Almodóvar e seus atores em "Os Amantes Passageiros"
O filme “Os Amantes Passageiros”(Los Amantes Pasajeros, Espanha
2013), de Pedro Almodóvar que chegou a ser exibido recentemente em cinemas do
sudeste e nordeste, anunciado no site da Cinépolis, não foi exibido em Belém.
Mas já está disponível para download na internet e quem pode acessar supre a
falta. Uma falta que, diga-se de passagem, só se constrói pelo nome do
cineasta. O filme decepciona. Almodóvar quis criticar os problemas atuais de
seu país (o caos econômico com as consequências sociais infalíveis) e procurou
a linha de comédia que fazia no inicio de sua carreira, apelando ainda mais
para o chulo, perfazendo o que entre nós ficou conhecido como pornochanchada.
Toda a ação se passa dentro de um avião que percorre a
linha Madrid-México. Tripulantes e passageiros (dos poucos focalizados, pois, a
maioria dorme a peso de soníferos administrados para todos nas bebidas
ingeridas para não sentirem o perido iminente) são extremamente caricatos. Um
grupo gay atinge comandante, copiloto e comissários. Uma passageira invade a
cabine de comando e diz que planeja perder a virgindade de qualquer maneira,
pois pressente desastres. Outra passageira revela um passado promiscuo embora
tenha ficado milionária a partir de seus relacionamentos sexuais com
milionários. Outro é um matador profissional que se diz “a serviço”. Outro é um
político de renome que foge da lei quando são descobertas as suas “maracutaias”.
O grupo tem vez em sequencias que tentam criar hilaridade. Mas o grosseiro do
tratamento esvazia tudo. E até a exposição dos homossexuais revela um tom
preconceituoso.
Custa a acreditar que o diretor de “Fale com Ela”(2002) e
“A Pele que eu Habito”(2011) tenha escrito roteiro e dirigido este “Amantes
Passageiros” que na verdade devia passar mais depressa ou, como aconteceu aqui,
longe de nossos cinemas.
Não creio que a proposta de critica ao momento em que a
Espanha vive esteja no âmago dessa aventura tragicômica. Nomes famosos e amigos
do diretor como Antonio Banderas e Penelope Cruz cruzam o cenário só em um
momento, logo no inicio do filme, chegando os pneus do avião. Justamente é o
trem de aterrissagem que dá problemas quando em voo e o suspense pretendido é
de os viajantes chegarem a uma pista que possa ser usada nessa situação. Como
tudo é caricato o detalhe é colocado de forma abrupta e nem chega a sacudir a
plateia sonolenta por tanta mediocridade. Vale “passar ao largo”, mas o filme deve
ser visto para receber as opiniões de cada um.
Tratando ainda de cinema, a boa noticia é que o novo filme
de Woody Allen, “Blue Jasmine” está sendo o novo campeão de bilheteria do grupo
“indie” (independente) nos EUA. Arrecadou US$ 4,3 milhões num final de semana e
já está ganhando circuito maior de exibição. Até agora o filme já tem US 14,8
milhões nas bilheterias domesticas (norte-americanas). A estreia brasileira
deve acontecer neste segundo semestre do ano, mas não se sabe se Belém estará
no circuito. Vamos vibrar para que isso ocorra.
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