George C. Scott como Mussolini
Está
circulando para venda em DVD no Brasil um teleplay (produção criada para a TV)
“Mussolini, A Historia Não Contada” (Mussolini, The Untold Story, EUA, 1986)
que ganhou 3 discos, consumindo um total de 320 minutos. E vale a pena. O ator
George C. Scott (1927-1999) que já havia interpretado o general Patton
(“Patton, Rebelde ou Heroi”, 1970) compõe muito bem a imagem do Duce (Benito
Mussolini), primeiro ministro italiano que introduziu o fascismo no país,
achando-se a reencarnação de Julio Cesar e disposto a refazer o Império Romano.
No filme (uma mini-série) ele surge desde que assumiu o cargo no governo,
mostra como se portou no matrimonio com Rachele (Lee Grant), mantendo a amante
Clareta Petraglia (Virginia Madsen), evidencia a criação dos filhos Edda (Maria
Elisabeth Mastrantonio), Vittorio (Gabriel Bryne) e Bruno(Robert Downey Jr.),
este último morrendo num desastre de aviação (ele e o irmão eram pilotos da
Força Aérea Italiana). O filme mostra ainda como o Duce aprovou e depois mandou
matar o marido de Edda, o conde Galeazzo (Raul Julia). A aponta sua atitude
sanguinária na febre de conquistas, aderindo ao nazismo de Adolfo Hitler (Günar
Moller, em fraco desempenho). O
roteiro segue até a morte de Mussolini, junto a Claretta, focalizando o
apedrejamento dos corpos. Trata-se
de uma página da historia .
Outro vídeo que assisti na semana foi “Sonho de Amor
Eterno”(Peter Ibbetson, EUA, 1935) filme da década de 1930 demonstrando a
versatilidade do diretor Henry Hathaway, mais conhecido por filmes de
aventuras, tema históricos (“A Raposa do Deserto”), dramas densos (“Horas
Intermináveis”, “Torrentes de Paixão”) e western (“Bravura Indomita”,”Os Filhos
de Katie Elder”). Nes “Sonho...” ele penetra na área do melodrama focalizando
um romance que começa quando os parceiros são crianças. Na idade adulta, por
terem sido separados, ela está casada, ele aparece como um arquiteto que vai decorar
a casa dela. O reencontro não é, contudo, alvissareiro. O marido da ex-namorada
morre acidentalmente e ele é dado como culpado e preso. Tudo contado em imagens
que variam de tonalidade de acordo com os sentimentos que pretende expressar.
Triunfo do fotografo Charles Lang com a música premiada com o Oscar. Estrelas veteranas como Gary Cooper (1901-1961) e Ann Harding
(1901-1981) protagonizam os enamorados. Uma raridade que deve ser descoberta
pelos que gostam desses dramas no cinema.
Uma preciosidade encontrada nas lojas de vídeo foi “O Dia
que Durou 21 Anos” (Brasil, 2012) mostrando como o golpe militar de 1964 foi
engendrado pelos norte-americanos que temiam o Brasil se aliar a Cuba. O
embaixador norte-americano Lincoln Gordon é focalizado em ação não só através
de documentos e entrevistas como através de depoimentos de pessoas ligada a
ele.
O filme é uma aula de historia. Só peca no final pela
pressa na conclusão. Não trata os governos Médici, Geisel e Figueiredo nem
chega à volta da democracia. Mas os primeiros anos da ditadura implantada em
1964 estão mostrados como nunca foram em linguagem de cinema. Direção de Camilo
Tavares. Lançamento que cai bem no marco de 50 anos dos fatos mostrados.
A Empresa Disney comemora os 50 anos de Mary Poppins com o
bluray do filme. Não deve ser coincidência o fato de estar chegando aos cinemas
“Disney e os Bastidores de Mary Poppins” historia da dificuldade que o criador
de Mickey Mouse enfrentou para filmar o livro da inglesa P. L. Travers. Curioso
é saber que Julie Andrews, vencedora do Oscar no papel, havia sido preterida
pela Warner em “My Fair Lady” que ela encenou na Broadway. Simplesmente porque
não era conhecida (atuou Audrey Hepburn, dublada nos números musicais). Julie
Andrews teve a carreira impulsionada e logo faria “A Noviça Rebelde”.
Estas são algumas das novidades que Pedro Veriano
(“rato" de buscas de filmes novos lançados) programa para as nossas
“sessões de cinema” nas noites. Esse é o nosso trabalho diário, além do prazer
de discutirmos juntos a linguagem, a narrativa, a história. É uma vida
maravilhosa sem dúvida.
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