Adam Sandler & amigos no filme 2 da série
Um crítico
norte-americano classificou o filme (?) “Gente Grande 2”(Grown Ups 2, EUA,
2013) como “perda de tempo”. E nisso englobou realização e exibição (a parte do
espectador). Realmente não há nada a acrescentar à ideia do avaliador e nada
que se ganhe assistindo o que alguém chamou um dia de “comédia descerebrada”.
Adam Sandler produziu e
interpretou anos atrás o “Gente Grande 1”(Grow Up) onde focalizou pessoas da
classe média norte-americana em um momento festivo, um campo de férias onde os
tipos exibiam suas características que no olhar de alguns eram tidas como
“divertidas”. O filme se constituiu, na ocasião, em boa bilheteria talvez pelo
efeito mimético (muitos se viram nessas estripulias familiares). E eu, como
rotineiramente, escrevi comentário neste espaço, indicando o óbvio: os atores
pareciam se divertir mais do que os espectadores assistindo ao filme. O sucesso
comercial levou Sandler e o diretor Dennis Dugan à sequencia. E agora os
personagens estão mais maduros, com os filhos adolescentes, às voltas com
problemas que estes enfrentam na escola, e alguns adotam posturas dignas de
figurar em casas de saúde como o caso do motorista do colégio das crianças que
foi abandonado pela esposa e passa a se portar de forma delirante.
Francamente não sei como
é possível envolver o riso a partir de uma realização tão medíocre. Certamente
Dugan pensou em fazer um novo “Hellzapoppin” (Pandemônio, 1941), a célebre
comédia com Olsen e Johnson dirigida por H.C.Potter. Mas o riso que vinha de
metacinema (havia um momento em que eram trocadas as partes do filme sendo
visto uma cavalaria de westerns adentrando numa sala de baile), passa ao
largo das momices que se colam em ambientes domésticos. Esse pessoal acha
engraçado, por exemplo, um personagem em um supermercado abrir uma caixa que
guarda balsa inflável e de um puxão no fio disponível esta inflar derrubando
tudo o que está a frente. A licença para a comédia visual não é aproveitada no
tempo certo e o que lembra esse tipo de filme se esgota na gratuidade da
amostra, cercada de falas que tentam um quadro real como pais, alunos e
professores em suas tarefas de rotina. E sempre tramando algo.
Para qualificar em
resumo o besteirol de “Gente Grande 2” basta a sequencia do balé infantil em
que a filha de Sandler é protagonista e a barafunda que ocorre por conta de
tipos extremamente caricatos que aparecem por lá. Não é para rir é para ter
raiva.
Minha suposição para “Gente Grande 2” é de que fosse o menos
ruim dos lançamentos da semana nas salas comerciais da cidade. Subestimei
“Circulo de Fogo” ( Pacific Rim/2013 ) de Guillermo del Toro. Bem
administrado na colagem de fantasias orientais como “Godzilla” (Gojira/1954) e
outros monstros filmados por Ishirô Honda, este filme trata da batalha de seres
humanos contra criaturas gigantescas (Kaiju) saídas das profundezas dos
oceanos. O ano é de 2040 e, contra esses monstros, os seres humanos fabricam
robôs gigantescos (Jeagers) guiados por experimentados pilotos que submergem e
atacam as criaturas. Mas não é fácil derrubá-las e os primeiros pilotos morrem.
No combate final uma oriental (Rinko Kikuchi) será comparsa de um veterano
piloto de provas (Charlie Hunnam). Antes de atuarem juntos ela e ele chegam a
se enfrentar numa sessão de caratê. Sequencia usada para mostrar a habilidade
dos personagens e em especial do que a “heroína” guarda da cultura de sua
terra. Claro que no fim pinta um romance, embora de forma discreta.
O filme de Del Toro tem
sua maior parte dedicada a efeitos especiais. Mas deve preencher o quadro de
lembranças do diretor, que é amante de fantasias cinematográficas como deu
prova em seu melhor trabalho até hoje: “O Labirinto do Fauno”(El Labirinto del
Fauno, 2006).
Competente como fantasia
ligada aos mangás e sci-fi dos anos 50/60, “Circulo de Fogo” deve ser visto em
boa projeção. Ruim é saber que por aqui as cópias 3D estão sendo projetadas em
salas com lâmpadas fracas e consequente projeção escura. Assim não se sabe
determinar personagens com ideias diferentes na historia..
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