James Dean em célebre pose
A Warner Bros lançou no Brasil os três filmes que marcaram a
carreira do ator James Dean (1931-1955), ícone de uma geração: “Vidas Amargas” (East
of Eden, EUA, 1955), “Juventude Transviada”(Rebel Without a Cause, EUA, 1955) e
“Assim Caminha a Humanidade”(Giant, EUA, 1956). O primeiro, dirigido por Elia
Kazan, baseia-se na obra de John Steinbeck e focaliza um jovem que se quer
afeiçoado pelo pai que sempre elege o outro filho. O texto faz alusão à Biblia
e o rapaz se chama Cal e o irmão Aron (lembrando Abel e Caim). Contracenando
com Dean está o já veterano Raymond Massey (1896-1983) que, segundo os
observadores, detestava o ator e deixou sequencias em que isso se faz presente.
Há um momento, segundo explicações em um dos bônus do disco, que Dean improvisa
quando é repelido pelo pai. Essa cena não estava no script, mas foi aproveitada
pelo diretor, sendo esse um dos melhores filmes de Kazan e um dos primeiros a
aproveitar funcionalmente a estética do cinemascope.
“Juventude Transviada”recebeu esse título no Brasil, pois
assim era representada uma ala da juventude nos anos 1950 (os “rebeldes sem
causa”, do original. Em Portugal recebeu o título de “Fúria de Viver”). O
roteiro escrito por Irving Shulman extraido de uma peça de Stewart Stern, tem
como protagonista central James Dean e, ao lado dele estão outros nomes
marcantes da ala jovem na época: Natalie Wood, Sal Mineo, Dennis Hopper.
Coincidentemente os dois primeiros tiveram, fins trágicos: Natalie morreu
afogada e até hoje se discute sua morte, se acidental ou criminosa. Sal Mineo
foi vitima de overdose. E Dean todos sabem que morreu em consequência de um
acidente com seu carro e nem chegou a ver este filme, dirigido por outro nome
cultuado, Nicolas Ray (1911-1979), como não viu o seguinte, de George Stevens
(1904-1975).
“Assim Caminha a Humanidade” é o “gigante” que o diretor de
“Os Brutos Também Amam”, George Stevens, realizou com a estética monumental de
“...E o Vento Levou”. Ìdolos da época, Elizabeth Taylor e Rock Hudson protagonizam
os emergentes texanos que enfrentam o novo rico do petróleo, interpretado por Dean.
Num documentário que se pode ver no mesmo disco ora editado há referências ao fato
de que Rock Hudson se indispôs com o jovem colega. Hudson sempre foi um
intérprete medíocre e esse pendor é confirmado nesta obra polemica que espelha
qualidades de um período da indústria cinematográfica majoritária.
Além da coleção dedicada a James Dean, as novidades em DVD
são poucas. Há uma biografia do pintor Pierre Auguste Renoir (“Renoir”, França,
2012) exibida em Cannes. com direção
de Gilles Bourdos. O principal intérprete, o veterano Michel Bouquet, apresenta
um desempenho que impressiona. Muito interessante é saber do inicio da vida
profissional de Jean, filho do pintor e, mais tarde, um cineasta famoso (autor
de “As Regras do Jogo”, 1939).
Também há um filme do mais idoso cineasta ativo que se
conhece, o português Manoel de Oliveira, 108: “Singularidades de uma Rapariga
Loura” (Portugal, 2009). O cineasta completou 105 anos em dezembro passado e
seu filme mais novo data de 2012 (“O Gebo e a Sombra”). Neste trabalho que se
pode ver em casa, o estilo do cineasta tem a mesma estética dos anteriores (ele
quase não move a câmera). O enredo baseia-se num conto de Eça de Queiroz e
trata de um homem que narra a uma passageira de um trem o drama de sua vida,
como se apaixonou por uma mulher que conheceu da janela de seu escritório e se
decepcionou com o relacionamento. Muito interessante apontando as decepções que
se acumulam contra a amada e, no final, descobre que ela não tem o porte moral
que imagina.
Ola Luzia, tudo bem, que tal o nosso circuto alternatvo exibi os dois ultimos filmes do Manoel de Olveira.
ResponderExcluirLuzia, as vezes me pego imaginando o James Dean, ainda vivo rivalizando com atores como Kirk Douglas, Paul Newman, Marlon Brando
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