segunda-feira, 25 de novembro de 2013

FILMES RELIGIOSOS EM DVD



Jeniffer Jones em "A Canção de Bernadette", de Henry King

Estão sendo reeditados em DVD, no Brasil, vários filmes de cunho religioso. Alguns ganham também cópias em bluray. Nas lojas anunciam “ A Biblia...No Principio” (1966) de John Huston, “S. Francisco de Assis” (1961), de Michael Curtiz, “A Canção de Bernadette”(1943), de Henry King, “A História de Ruth”(1960) de Henry Koster e “David e Betsabá”(1951) de Henry King.
Todos esses filmes são da 20th Century Fox e “A Canção.... recebeu o Oscar de melhor atriz contemplando a então novata Jennifer Jones. Interessante observar que “A Biblia...No Principio” seria um projeto megalômano do produtor italiano Dino di Laurentis. Não prosseguiu além do Gênesis tratado por um diretor eclético (Huston) cuja filmografia aponta uma diversidade de gêneros realizados, desde western (“O Tesouro de Sierra Madre”, 1948) a drama introspectivo (“Os Vivos e os Mortos”, 1987, versão de um texto difícil de se transcriar para o cinema, escrito por James Joyce). O próprio John Huston protagoniza a figura de Noé e o filme focaliza a parte de Adão e Eva e o Diluvio. Muito curioso.
Também se nota o trabalho de Michael Curtiz, o diretor de “Casablanca” (1942) em “S, Francisco de Assis”(Francis of Assis, 1961). O cineasta estava com 71 anos e doente. Seu trabalho na direção foi com dificuldade o que seria seu penúltimo filme. Aliás, este perdeu “status” quando Franco Zeffirelli, hoje com 90 anos, lançou, em 1973, “Irmão Sol, Irmã Lua”(Brother Sun and Sister Moon ) sobre o mesmo tema (filme já lançado em DVD), mas com outra categorização e narrativa.
Sem sair do tema, também foi relançado “Joana D’Arc”(Joan of Arc, 1948) de Victor Fleming (diretor de “O Magico do Oz”) com Ingrid Bergman. A atriz impulsinou a produção, pois desejava representar a Donzela de Orleans. Resultou em um filme na linha dos blockbuster, mas com certa dignidade.
Dentre os lançamentos de clássicos do cinema assisti recentemente o que desconhecia de um mestre da comédia: Ernst Lubitsch. Trata-se de “Anjo”(Angel, 1937) com Marlene Dietrich, Herbert Marshall e Melvyn Douglas. Dietrich incorpora a personagem Maria, esposa do diplomata Frederich Barker (Marshall) que entediada com a vida que lhe proporciona o marido, sempre privilegando o trabalho, resolve passar uns dias em Paris e na casa de uma velha amiga, encontra um americano, ex-combatente da I Guerra Mundial, que pretende se divertir na capital francesa. Os dois passam uma noite juntos, em um parque, mas ela não diz seu nome. Depois se sabe que o tipo é um velho amigo do marido dela e quando os dois se reencontram fica difícil esconder que foi a breve conquista a quem ele chamou de Anjo. O final é o esperado. Não por mim.
O famoso “Lubitsch Touch” ou o modo como o cineasta tratava os temas, sempre com uma elegância estilística, está presente ao longo de toda uma trama que escorreria fácil para o melodrama ou para uma comédia erótica. Resta um filme extremamente bem realizado valorizando sequencias como se vê no início quando a câmera passa por vários aposentos colocada atrás das janelas e se vê pessoas, sabe-se o que estão confabulando sem que se as ouça. Um modo criativo de se adentrar na história principal, a partir do local onde ela ganhará impulso.
O reverso do filme de Lubitch foi assistir ao pesado “Até a Vista, Querida”(Murder, my Sweet, 1946) gênero “noir”, roteiro de John Paxton, com base em um texto do romancista e roteirista Raymond Chandler. O ator Dick Powell(1904-1963) encarna o detetive Philippe Marlowe, personagem criado por Chandler que surge nos EUA, em meados dos anos 1920, numa onda de publicações populares, em contos ficionais sobre crimes. Pena que o roteiro do filme complica a trama de tal forma a torná-la quase ininteligível. Direção de Edward Dmitryk. Aliás, um dos atores que se travestiu do detetive Marlowe foi Humphrey Bogart, em À Beira do Abismo” (The Big Sleep, 1946). Sou aficcionada por esse gênero tanto na leitura quanto em filmes, contudo, Edward Dmitryk foi infeliz nesse exemplar noir.


Um comentário:

  1. acho que falta Luzia hoje em dia filles com temáticas religiosas, aqui no Brasil, tivemos, algumas tentativas ccomo Nosso Lar , O milagre de aparecida

    ResponderExcluir