilizados
diretores argentinos. São dele filmes cultuados como “O Filho da Noiva”(El Hijo
de la Novia, 2001), ”Clube da Lua”(Luna de Avellaneda, 2004) e “O Segredo dos
Seus Olhos”(El Segredo de sus Ojos, 2009). Hoje (31/07 e amanhã (01/08) no cine
Olympia, dentro da Mostra do Cinema Argentino, serão exibidos dois desses
títulos: “Clube da Lua” (hoje) e “O Filho da Noiva”(amanhã).
“O Filho da Noiva” chegou a ser exibido em Belém. Comoveu a muitos narrando,
em uma narrativa acadêmica, o drama de Rafael Belvedere (Ricardo Darin) responsável
por apresentar uma postura individualista em sua vida e que, ao lado do pai,
sente necessidade de rever a mãe Norma (Norma Aleandro) portadora
do mal de Alzheimer. O confronto dessas personalidades roça o melodrama, mas
ganha na direção de Campanella uma posição realista e que não se furta a momentos
de humor. Logo se tornou um clássico do cinema sul americano, vencendo o Oscar
de melhor filme estrangeiro e ganhando mais 28 prêmios em mostras
internacionais.
“Clube da Lua” é menos popular, mas de uma densidade que só faz
confirmar o talento do realizador e do ator principal (Ricardo Darin é o mais
afamado interprete do cinema argentino atual). Trata de uma casa de diversões
tradicional que entra em fase de decadência com a fuga de sócios. Um dos
diretores, Román Maldonado (Darin) que nasceu no local e por isso é sócio
permanente, trabalha como motorista de taxi durante o dia, de onde tira seu
sustento, e emprega suas noites no clube por amor àquele lugar. Ele é o
primeiro a se posicionar contra o fechamento da casa. E esta posição contrasta
com os problemas que enfrenta como a separação da esposa com quem tem uma filha
e a incompreensão de alguns colegas. Sua argumentação varre a afetividade pela
tradição das coisas do lugar, mas a contrargumentação acena com empregos numa
época devastadora e, por isso, é a vencedora.
O filme ganhou 9 prêmios e segundo um critico da mesma nacionalidade é
um apanhado da cultura popular de Buenos Aires com o amargor da crise que
sacudiu a cidade e o país nos anos 1970/80. No caso, o bom humor e a música
surgem como coadjuvantes de um drama denso onde o que mais importa ver é o
papel cada vez mais incompreendido do sócio-fundador que no momento da ultima
votação dos sócios para marcar o destino do clube diz, em reposta ao argumento
de quem defende o fechamento alegando a criação de 200 empregos noutro ramo,
que “está certo”, engolindo lagrimas e sabendo que se está sepultando uma parte
da história local e de sua própria história.
Com uma fotografia fascinante de Daniel Schulman e direção de arte de
Mercedes Alfonsin capaz de recriar um ambiente, o filme impressiona e como “O
Filho da Noiva” foge de um fácil esquema melodramático.
O cinema argentino é mais conhecido entre nós pelas edições em DVD.
Mesmo assim, muitos perguntaram se a mostra levada a efeito pela ACCPA tinha a
ver com a visita do papa ao Rio de janeiro. “-Foi coincidência” diz Marco
Antonio Moreira que idealizou o programa com ajuda de Pedro Veriano. Mas houve
quem reclamasse a ideia, mostrando total desconhecimento da fonte produtora. Na
verdade, o ciclo, com bons títulos, marca o inicio de programas dedicados a
filmografias nacionais. A ideia é trazer filmes de diversas nacionalidades, a
maioria desconhecida de quem hoje frequenta cinema e mesmo locadora de vídeo. Estas,
aliás, se queixam de que os frequentadores dessas lojas preferem, como aqueles que
vão aos cinemas comerciais, os novos filmes de Hollywood com todo o vazio que
os cerca. É triste, com toda a produção cultural que se processa em sessões
especiais, que ainda haja essa argumentação. É preciso mais discernimento para
que se mude esse cenário. Nós fazemos a nossa parte.
Ola Luzia, lembro que o primeiro filme argentino que vi na vida foi A História Oficial, nos tempos do ensinno médio quando a minha professora de Sociologia o exibiu para depois conversamos sobre as ditaduras na America Latina nas decadas de 70 e 80 d seculo XX, a partie dai me apaixonei pelo cinema dos nossos hermanos, gostei muito de o segredo dos seus olhos. um conto chines, e espero que a accpa traga a mais recente obra argentina chamada tese de homicidio para nossas salas alternativas, outra sugestão que tal uma monstra com filmes nacionais como Colegas, Memorias que me contam e uma história de amor e fúria
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