quarta-feira, 28 de agosto de 2013

GENTE GRANDE



 Adam Sandler & amigos no filme 2 da série

Um crítico norte-americano classificou o filme (?) “Gente Grande 2”(Grown Ups 2, EUA, 2013) como “perda de tempo”. E nisso englobou realização e exibição (a parte do espectador). Realmente não há nada a acrescentar à ideia do avaliador e nada que se ganhe assistindo o que alguém chamou um dia de “comédia descerebrada”.
Adam Sandler produziu e interpretou anos atrás o “Gente Grande 1”(Grow Up) onde focalizou pessoas da classe média norte-americana em um momento festivo, um campo de férias onde os tipos exibiam suas características que no olhar de alguns eram tidas como “divertidas”. O filme se constituiu, na ocasião, em boa bilheteria talvez pelo efeito mimético (muitos se viram nessas estripulias familiares). E eu, como rotineiramente, escrevi comentário neste espaço, indicando o óbvio: os atores pareciam se divertir mais do que os espectadores assistindo ao filme. O sucesso comercial levou Sandler e o diretor Dennis Dugan à sequencia. E agora os personagens estão mais maduros, com os filhos adolescentes, às voltas com problemas que estes enfrentam na escola, e alguns adotam posturas dignas de figurar em casas de saúde como o caso do motorista do colégio das crianças que foi abandonado pela esposa e passa a se portar de forma delirante.
Francamente não sei como é possível envolver o riso a partir de uma realização tão medíocre. Certamente Dugan pensou em fazer um novo “Hellzapoppin” (Pandemônio, 1941), a célebre comédia com Olsen e Johnson dirigida por H.C.Potter. Mas o riso que vinha de metacinema (havia um momento em que eram trocadas as partes do filme sendo visto uma cavalaria de westerns adentrando numa sala de baile),  passa ao largo das momices que se colam em ambientes domésticos. Esse pessoal acha engraçado, por exemplo, um personagem em um supermercado abrir uma caixa que guarda balsa inflável e de um puxão no fio disponível esta inflar derrubando tudo o que está a frente. A licença para a comédia visual não é aproveitada no tempo certo e o que lembra esse tipo de filme se esgota na gratuidade da amostra, cercada de falas que tentam um quadro real como pais, alunos e professores em suas tarefas de rotina. E sempre tramando algo.
Para qualificar em resumo o besteirol de “Gente Grande 2” basta a sequencia do balé infantil em que a filha de Sandler é protagonista e a barafunda que ocorre por conta de tipos extremamente caricatos que aparecem por lá. Não é para rir é para ter raiva.
Minha suposição para “Gente Grande 2” é de que fosse o menos ruim dos lançamentos da semana nas salas comerciais da cidade. Subestimei “Circulo de Fogo” ( Pacific Rim/2013  ) de Guillermo del Toro. Bem administrado na colagem de fantasias orientais como “Godzilla” (Gojira/1954) e outros monstros filmados por Ishirô Honda, este filme trata da batalha de seres humanos contra criaturas gigantescas (Kaiju) saídas das profundezas dos oceanos. O ano é de 2040 e, contra esses monstros, os seres humanos fabricam robôs gigantescos (Jeagers) guiados por experimentados pilotos que submergem e atacam as criaturas. Mas não é fácil derrubá-las e os primeiros pilotos morrem. No combate final uma oriental (Rinko Kikuchi) será comparsa de um veterano piloto de provas (Charlie Hunnam). Antes de atuarem juntos ela e ele chegam a se enfrentar numa sessão de caratê. Sequencia usada para mostrar a habilidade dos personagens e em especial do que a “heroína” guarda da cultura de sua terra. Claro que no fim pinta um romance, embora de forma discreta.
O filme de Del Toro tem sua maior parte dedicada a efeitos especiais. Mas deve preencher o quadro de lembranças do diretor, que é amante de fantasias cinematográficas como deu prova em seu melhor trabalho até hoje: “O Labirinto do Fauno”(El Labirinto del Fauno, 2006).
Competente como fantasia ligada aos mangás e sci-fi dos anos 50/60, “Circulo de Fogo” deve ser visto em boa projeção. Ruim é saber que por aqui as cópias 3D estão sendo projetadas em salas com lâmpadas fracas e consequente projeção escura. Assim não se sabe determinar personagens com ideias diferentes na historia..


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